INTERNACIONAL
O PREOCUPANTE MERCADO DA DROGA NA “DARK NET”
Milhões de pessoas compram droga anonimamente ‘online’, escondidas na “Internet Negra” que as autoridades encaram como uma ameaça crescente à saúde e à segurança, segundo um relatório hoje apresentado em Lisboa.
Milhões de pessoas compram droga anonimamente ‘online’, escondidas na “Internet Negra” que as autoridades encaram como uma ameaça crescente à saúde e à segurança, segundo um relatório hoje apresentado em Lisboa.
Num relatório elaborado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês), sedeado em Lisboa, e pela Europol, conclui-se que o mercado de drogas na “Darknet” é volátil, com vendedores e compradores a mudarem rapidamente de plataforma quando são descobertos e requer conhecimentos tecnológicos que faltam às autoridades.
O diretor do Observatório, Alexis Goosdeel, salientou que “com alguns cliques, pode comprar-se qualquer tipo de droga na ‘Darknet’, sejam sintéticas, ‘cannabis’, cocaína, heroína ou uma série de novas substâncias psicoativas”.
O comissário europeu para os Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos, defendeu que a polícia precisa de “estar um passo à frente” dos criminosos em vez de “jogar à apanhada”, indicando que a política tem que ser trabalho em conjunto entre autoridades policiais, administrações centrais e organismos comunitários.
“O nosso objetivo é evitar que grandes lucros provenientes da venda de drogas acabem nos bolsos de grupos de crime organizado na Europa e fora dela, mas acima de tudo proteger a saúde dos nossos cidadãos, em particular a dos nossos jovens”, declarou.
Uma das conclusões do relatório é que faltam peritos capazes e investimento, notando-se que dentro da União Europeia se verifica que “a muitas autoridades faltam peritos que tenham ao mesmo tempo conhecimentos tecnológicos para investigar o cibercrime e combater o tráfico de estupefacientes”.
Os mercados da ‘Darknet’ são comparáveis a outros serviços de transações, como o eBay ou a Amazon, mas os seus utilizadores conseguem manter o anonimato usando programas como o Tor, um dos mais conhecidos, que filtra os dados de cada utilizador e passa-os por milhares de servidores diferentes, impossibilitando a sua localização.
Os “sites” em que se movimentam são invisíveis aos motores de busca convencionais e é frequente mudarem de endereço.
Criado pela Marinha norte-americana, o Tor é legal e foi criado para possibilitar o acesso à Internet sob anonimato em regimes repressivos.
Estima-se que atualmente, cerca de dois milhões de pessoas usem o Tor, que proporciona acesso a cerca de 5.000 serviços anónimos, mais de metade dos quais usados para fins ilícitos.
Motores de busca como o Grams permitem a um utilizador pesquisar pelos termos que lhe interessam e ser levado às ofertas dos vendedores disponíveis.
Com nomes como Silk Road 3.0, Dream Market ou Valhalla, o Observatório e a Europol afirmam que há 14 mercados atualmente a funcionar, com volumes de venda de drogas “atualmente modestos, mas com significado e com potencial para crescer”.
Entre 2011 e 2016, as maiores fatias da venda de drogas pela ‘Darknet’ efetuada dentro da União Europeia provieram da Alemanha (26,6 milhões de euros), o Reino Unido, (20.3 milhões) e Holanda (17,9 milhões).
Na ‘Darknet’, o modelo de negócio predominante é a venda a retalho, em quantidades pequenas, sobretudo de cocaína e ‘cannabis’, mas em quantidades maiores no que toca a ‘ecstasy’ e opióides.
Analisando milhares de transações, verifica-se que um grama de cocaína custa em média 84 euros e cinco gramas de ‘cannabis’ custam cerca de 60 euros.
Na avaliação da Europol e do Observatório, a ‘Darknet’ “afirmou-se como uma plataforma-chave para oferecer todo o tipo de bens e serviços”.
“Difícil de policiar e de fácil acesso”, serve para distribuir principalmente drogas, que compõem dois terços da atividade total, mas também armas de fogo, bens contrafeitos e documentos fraudulentos, a um ritmo “florescente e altamente dinâmico”.
O anonimato torna difícil às autoridades avaliar exatamente até que ponto o crime organizado está presente ou controla estes mercados.
INTERNACIONAL
NATO: EXERCÍCIO INTERNACIONAL “ORION24” EM SANTA MARGARIDA
Mais de 1.400 militares oriundos de quatro países da NATO vão estar envolvidos a partir desta segunda-feira e até 10 de maio no Campo Militar de Santa Margarida (Constância) no Orion24, o maior exercício anual conduzido pelo Exército português.
Mais de 1.400 militares oriundos de quatro países da NATO vão estar envolvidos a partir desta segunda-feira e até 10 de maio no Campo Militar de Santa Margarida (Constância) no Orion24, o maior exercício anual conduzido pelo Exército português.
“O Exercício Orion24 é o principal exercício tático programado pelo Exército Português e liderado pelo Comando da Componente Terrestre, e faz parte do Programa de Treino e Exercícios Militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)”, envolvendo militares do Exército, mas também da Força Aérea Portuguesa e de algumas Nações Aliadas, indicou esta segunda-feira à Lusa fonte oficial do Exército.
O exercício, que vai decorrer sob um cenário de intervenção ao abrigo do artigo 5º [do Tratado do Atlântico Norte], com prática de “coordenação” e “interoperabilidade com países aliados“, envolve carro de combate e treino conjunto com fogos reais no Campo Militar de Santa Margarida, no distrito de Santarém, com forças militares de quatro países da NATO, a par de observadores norte-americanos.
