Vitória justa do Sporting que jogou em inferioridade numérica quase toda a segunda parte, controlou todo o jogo, mesmo não criando muitas oportunidades, contra um Arouca sempre bem organizado, mas que só nos primeiros dez minutos da segunda parte conseguiu aproveitar a superioridade numérica para dominar e marcar o golo do empate.

Uma primeira parte dominada pelo Sporting com o Arouca com uma boa organização defensiva a não permitir ao Sporting criar muitas oportunidades para marcar, mas um excelente cruzamento de Marcus Edwards bem correspondido pelo remate do avançado do momento no futebol português fez toda a diferença.

A injusta expulsão de Diomande obrigou à saída de Marcus Edwards para Ruben Amorim recolocar a equipa com três centrais fazendo entrar Matheus Reis, passando Gonçalo Inácio para central sobre a direita, estrutura que voltaria a alterar com a entrada de Quaresma, o regresso de Gonçalo Inácio a central sobre a esquerda e o adiantamento de Matheus Reis para a posição anteriormente ocupada por Nuno Santos.

Importante foi também a entrada de Geny Catamo, um agitador, com muita capacidade técnica e execução em velocidade que ao ganhar duelos fez com que o adversário direto Veverson deixasse de se projetar no apoio ao ataque.

Daniel Ramos a perder e com mais uma unidade em campo colocou 2 jogadores mais criativos para explorar a sua boa qualidade de passe, situações de vantagens numéricas, substituições que resultaram em pleno nos primeiros 10 minutos da segunda parte com a capacidade de finalização de Mujica a vir ao de cima, que com um excelente cabeceamento, fez o empate correspondendo a um bom cruzamento de uma das apostas do técnico arouquense, o ala Jason, mas não deu sequência a esse bom inicio, também por mérito do Sporting que reagiu e voltou a ser dominador e mesmo em inferioridade numérica passou a ser mais perigoso e intencional nos seus ataques.

Pedro Gonçalves com um excelente drible e um cruzamento perfeito ofereceu de bandeja o golo a Morita que apareceu no sítio certo para fazer o 2-1. A vantagens de ter grandes jogadores é fundamental num momento em que uma equipa em inferioridade numérica vai menos vezes ao ataque, mas quando vai, fazem a diferença.

Pote não estava a fazer um dos seus melhores jogos, mas apareceu de forma decisiva quando a equipa precisou, transformando-se num dos homens do jogo.

O Sporting acabou por vencer com justiça, geriu o jogo em vantagem no marcador e reagiu quando o Arouca empatou. Não permitiu a reação da equipa arouquense que não conseguiu na parte final criar oportunidades para empatar, ficando ainda mais confortável na gestão do resultado depois da expulsão de Rafael Fernandes.

Uma equipa a jogar com 10, mas que tem Viktor Gyokeres nem parece estar em inferioridade. O sueco foi a grande figura do jogo e é impressionante o que joga e o que corre. É atualmente o melhor avançado a atuar em Portugal e o mais complicado de marcar pelos defesas contrários, bom jogo de Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves e Geny Catamo.

Javi Montero, Mujica e Sylla foram os melhores dos aveirenses de uma equipa que não soube aproveitar a vantagem numérica durante quase toda a segunda parte.

António Nobre comete um erro grave. Na minha opinião e apesar de Diomande utilizar o braço para proteger a sua posição nem falta existiu.

José Augusto Santos, Comentador Desportivo e Treinador de Futebol Nível IV UEFA Pro.