ECONOMIA & FINANÇAS
EM PORTUGAL A ENERGIA ELÉCTRICA É DAS MAIS CARAS
Consultora analisou tarifas em nove países europeus e concluiu que, em Portugal, a factura da electricidade representa 5,64% no salário médio, quase o dobro do registado em Espanha.
Entre nove países e regiões da Europa analisados pela consultora de tarifas de gás natural, electricidade e telecomunicações Selectra, Portugal não só é o segundo país com o kWh mais caro, como também é o segundo país em que o valor da factura de electricidade representa uma maior percentagem do salário anual médio. Comparando com Espanha, o peso da factura da electricidade na remuneração em Portugal é quase o dobro.
A conclusão integra o último estudo da consultora francesa sobre o mercado livre de electricidade nos diferentes países em que actua na Europa: Portugal, Espanha, França, Grã-Bretanha, Bélgica, Itália, Turquia, Bulgária, e Áustria.
Os consultores analisaram os valores do Kwh em cada país, tendo como referência os preços do mercado regulado ou das tarifas básicas das empresas líderes de mercado, num agregado familiar de duas pessoas e considerando potências baixas de aproximadamente 3,45 kWh.
A Grã-Bretanha regista o valor mais alto (0,19 euros/kWh), seguida de Portugal (0,1652 euros/kWh), França e Espanha.
Ao considerar um consumo de 3 mil kWh por ano, o valor das tarifas por ano na Grã-Bretanha é de 649,5 euros, seguida por Portugal com 554,58 euros, França com 525,59 euros e Espanha com 392,86 euros. Ao contrário, no final da lista está a Turquia (165,44 euros) e a Áustria (254,2 euros).
Comparando o gasto total em electricidade com o salário médio mensal líquido em cada país, verifica-se que Portugal volta a estar em segundo lugar: a factura pesa 5,64% na remuneração média.
Portugal apenas é ultrapassado pela Bulgária, onde a factura da electricidade pesa 7,08% no salário médio. Em terceiro lugar está a Grã-Bretanha (2,67%), seguida de Espanha (2,59%).
Por sua vez, os três países em que os gastos com electricidade menos pesam no salário são a Áustria (1,17%), a Bélgica (1,23%) e Itália (1,85%).
A Selectra lembra que em Portugal o processo de liberalização dos preços da electricidade começou em 1995, de forma gradual, com a abertura primeiro para os consumidores industriais e depois, em 2006, para o segmento doméstico. De acordo com os dados da ERSE citados pela consultora, 78% dos consumidores já migraram para o mercado livre, dos quais 83% são clientes domésticos.
Na semana passada, o Parlamento aprovou na generalidade uma proposta do PCP que irá permitir aos consumidores do mercado liberalizado de electricidade voltarem para as tarifas reguladas pela ERSE. O diploma será ainda discutido na especialidade.
ECONOMIA & FINANÇAS
CTT: LUCROS CAÍRAM 54% PARA 7,4 MILHÕES NO PRIMEIRO TRIMESTRE
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa indicou que registou, nos primeiros três meses deste ano, “um resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 7,4 milhões de euros, 8,7 milhões de euros abaixo do obtido” no primeiro trimestre do ano passado.
Os rendimentos operacionais do segmento de Serviços Financeiros e Retalho atingiram 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 80,8%, indicou o grupo.
“Este desempenho desfavorável, quando comparado com período homólogo, advém na sua maior parte do comportamento dos títulos de dívida pública”, destacou.
Segundo os CTT, “no primeiro trimestre de 2023, os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários”, mas a “alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor”.
Assim, no período em análise, foram efetuadas subscrições destes instrumentos “no montante de 294,8 milhões de euros o que compara com 7,5 mil milhões de euros de subscrição” no primeiro trimestre de 2023, destacou.
ECONOMIA & FINANÇAS
RENOVÁVEIS ABASTECEM 90% DO CONSUMO DE ELETRICIDADE ATÉ ABRIL
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
Nos primeiros quatro meses do ano, a produção hidroelétrica abasteceu 48% do consumo, a eólica 30%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 6%, detalhou, em comunicado, hoje divulgado, a gestora dos sistemas nacionais de eletricidade e de gás natural.
Já a produção a gás natural abasteceu 9% do consumo, enquanto o saldo de trocas com o estrangeiro foi praticamente nulo.
Numa análise ao mês de abril, observou-se que a produção renovável foi responsável por abastecer 94,9% do consumo de eletricidade, tratando-se da quarta vez consecutiva com valores mensais acima dos 80%, depois dos 91% em março, 88% em fevereiro e 81% em janeiro.
Em abril, o consumo de energia elétrica cresceu 3,4%, representando uma subida de 0,2% considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.
No mês em análise, o índice de produtibilidade hidroelétrico atingiu 1,49, o eólico 1,08 e o solar 1,01 (médias históricas de 1), enquanto a componente solar, embora seja a menos significativa das três, continuou a crescer significativamente, tendo atingido em abril o peso mensal mais elevado de sempre, correspondendo a 10,5% do consumo.
Já a produção de eletricidade através de gás natural manteve uma tendência de redução do consumo, com uma descida mensal homóloga de 86%, uma vez que fica condicionada pela elevada disponibilidade de energia renovável.
No sentido oposto, o consumo de gás natural no segmento convencional registou uma subida homóloga próxima dos 5%.
No final de abril, o consumo acumulado anual de gás registou uma variação homóloga negativa de 12%, com o segmento de produção de energia elétrica a contrair 50% e o segmento convencional a crescer 5,6%.
Segundo a REN, trata-se do consumo mais baixo desde 2004 para o período em causa.
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