NACIONAL
ESPANHA “PREVÊ” O FIM POLÍTICO DE ANTÓNIO COSTA
Jornal espanhol “El Mundo” diz que “gestão desastrosa pode pôr fim a carreira política de Costa”. O “El Mundo” resume o que classifica de “caos” em “64 mortos, um avião fantasma e 27 aldeias evacuadas”.
Num artigo publicado esta quarta-feira, o jornal espanhol “El Mundo” fala em “evidente falta de coordenação entre as autoridades” portuguesas no combate ao incêndio de Pedrógão Grande e considera que a “gestão desastrosa da tragédia pode pôr fim à carreira política de António Costa”.
O diário refere que Portugal reagiu ao incêndio “com optimismo”, mas que tudo acabou “no mais absoluto caos”.
“A evidente falta de coordenação entre as autoridades, tanto ao nível do combate às chamas como da comunicação com os meios, provocou uma chuva de críticas à gestão do desastre por parte do Governo do primeiro-ministro António Costa e, em particular, da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa”, lê-se.
Para ilustrar a descoordenação, o jornal descreve o que se passou na terça-feira, dia que começou com a previsão da Protecção Civil de ter o fogo controlado nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco em 24 horas e que terminou com a evacuação dos municípios de Góis e Lousã e uma “confusão gerada por uma falsa notícia sobre o desaparecimento de um avião de combate a incêndios”.
O “El Mundo” diz que o vice-presidente da Câmara de Góis reconheceu “que a confusão gerada nos últimos dias criou desconfiança entre muitos residentes mais idosos, que resistiram a sair das suas casas”.
O diário faz ainda referência ao incidente com a coluna de 60 bombeiros galega que foi vetada à entrada do país.
“Inexplicavelmente, apesar de o incêndio se alastrar e os bombeiros lusos reconhecerem que as condições no terreno os ultrapassava, a ministra Urbano de Sousa vetava a entrada de uma coluna de 60 bombeiros galegos no território português. A ministra confirmou que tinha recusado a ajuda, garantindo que ‘já havia excesso de voluntarismo’ no terreno”, escreve o jornal.
O dia acabou com a confusão criada com o anúncio da queda de um avião Canadair, inicialmente confirmado pelas autoridades lusas, mas cuja nacionalidade o Ministério da Administração Interna recusava avançar.
A surpresa absoluta, diz o “El Mundo”, foi, quase duas horas depois, as autoridades virem desmentir a queda do avião.
O fogo que começou em Pedrógão Grande está hoje no quinto dia. As últimas informações indicam que não há propriamente frentes de incêndio, mas alguns focos de reacendimento a que os bombeiros estão atentos.
Pelo menos duas aldeias foram evacuadas no concelho de Góis durante a madrugada, por precaução, e mais de mil operacionais continuam no terreno. Foram também accionados 13 meios aéreos.
Este incêndio provocou a morte a 64 pessoas e ferimentos em mais de 150, sete das quais se encontram em estado grave. Uma delas é uma criança.
“El Mundo” pinta um país incapaz:
Esta não é a primeira vez que o jornal critica a reacção das autoridades portuguesas ao incêndio de Pedrógão Grande. Na segunda-feira, um editorial falava em “inoperância” e “alarmante falta de recursos” para concluir que “este terrível episódio mostra que Portugal não está preparado para fazer frente ao fogo”.
No mesmo dia, um artigo assinado por Sebastião Pereira questionava “Porque arde Portugal a cada Verão” e citava um estudo da Universidade de Vila Real para dizer que, entre os anos 2000 e 2013, “mais de metade dos fogos registados no Sul da Europa tiveram lugar em Portugal”.
Quanto a conclusões, Sebastião Pereira lembra que a Revolução de 25 de Abril de 1974 levou à privatização de muitos parques nacionais e que muitos foram cobertos de eucaliptos.
É ainda destacado que a maioria dos incêndios deflagra em aldeias abandonadas. O mesmo jornalista assina um artigo publicado esta quarta-feira de madrugada com o título “Tragédias inconcebíveis, resgates milagrosos”.
Renascença
NACIONAL
BOMBAS AUTOMÁTICAS DE INSULINA DISPONÍVEIS NAS FARMÁCIAS NOS PRÓXIMOS DIAS
As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.
As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.
“Esperamos que nos próximos dias a situação esteja estabilizada e que já seja possível fazer essa encomenda através das farmácias”, adiantou à Lusa a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino.
Em 21 de janeiro, foi publicada a portaria que criou o regime excecional de comparticipação dos dispositivos médicos de perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI) e dos respetivos consumíveis, permitindo que possam ser adquiridos nas farmácias comunitárias, uma medida que era reivindicada pelas associações representativas dos diabéticos.