O Orion24, segundo o Exército, “centra-se num exercício de prontidão, onde o Comando das Forças Terrestres fornece a estrutura de Comando e Controlo para o planeamento das forças e a execução descentralizada”, em exercício que envolve cerca de 1.400 participantes, dos quais 129 militares espanhóis, 25 romenos e 17 eslovacos.
Das viaturas que irão integrar o exercício, destacam-se carros de combate e viaturas blindadas como os Leopard 2 A6 e M113, as Pandur, as VAMTAC (viaturas de rodas 4×4), ou as Pizarro, viaturas blindadas espanholas.
O Orion24, que decorre de 29 de abril a 10 de maio, inclui a fase de projeção e retração de tropas e engloba um exercício de transmissões e treino cruzado de operações, culminando com uma ação de fogos reais conjunto.
O cenário a utilizar no Orion24 “assenta no mais recente e realista cenário da NATO, baseado em operações correntes e futuras da Aliança”, disse à Lusa fonte oficial do Exército, no âmbito de um exercício que será centrado na componente terrestre mas que contará também com a participação de dois F16 da Força Aérea Portuguesa.
“Treinar a interoperabilidade entre militares de vários países em operações táticas ofensivas, defensivas, e em operações de retardamento e de reconhecimento, no âmbito do planeamento, coordenação e execução para missões da NATO ao abrigo do Artigo 5º”, são alguns dos objetivos do Orion24, que culminará com um exercício multinacional com fogos reais envolvendo viaturas blindadas e tiros de carros de combate e de metralhadoras pesadas.
No Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, que vincula as partes envolvidas, pode ler-se que “um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas, e, consequentemente, concordam em que, se um tal ataque armado se verificar, cada uma, no exercício do direito de legítima defesa, individual ou coletiva, reconhecido pelo artigo 51.° da Carta das Nações Unidas, prestará assistência à Parte ou Partes assim atacadas, praticando sem demora, individualmente e de acordo com as restantes Partes, a ação que considerar necessária, inclusive o emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte”.
A fase final de execução do Orion24 será dedicada à execução de fogos reais, cuja finalidade é a “sincronização do fogo, o movimento e manobra tática das forças terrestres, num exercício caracterizado pela sua matriz combinada e onde as múltiplas capacidades e valências do Exército português vão treinar de forma conjunta com militares de Exércitos de países aliados”, nomeadamente de Espanha, Roménia e Eslováquia.
INTERNACIONAL
GUERRA: BÉLGICA ANUNCIA ENTREGA DE CAÇAS F-16 À UCRÂNIA
O Governo belga anunciou hoje a decisão de acelerar a entrega de caças F-16 para a Ucrânia, tendo como objetivo que o primeiro avião de combate chegue no final do ano.
O Governo belga anunciou hoje a decisão de acelerar a entrega de caças F-16 para a Ucrânia, tendo como objetivo que o primeiro avião de combate chegue no final do ano.
“Em coordenação com os nossos aliados F-16 e parceiros de coligação, o nosso país fará tudo o que estiver ao seu alcance para acelerar a entrega, se possível antes do final deste ano”, declarou a ministra da Defesa belga, Ludivine Dedonder, segundo o canal RTBF.
O Governo de Bruxelas indicou que terão de ser cumpridos três critérios: garantir a segurança do território belga, manter a operacionalidade da sua defesa e respeitar os compromissos internacionais, nomeadamente no quadro da NATO.
Além disso, os pilotos e técnicos ucranianos terão de estar suficientemente treinados para poderem operar estas aeronaves.
A Bélgica juntou-se à coligação internacional de F-16 em maio do ano passado e, inicialmente, a sua participação limitou-se à formação de pilotos ucranianos e de pessoal de apoio técnico e logístico, à semelhança de outros países como Portugal.
Após um estudo do Ministério da Defesa, o Governo decidiu entregar também aeronaves, que têm de ser retiradas do serviço e substituídas por F-35 mais modernos.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, anunciou em outubro passado, juntamente com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma visita surpresa deste último a Bruxelas, que a Bélgica estaria em condições de fornecer a Kiev os seus caças a partir de 2025.
A Bélgica também planeia enviar mísseis para sistemas de defesa aérea a partir dos seus próprios ‘stocks’, bem como atribuir 200 milhões de euros para participar na iniciativa alemã de fornecer estes equipamentos à Ucrânia.
“Continuaremos a mobilizar-nos nas próximas semanas para apoiar a Ucrânia. A nossa mensagem permanece a mesma: no dia em que a Rússia parar a sua invasão e desistir dos territórios ocupados ilegalmente, o conflito terminará”, declarou Ludivine Dedonder, insistindo que as hostilidades devem cessar e que o diálogo político e diplomático retomado.
No total, Países Baixos, Dinamarca, Bélgica e Noruega prometeram o envio de 45 caças para a Ucrânia.
As autoridades de Kiev têm exigido desde o começo da invasão da Rússia, em fevereiro de 2022, o envio de caças modernos, mas só em agosto do ano passado os Estados Unidos aprovaram a transferência dos caças norte-americanos da Dinamarca e da Holanda, que já se tinham oferecido para ceder estes aparelhos.
A chegada dos primeiros aparelhos foi indicada para acontecer no primeiro semestre deste ano, mas ainda não foi revelada nenhuma data, ao mesmo tempo que os pilotos ucranianos e pessoal de apoio mecânico e logístico prosseguem a sua formação em vários países aliados.
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