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VIMIOSO: OBSERVATÓRIO TRANSFRONTEIRIÇO VAI MONITORIZAR FAUNA E HABITATS NATURAIS

O projeto transfronteiriço “OET Durius”, que junta entidades portuguesas e espanholas, pretende implementar um observatório ecológico em torno do território do Douro Internacional para monitorizar a fauna e os habitats naturais, foi hoje divulgado.

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O projeto transfronteiriço “OET Durius”, que junta entidades portuguesas e espanholas, pretende implementar um observatório ecológico em torno do território do Douro Internacional para monitorizar a fauna e os habitats naturais, foi hoje divulgado.

“Através deste observatório transfronteiriço, o projeto ibérico ‘OET Durius’ está a compilar observação científica referente ao território do Douro Internacional, como a presença humana e forma como interage na região com impacto na fauna existentes e nos seus habitats”, explicou à agência Lusa Helena Raposeira, uma das investigadoras ligadas ao projeto.

Segundo a investigadora da Associação Palombar, com sede em Vimioso, no distrito de Bragança, um dos parceiros estratégicos neste projeto ibérico, o primeiro passo envolve a definição das espécies a monitorizar e avaliar os locais no território onde encontram problemas de conectividade com a finalidade de as melhorar.

“Para isso, é necessário que as espécies selecionadas representem, no seu conjunto, toda a diversidade de fauna nativa e os processos ecológicos inerentes à sua subsistência na região, sendo a lontra (Lutra lutra) e o tartaranhão-caçador (Circus pygargus) duas das espécies de mamíferos subaquáticos que foram selecionadas para integrar este estudo por cumprirem alguns dos critérios estabelecidos.

Segundo Helena Raposeira, os dados de presença destas espécies serão importantes para a definição de estratégias com vista a assegurar a existência de corredores ecológicos eficazes em torno da região do rio Douro em Portugal e em Espanha.

“Outro fator-chave do estudo passa por identificar as potenciais barreiras que condicionam a conectividade das espécies, como, por exemplo, barragens, parques eólicos e estradas; conhecer a distribuição e as áreas vitais das espécies visadas e, identificar os corredores já existentes para definir novos espaços ecológicos”, vincou.

A investigadora acrescentou ainda que toda a informação obtida durante este trabalho será integrada no Observatório Ecológico Transfronteiriço do Douro “OET Durius”, que consistirá numa plataforma digital de fácil acesso e permitirá a consulta, interação e atualização dos dados, sendo gradualmente ampliada.

“Este observatório pretende ser uma ferramenta fundamental para garantir a proteção, a conservação e a conectividade da biodiversidade dos ecossistemas naturais, rurais e do meio urbano do corredor ecológico do Douro, com base na cooperação ibérica”, explicou.

Este projeto será implementado até 2027, sendo financiado em 75% pelo programa Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027 da União Europeia (UE).

O projeto está a ser coordenado pela Fundação Santa María la Real, em Espanha, contando com vários parceiros ibéricos, entre os quais a Palombar – Conservação da Natureza e do Património, Universidade de Salamanca, Comunidade intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes e CIM Douro.

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PORTO: ACUSADO DE TENTAR MATAR 3 PESSOAS ALEGA “DISPAROS ACIDENTAIS”

O homem acusado de tentativa de homicídio de três pessoas no bairro da Pasteleira Nova, no Porto, em julho de 2022, afirmou esta terça-feira que “nunca tentou matar ninguém” e que os disparos formam acidentais.

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O homem acusado de tentativa de homicídio de três pessoas no bairro da Pasteleira Nova, no Porto, em julho de 2022, afirmou esta terça-feira que “nunca tentou matar ninguém” e que os disparos formam acidentais.

A prestar declarações no julgamento que começou esta tarde no Tribunal de S. João Novo, o arguido explicou que viu um “homem a erguer algo que parecia um pau” contra “algumas pessoas” e que, “sem pensar”, tirou-lhe “aquilo da mão’.

“Quando agarrei é que vi que era uma caçadeira, atirei aquilo para o chão e aquilo disparou”, disse.