A portaria do Ministério da Saúde, que entra em vigor na sexta-feira, justificou a medida com a necessidade de “melhorar o desempenho do processo atual” com o objetivo de garantir a disponibilização das bombas automáticas de insulina a um maior número de utentes e com maior celeridade.
Até agora essas bombas eram disponibilizadas através dos centros de tratamento.
“Neste momento, estamos a preparar o processo, que é algo complexo, uma vez que implica atribuir códigos informáticos a cada uma das bombas e a cada um dos consumidores das bombas”, adiantou Ema Paulino.
Além disso, está a ser adaptada a cadeia logística, ou seja, estão a ser “criadas as pontes” entre a indústria, os distribuidores farmacêuticos e as próprias farmácias, referiu a presidente da ANF, ao adiantar que também “é preciso assegurar o sistema de prescrição”.
“Os códigos que estão a ser criados para as bombas e para os consumíveis também vão ser os códigos que vão ser utilizados pelos médicos prescritores para poderem passar as receitas”, explicou.
“A informação que tenho é que não demorará mais de uma a duas semanas para todo o sistema estar estabilizado”, estimou a presidente da ANF, ao salientar que está também a ser preparada formação adicional para as equipas das farmácias no sentido de prestarem esclarecimentos aos utentes sobre os dispositivos.
A prescrição destes dispositivos só poderá ser realizada por especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria, desde que devidamente autorizados e identificados pelos centros de tratamento, reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde no âmbito da consulta onde o utente é acompanhado.
Segundo a portaria, os dispositivos médicos abrangidos por este regime excecional são comparticipados a 100% pelo Estado no seu preço, quando destinados a beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dispensados em farmácia de oficina.
O programa integrado de tratamento das pessoas com diabetes tipo 1 pretende garantir a disponibilização destes dispositivos a todos os potenciais beneficiários com desenvolvimento progressivo até 2026.
Segundo a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que tem exigido a disponibilização das bombas nas farmácias, a sua utilização pode proporcionar uma melhor compensação, assim como uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano, contribuindo para uma melhoria significativa da qualidade de vida.
A APDP estima que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1 em Portugal, 5.000 das quais serão crianças e jovens.
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina.
NACIONAL
PRODUÇÃO DE AZEITE EM PORTUGAL PODERÁ SUBIR 15% EM 2025
A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.
A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.
Em declarações à agência Lusa, Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, indicou que esta estimativa é feita com base na produção dos associados da organização.
Os olivicultores e lagares da Olivum, salientou, produziram, “no ano passado, à volta das 105 mil toneladas” de azeite e a produção apurada na campanha deste ano “foi de 120 mil toneladas”, correspondendo a um aumento de cerca de 15%.
“De acordo com a percentagem que representávamos na produção do ano passado, que era mais ou menos de 70%, prevemos que a campanha nacional deste ano ande à volta das 170 mil toneladas”, adiantou a responsável.
Segundo a diretora executiva da Olivum, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção nacional de azeite na campanha de 2024 tinha atingido as 150 mil toneladas.
“Esta percentagem [da representação da produção dos associados da Olivum em termos nacionais] pode não corresponder à realidade”, pois “muitos novos olivais foram plantados e entraram em produção”, advertiu.
Questionada pela Lusa sobre se o aumento da quantidade produzida em Portugal pode fazer descer o custo do azeite, Susana Sassetti esclareceu que “o preço não depende da produção nacional”, sendo “definido por Espanha, o maior produtor a nível mundial”.
“Se Portugal anda à volta das 150 mil ou das 200 mil toneladas, em Espanha há anos que chega a 1,4 milhões de toneladas”, comparou, lembrando que as campanhas mais recentes no país vizinho tiveram produções mais baixas, devido à seca, fazendo disparar os preços.
Assinalando que, este ano, “Espanha volta a ter a produção que normalmente costuma ter”, a diretora executiva da Olivum observou que o preço tem vindo a baixar, mas “não voltará ao nível em que estava há quatro ou cinco anos”.
Quanto à campanha deste ano, Susana Sassetti realçou que “a produção de azeitona foi maior do que a do ano passado”, mas, “em termos do rendimento em azeite, ou seja, a transformação da azeitona em azeite, acabou por ser igual à do ano passado, por causa das condições climatéricas”.
“Foi uma campanha que começou mais cedo do que normalmente costuma começar e originou bons azeites”, apesar de, na parte final, ter havido “alguma chuva e calor ao mesmo tempo, o que não é bom e favorece o surgimento de doenças ou pragas nos olivais”, acrescentou.
Com sede em Beja, a Olivum é uma associação de olivicultores e lagares e foi constituída em 2013 para dar respostas a novas questões da cultura do olival, incluindo a necessidade da defesa e representatividade do setor, na altura quase inexistente.
Esta associação representa mais de 50 mil hectares de olival, 20 lagares e cerca de 70% da produção nacional de azeite.
Portugal é o sexto maior produtor olivícola mundial e o quarto europeu.
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