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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

PORTUGAL ESTÁ TRANSFORMAR-SE NUM DESERTO

“Portugal está a ficar como Marrocos ou Tunísia”, diz um especialista em alterações climáticas. O professor e investigador Filipe Duarte Santos alertou hoje para o avanço do deserto nos países do norte de África, que leva a que Portugal comece a ter o clima de Marrocos, Argélia ou a Tunísia.

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O professor e investigador Filipe Duarte Santos alertou hoje para o avanço do deserto nos países do norte de África, que leva a que Portugal comece a ter o clima de Marrocos, Argélia ou a Tunísia.

O professor da Faculdade de Ciências de Universidade de Lisboa e presidente do Conselho Nacional do Ambiente falava em Évora numa mesa redonda sobre adaptação às alterações climáticas, no âmbito de um Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento, ENEG 2017, que hoje começou em Évora e que junta centenas de especialistas da área da água.

“A mudança climática traduz-se pelo alargamento da zona climática tropical, o deserto está a ser empurrado para norte. É essencial no setor da água ter esta mudança climática em conta”, disse o especialista em alterações climáticas, admitindo que em Portugal, por ser um país muito antigo, não seja fácil às pessoas aceitarem que esse país está a mudar e que o clima muda.

Filipe Duarte Santos, que dirigiu o projeto Alterações Climáticas em Portugal: Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação (SIAM), alertou para o regadio, que, a médio e longo prazo pode não ser viável, e deixou uma sugestão: transferir os sobreiros para o norte do país.

“O montado, diz a ciência, não sobrevive”, afirmou, considerando que não serão doenças mas a falta de água que o vai extinguir no Alentejo. Para manter a produção de cortiça, disse, “razoável era ajudar o montado a migrar em altitude e para norte”, até tendo em conta os locais que este ano foram afetados pelos incêndios, sugeriu.

A questão das alterações climáticas e ambientais em termos gerais, nas palavras da investigadora do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) Rafaela Matos, é seguida de forma mais eficiente nos países escandinavos do que em Portugal, devendo em poucos anos Copenhaga tornar-se a primeira cidade neutra em carbono.

“Na Dinamarca a sensibilização para questões ambientais começou muito mais cedo, a engenharia do ambiente existe há 150 anos”, disse, defendendo para Portugal a construção de consensos políticos a médio e longo prazo, o que a Dinamarca fez.

Rafaela Matos defendeu a necessidade de melhorar as perdas de água e as taxas de reutilização, que “não orgulham”.

Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Évora, preferiu uma visão global da questão, afirmando que perante um problema planetário e estrutural as respostas têm de ser planetárias e estruturais, porque não se resolvem a nível autárquico ou a nível nacional, o que não significa que as autoridades locais não possam ter um papel na resolução de problemas.

Jorge Vazquez, administrador da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA), entidade que está a promover mais 50 mil hectares de regadio, deu como exemplo a importância da estrutura do Alentejo para todo a região e país.

E disse que o regadio é um instrumento de ordenamento do território, e que a “agricultura para ser competitiva tem de ser de regadio”, ou que o regadio “é incontornável” na resposta à pergunta de se justificar ou não continuar a regar em situações cada vez mais graves de seca.

“Se Portugal não armazenar e economizar para a usar no verão não é a agricultura que está em causa e a sobrevivência do país”, disse, acrescentando que é necessário um bom ano hidrológico para encher Alqueva, lamentando que em anos em que choveu muito não se tivesse “outro Alqueva”.

A água da albufeira, afirmou, não é na albufeira que é necessária, mas em locais onde é útil, a 100 ou 200 quilómetros de Alqueva”, afirmou.

Filipe Duarte Santos tinha dito antes, citando estudos, que a Península Ibérica pode ter no futuro secas de oito anos.

LUSA | Jornal Económico

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

CIENTISTAS CRIAM CÉLULAS PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH

Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

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Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

A Universidade de Coimbra referiu que esta investigação abre caminho para o desenvolvimento de células que possam vir a ser usadas no tratamento desta doença neurodegenerativa que afeta, nomeadamente, os movimentos e a articulação verbal, e que tem grande incidência em Portugal.

A líder do estudo, Liliana Mendonça, explicou que a descoberta feita pela equipa de investigação demonstra a viabilidade da aplicação de terapias personalizadas a pessoas portadoras desta doença, através da criação de células estaminais dos doentes que se pretendem tratar.

Isto irá traduzir-se numa maior aceitação do transplante, frisou a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB).

Consideradas muito versáteis, as células estaminais permitem dar origem a células especializadas de vários tecidos e órgãos do corpo humano.

A doença de Machado-Joseph ainda não tem tratamento. O cerebelo é uma das regiões do cérebro mais afetadas, levando a extensa morte neuronal, dificuldades de coordenação motora, de deglutição e de articulação do discurso.

