INTERNACIONAL
BARCELONA: MILHARES GRITARAM: “NÃO TEMOS MEDO”
Milhares de pessoas estiveram hoje no centro de Barcelona, a gritar ‘não tenho medo’ em catalão, após o minuto de silêncio em homenagem as vítimas do atentado.
Milhares de pessoas estiveram hoje mais de 10 minutos concentradas na praça da Catalunha, no centro de Barcelona, a gritar ‘não tenho medo’ em catalão e a bater palmas após o minuto de silêncio em homenagem as vitimas do atentado desta quinta-feira, 17 de Agosto.
Sob um sol abrasador e após um minuto em silêncio absoluto, apenas interrompido pelo som das asas dos pombos que sobrevoavam a zona, milhares de pessoas manifestaram assim a sua solidariedade e a sua determinação em não deixar que o atentado mude a sua forma de viver.
“Não teremos medo, façam o que fizerem. Assim se mostra que não poderão connosco. Eles são poucos comparados connosco”, disse à Lusa António Gomez, um catalão de 51 anos que empunhava um cartaz a garantir que o medo não vencerá.
Para o activista, que diz lutar contra as injustiças como ‘hobbie’, Barcelona não se deixará abater pelo medo.
“Barcelona é forte. Hoje está triste, mas amanhã estará alegre”.
Durante os minutos em que durou a homenagem de hoje na Praça da Catalunha, que começou às 12:00 locais com um minuto de silêncio presidido pelo rei e pelo presidente do Governo espanhol, os milhares de pessoas que enchiam aquela monumental praça iam alternando entre silêncio total, aplausos, palmas ritmadas e gritos de ‘No tinc por!’” (Não tenho medo! em catalão).
A harmonia foi apenas interrompida momentaneamente quando uma mulher agitou uma bandeira de Espanha, motivando assobios numa altura em que a Catalunha discute a realização de mais um referendo pela independência.
“Não é momento para isto. Tão tonta é ela como os que a assobiaram. Hoje é dia de homenagear as vítimas”, disse António Gomez.
Quando a multidão começou a desmobilizar, um grupo de seis homens permaneceu firme no meio da praça, a empunhar folhas A4 com as mensagens “Amor para todos, ódio para ninguém” e “Unidos contra o terrorismo”.
À Lusa, um deles, Tarik Ata, explicou tratar-se de uma iniciativa da Comunidade Muçulmana Ahmadia, que está em todo o mundo, e desde 1946 em Espanha e que trabalha para dar a conhecer os ensinamentos do islão.
“Condenamos todo o tipo de terrorismo, especialmente se cometido em nome do Islão”, disse o representante, recordando que a sua religião é pacífica e que “o conceito de guerra santa nem sequer existe no islão”.
“Somos todos humanos, somos todos iguais”, afirmou.
Catorze pessoas morreram e cerca de uma centena ficou ferida num atentado terrorista em Barcelona, na tarde de quinta-feira, quando uma furgoneta galgou um passeio e atropelou dezenas de pessoas, nas Ramblas, no centro da cidade. Entre as vítimas mortais está uma portuguesa, disse fonte do Governo português. Existe ainda uma outra portuguesa desaparecida.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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