INTERNACIONAL
VENDA SOLIDÁRIA DE OBRAS DE BANSKY ALVO DE ATAQUE INFORMÁTICO RUSSO
Uma venda ‘online’ de obras do artista britânico Banksy, destinada à recolha de fundos para civis na Ucrânia, foi alvo de um ataque informático, que, segundo os organizadores da venda, teve origem em endereços de IP russos.
Uma venda ‘online’ de obras do artista britânico Banksy, destinada à recolha de fundos para civis na Ucrânia, foi alvo de um ataque informático, que, segundo os organizadores da venda, teve origem em endereços de IP russos.
A fundação Legacy of War organizou em dezembro a venda de 50 serigrafias de Banksy, cuja identidade continua a ser desconhecida, com o preço unitário de cinco mil libras (5.660 euros), nas quais se vê um rato deslizar no exterior de um caixote de cartão, onde está impressa a palavra ‘Frágil’. O rato tenta manter-se agarrado à caixa, deixando por isso arranhões no cartão.
A venda das serigrafias, numeradas e certificadas, era limitada a uma por pessoa, tendo a Legacy of War, de acordo com informação disponível no ‘site’ da fundação, recebido “mais de um milhão de pedidos (e 3.500 ataques hostis de endereços de IP russos)”.
“Fiz 50 destas serigrafias com todas as verbas arrecadadas a irem para os nossos amigos na Ucrânia”, anunciou Banksy no seu ‘site’ oficial e na sua página na rede social Instagram. A acompanhar a frase estava uma imagem da serigrafia.
De acordo com a Legacy of War, as verbas serão usadas para a compra de ambulâncias, geradores, aquecedores e lâmpadas solares, para as pessoas privadas de eletricidade, e para continuar a apoiar abrigos para mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIA+.
Em meados de novembro, Banksy partilhou imagens de uma série de obras que pintou em paredes na Ucrânia, entre as quais a de uma rapariga a fazer ginástica apoiada com as mãos no chão, num equilíbrio quase impossível, sobre os destroços de parte de um prédio destruído pelos bombardeamentos.
A partilha destas imagens no ‘site’ e na conta de Instagram do artista, cuja identidade permanece desconhecida, são a forma de autenticação das obras.
Quando esteve na Ucrânia, Banksy esteve em contacto com a fundação Legacy of War, cujas equipas viu a levar “cuidado, aquecedores, água e o rosto amigo a pessoas desesperadas num prédio bombardeado”.
“Também me emprestaram uma das suas ambulâncias para trabalhar”, contou, citado num comunicado da fundação, referindo que o gesto “foi extremamente útil quando uma avó furiosa me viu a pintar no seu prédio e chamou a polícia”.
Os trabalhos satíricos de Bansky – ratos, polícias a beijarem-se, polícias de choque com caras de ‘smileys’ amarelos -, que refletem temas como a guerra, a pobreza infantil e o meio ambiente apareceram inicialmente em paredes de Bristol, em Inglaterra, antes de se espalharem por Londres e depois pelo resto do mundo.
A identidade de Banksy permanece um mistério, mas os seus trabalhos têm alcançado valores elevados em leilões. No entanto, a maioria das obras são vendidas à sua revelia e o artista não recebe qualquer valor das vendas.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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