ECONOMIA & FINANÇAS
CIP ALERTA: MAIS DE 40% DAS EMPRESAS VAI CANCELAR INVESTIMENTOS ESTE ANO
Mais de 40% das empresas pretendem suspender ou cancelar totalmente todos os investimentos previstos para este ano e 82% prevê recorrer a instrumentos de capitalização devido à crise causada pela covid-19, revela um inquérito divulgado hoje pela CIP.
Mais de 40% das empresas pretendem suspender ou cancelar totalmente todos os investimentos previstos para este ano e 82% prevê recorrer a instrumentos de capitalização devido à crise causada pela covid-19, revela um inquérito divulgado hoje pela CIP.
Este inquérito feito a 1.034 empresas, a maioria das quais micro e pequenas empresas, é o quarto realizado no âmbito do “Projeto Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE.
De acordo com os resultados, apenas 18% das empresas pretendem manter os investimentos previstos para este ano, enquanto 42% têm intenção de suspender ou cancelar totalmente todos os investimentos e 40,3% manter parcialmente o investimento previsto.
A maioria das grandes e médias empresas pretende manter pelo menos parcialmente o investimento previsto, mas na maioria das micro e pequenas empresas a decisão passa por suspender ou cancelar os investimentos.
Antes da pandemia, as empresas previam investir sobretudo no aumento da sua capacidade produtiva bem como nas suas instalações, existindo por outro lado 20% sem qualquer perspetiva de investimento.
Na conferência de imprensa para apresentação do estudo, Hélia Gonçalves Pereira, do ISCTE, adiantou que os setores onde o investimento deverá ser cancelado total ou parcialmente são sobretudo o alojamento e restauração e o comércio.
Das 40% das empresas que pretendem manter parcialmente os investimentos, a grande maioria (84%) procurará garantir até 60% dos investimentos que estavam previstos antes da pandemia.
Os dois fatores que mais pesaram para a decisão de adiar ou cancelar os investimentos foram a redução de encomendas (com 55% de respostas) e as perspetivas económicas negativas (52%), dados que devem ter “a atenção do Governo”, sublinhou o presidente da CIP, António Saraiva.
Os resultados mostram ainda que 82% das empresas pretendem recorrer a instrumentos de capitalização, entre apoios a fundo perdido, capital de risco e instrumentos quase-capital.
Por sua vez, 62% das empresas inquiridas querem recorrer a benefícios fiscais ao investimento e 35,3% ao reforço das linhas de crédito.
O número de empresas que já pediu financiamento bancário na semana passada aumentou em quatro pontos percentuais face à semana anterior, mas 69% das que pediram crédito ainda não o recebeu.
“Isto mostra a necessidade de criação de instrumentos para a recapitalização das empresas, com quatro em cada cinco empresários e gestores a dizerem que pretendem recorrer a estes instrumentos, quando forem criados, como propôs a CIP”, sublinhou António Saraiva.
“As empresas continuam a revelar dificuldades no acesso aos apoios”, acrescentou o líder da confederação, reafirmando que as atuais linhas e crédito estão “esgotadas”.
Segundo o documento, a percentagem de empresas que pediu ‘lay-off’ simplificado caiu ligeiramente na semana de 18 de maio em relação à semana passada, de 43% para 41%, e cerca de 52% das empresas inquiridas não pensa pedir ‘lay-off’.
O documento mostra também que as empresas em pleno funcionamento aumentaram de 53% para 56%, enquanto as que estão a funcionar parcialmente subiram de 37% para 38%.
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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