REGIÕES
TORRES VEDRAS: AUTARQUIA DETETA MIGRANTES A VIVEREM EM ‘ARMAZÉNS’
A Câmara de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, levantou coimas a proprietários de espaços sem licença de habitabilidade, como armazéns e pecuárias desativadas, onde encontrou trabalhadores imigrantes a viver sem condições, disse hoje a presidente.
A Câmara de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, levantou coimas a proprietários de espaços sem licença de habitabilidade, como armazéns e pecuárias desativadas, onde encontrou trabalhadores imigrantes a viver sem condições, disse hoje a presidente.
Laura Rodrigues afirmou à agência Lusa que a autarquia tem em curso quatro autos de fiscalização por falta de licença de habitabilidade de “espaços menos dignos” para o efeito, tendo encerrado esses espaços e multado os proprietários ou obrigado a efetuar obras, nos casos em que eram legalizáveis.
“Encontrámos situações de habitações sem licença de habitação, como armazéns e antigas pecuárias”, exemplificou a autarca.
Além de espaços sem condições de habitabilidade, a autarquia tem conhecimento de “casas alugadas a pessoas migrantes onde existe sobrelotação”, mas afirma não ter competência para intervir.
“Estas pessoas são muito importantes para a nossa economia, são mão-de-obra necessária, mas é preciso que sejam acolhidas de forma digna e não sejam sujeitas a estas situações”, declarou.
Desde o início da pandemia, o município investiu cerca de 400 mil euros no alojamento de trabalhadores migrantes que, por partilharem casas e não terem condições para cumprir o isolamento profilático quando estão infetados pela covid-19 ou são contactos próximos de outros casos positivos, têm sido realojados no Centro Diocesano do Turcifal ou em unidades hoteleiras.
“São situações necessárias para quebrar as cadeiras de transmissão e a Câmara não tem olhado aos gastos”, sublinhou a presidente.
Num comunicado hoje divulgado, a concelhia do Bloco de Esquerda informa que questionou a Autoridade para as Condições de Trabalho sobre o que tem feito a propósito da situação dos trabalhadores agrícolas migrantes no concelho.
Os bloquistas apelam a uma “ação imediata no terreno” para aferir sobre as condições de vida e de trabalho que têm passado “despercebidas”.
Segundo o município, Torres Vedras tem 2.500 a 2.600 imigrantes registados, mas “existem mais”, que estão em situação irregular, oriundos da Europa de Leste, Brasil e países asiáticos, como Tailândia, Nepal ou Índia, para trabalhar sobretudo na agricultura.
“Os ilegais já não são a maioria e a situação tem melhorado”, reconheceu a presidente da câmara, para quem os casos de trabalho e alojamento degradantes são cada vez menos no concelho.
Prova disso são os casos de empresas que dispõem de alojamentos ou casas para arrendar para os seus trabalhadores, quando os contratam para as campanhas como as do morango e do tomate.
No âmbito da pandemia da covid-19, disse, as empresas efetuam testes de rastreio aos seus trabalhadores, uma vez que necessitam deles e “não estão interessadas em ter surtos”.
Fonte da GNR afirmou à Lusa que, no âmbito da intervenção desta força de segurança na identificação e notificação de casos em isolamento profilático, não foram detetados indícios de situações ilícitas associadas a exploração do trabalho, auxílio à imigração ilegal ou tráfico de seres humanos.
Já na cidade, a PSP conta cerca de uma dezena de casos, que foram reportados a outras entidades por se encontrarem em situação irregular, haver indícios de tráfico de seres humanos, viverem sem condições de habitabilidade ou de higiene ou em sobrelotação, disse uma fonte desta força policial à Lusa.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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