“Tem uma grande prevalência nos Açores, especialmente na ilha das Flores, que regista a maior incidência da doença a nível mundial”, contou a investigadora.

A equipa de investigação criou células que demonstraram ter capacidade de originar neurónios em culturas celulares (conjunto de técnicas para testar o comportamento de células num ambiente artificial) e também em organóides cerebrais (tecidos gerados ‘in vitro’, ou seja, fora de organismos vivos).

Segundo Liliana Mendonça, simultaneamente, os investigadores observaram que as células estaminais humanas sobreviveram até seis meses após transplante no cerebelo do modelo animal, tendo-se diferenciado em células da glia (células do sistema nervoso central que desempenham diversas funções) e neurónios, o que significa que revelaram ter potencial para atuar positivamente no controlo de doenças neurodegenerativas.

“Existe uma elevada necessidade de desenvolver estratégias terapêuticas que possam tratar doenças neurodegenerativas, que, de forma robusta, melhorem a qualidade de vida dos doentes, contribuindo, assim, para reduzir os encargos de saúde dos sistemas de saúde e das famílias destes doentes”, alertou.

Este trabalho, que foi desenvolvido pela equipa do Grupo de Investigação de Terapias Génicas e Estaminais para o Cérebro do CNC-UC, encontra-se a ser aprofundado.

Um dos objetivos é estudar de que forma é que estas células conseguem melhorar os problemas de coordenação motora da doença, com recurso a um modelo animal.

A coordenadora da investigação avançou que os cientistas vão também desenvolver estratégias para melhorar a migração das células e, seguidamente, a sua diferenciação em neurónios cerebelares, após o seu transplante para o cérebro, algo que pode aumentar significativamente os efeitos terapêuticos destas células.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

IDENTIFICADAS CÉLULAS-CHAVE PARA PREVENIR A ATEROSCLEROSE NO SÍNDROME DA PROGÉRIA

Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

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Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

A síndrome de Progéria é uma doença genética extremamente rara que afeta 1 em 20 milhões de pessoas, e estima-se que afete cerca de 400 crianças em todo o mundo. A doença é caracterizada por induzir envelhecimento acelerado, aterosclerose grave e morte prematura em idade média de aproximadamente 15 anos.

Os resultados da nova investigação foram publicados esta segunda-feira no The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e participaram no estudo cientistas do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular (CNIC) do Instituto de Saúde Carlos III, do Centro de Investigação em Rede de Doenças Cardiovasculares, do Centro de Investigação Biológica Margarita Salas do Conselho Superior de Investigação Científica, da Universidade de Oviedo (todos em Espanha) e da Universidade Queen Mary de Londres (Reino Unido).

As doenças raras representam um grande problema social e de saúde, uma vez que se estima que existam perto de 7.000 e que afetem sete por cento da população mundial, recordou o CNIC, citado pela agência Efe.

Embora os pacientes com este síndrome normalmente não apresentem os fatores de risco cardiovasculares típicos (hipercolesterolemia, obesidade ou tabagismo), a sua principal causa de morte são as complicações da aterosclerose, como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca.

Atualmente não há cura para a progéria, observou o CNIC, e enfatizou a urgência do desenvolvimento de novas terapias que previnam a aterosclerose e outras alterações vasculares associadas à doença para aumentar a expectativa de vida dos pacientes.

A causa genética da doença é uma mutação num gene (LMNA) que provoca a expressão da progerina, uma versão mutante da proteína nuclear “lamina A” que induz numerosos efeitos nocivos a nível celular e do organismo, explicou o CNIC, em comunicado.

Estudos recentes desta síndrome realizados em modelos animais mostraram que é possível corrigir esta mutação através da edição genética, e que a consequente eliminação da progerina e recuperação da expressão da “lâmina A” melhora as alterações características do doenças e prolonga a expectativa de vida.

Para otimizar a terapia genética para o potencial tratamento de pacientes com progéria, é importante identificar os tipos de células nos quais a deleção da progerina produz mais benefícios.

Para responder a esta questão, o laboratório do investigador Vicente Andrés (CNIC) gerou ratos com esta síndrome e os investigadores apontaram as células musculares lisas vasculares como um possível alvo terapêutico para combater a aterosclerose prematura na progéria.

No novo trabalho publicado pela PNAS e utilizando os mesmos tipos de ratos, os investigadores estudaram se a aterosclerose associada a esta síndrome pode ser evitada suprimindo a progerina e restaurando a “lâmina A” nas células “endoteliais” ou em células musculares lisas vasculares.

Os cientistas descobriram assim que a eliminação da progerina nas células endoteliais não trazia nenhum benefício, mas trazia quando era eliminada nas células musculares lisas vasculares.

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