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ARTE & CULTURA

VENDA DE LIVROS EM PORTUGAL SUBIU 16,6% EM 2021, FACE AO ANO ANTERIOR

A venda de livros em Portugal cresceu 16,6% em 2021, face a 2020, o que coloca o país entre os que mais subiram, no conjunto de nove países abrangidos por um estudo sobre a evolução do mercado do livro.

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A venda de livros em Portugal cresceu 16,6% em 2021, face a 2020, o que coloca o país entre os que mais subiram, no conjunto de nove países abrangidos por um estudo sobre a evolução do mercado do livro.

De acordo com uma análise ao comportamento do setor da leitura, que abrangeu nove países, a Gfk – entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano — concluiu que os mercados internacionais do livro recuperaram força com um “crescimento significativo em 2021”.

“Enquanto quase metade dos nove países analisados ainda registaram, em alguns casos, quedas apreciáveis em 2020, os resultados do ano passado foram, sem exceção, positivos com a região belga da Valónia (+19%), Brasil (+18,8%), Portugal (+16,6%), Espanha (+16,3%) e Itália (+14,7%) a registarem taxas de crescimento de dois dígitos”, refere a consultora.

No entanto, e ao contrário dos restantes países, Portugal foi o único que ainda ficou aquém dos números de vendas de 2019, antes da pandemia causada pelo novo coronavírus.

As vendas mais altas desde 2010 foram alcançadas pela Holanda e por Espanha, em que os números corresponderam aos de 2011.

Para tal contribuiu a expansão do comércio ‘online’, a par de abordagens inovadoras utilizadas pelo comércio tradicional de livros, para superar os longos encerramentos de lojas.

A evolução positiva das vendas foi acompanhada por uma subida média dos preços na maioria dos países, devido, em parte, ao aumento geral dos custos.

Contudo, com exceção da Alemanha (+3,8%) e da Holanda (+3,7%) este aumento foi bastante moderado, como se verificou em Espanha e França, por exemplo, onde o preço dos livros aumentou 0,7% e 0,3%, respetivamente. Em Portugal, o preço médio dos livros subiu 1,2.

Brasil, Itália e Valónia foram a grande exceção, com os preços médios a caírem.

Uma “proporção não negligenciável” de aumento das vendas globais no mercado deve-se ao ‘boom’ da banda desenhada, que se mostra “imparável”, de acordo com o estudo.

“Na média dos nove países, as vendas de banda desenhada aumentaram quase metade, atingindo picos em Itália (+98%) e Portugal (+72,7%)”, mas “ainda mais impressionante foi o desempenho de mangas e manhwas, cujas vendas aumentaram em mais de 100% em muitos lugares”.

Dois anos seguidos marcados pela pandemia refletiram-se também na escolha de títulos pelos leitores, tendo-se verificado um importante aumento da procura de guias e de livros de não-ficção sobre saúde, conselhos sobre tópicos relacionados com a vida, psicologia e temas esotéricos.

Em dois terços dos países analisados, os livros infantojuvenis registaram aumentos ainda maiores do que o mercado livreiro no seu conjunto.

Os casos mais significativos são o Brasil, onde o segmento aumentou as suas receitas em mais de um quarto (+25,6%), e Portugal (+21%) e Espanha (+19,4%), em cerca de um quinto cada.

A análise da Gfk baseou-se nos números do mercado físico de livros para 2021, incluindo os ‘eBooks’ (quando disponíveis), fornecidos pela Alemanha, Bélgica (Flandres, Valónia), Brasil, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal e Suíça.

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PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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