O arguido está acusado de três crimes de tentativa de homicídio qualificado, sendo que o MP acredita que o arguido, de 28 anos, no dia 15 de julho de 2022, estava no Bairro da Pasteleira Nova a vender droga, quando, sem que nada o fizesse prever, sacou de uma ‘shotgun’ e disparou contra outros três homens que aguardavam na fila para comprar droga.

A acusação do Ministério Público (MP) diz que não houve qualquer troca de palavras ou confronto físico, mas que decidiu que lhes iria tirar a vida. Efetuou um disparo – quando estava a apenas um metro de uma das vítimas -, atingindo os bagos de chumbo várias partes do corpo dos ofendidos.

Uma das vítimas foi atingida no tórax e abdómen. Os chumbos chegaram-lhe aos pulmões, fígado e rins. Outro dos homens foi atingido no tórax, pescoço e braços. A terceira vítima foi atingida num lábio, nariz e antebraço direito.

Ao tribunal, o arguido negou, como apontava a acusação, que estava a vender droga no bairro: “Fui lá levar um brinquedo à minha filha e ao descer a rua vi uma confusão e um tipo a erguer o que me pareceu um pau. Sem pensar tirei-lhe da mão, atirei ao chão e aquilo disparou logo”.

E continuou: “Não apontei nada a ninguém. Quando vi que estavam dois senhores caídos eu tentei acudi-los até ao fim da forma que pude e depois entrei em pânico e fui embora”.

Uma das testemunhas, um dos homens atingidos pelos disparos, contrariou a tese do disparo acidental: “Fui ao bairro para comprar estupefacientes. Estava a pousar a bicicleta e de repente olho assim e pum”.

“Vi quem fez o disparo. Ele fez o disparo”, afirmou esta testemunha, salientando, mais tarde, que não viu o arguido a apontar-lhe a arma mas que o viu a “apontar a outras duas pessoas”.

Esta vítima referiu ainda que o arguido, a quem disse conhecer de vista ali do bairro, não lhe prestou auxílio.

Na sessão desta tarde, foi também ouvido um inspetor da Polícia Judiciária que esteve no local para realizar perícias, que explicou que a arma do crime nunca foi apreendida e que “não é possível dizer” se os disparos foram, ou não, feitos de forma acidental quando a arma caiu ao chão, como afirmou o arguido.

“Nas diligências é apontado a ausência de algum conflito que pudesse levar a esta ação [ao arguido disparar de forma intencional sobre as vítimas]”, disse ainda aquele inspetor.

Chamada a depor, outra das vítimas, de 59 anos, explicou que naquela noite foi ao bairro da Pasteleira, vindo de Viseu, “levar um rapaz” em troca da venda de uma dose de produto estupefaciente, sendo que o tal rapaz “ia lá comprar droga”.

“Estava encostado a um muro a ver a compra, depois só sei que caí. Depois perdi os sentidos, comecei a transpirar e só sentia um ardume nas costas. Não sei quem me ajudou a levantar e a meter-me no carro”, descreveu, referindo que o tal rapaz “também apanhou com chumbo no lábio”.

Segundo a testemunha, foi o rapaz de Viseu, e terceira vítima, que o levou ao hospital, tendo negado ter visto alguma arma, ou quem disparou, e ter ouvido qualquer discussão.

Ouvida também esta tarde, na qualidade de testemunha, a terceira vítima, de 46 anos, confirmou estar no bairro a comprar droga: “Desde que saí do carro até acontecer, foram dois, três minutos no máximo. Houve o estouro e só ouvi ai, ai, ai” descreveu, tendo negado ter visto qualquer arma no local ou alguém a disparar.

Também esta testemunha negou que o arguido tenha ajudado as vítimas.

O julgamento continua dia 11 de março com as alegações finais.

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MIRANDA DO DOURO: INVESTIMENTO DE 1,4 MILHÕES NAS RAÇAS AUTÓCTONES

Miranda do Douro passa a dispor de um Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones (CVMRA), com um laboratório de conservação de sémen que custou de 1,4 milhões de euros, disse hoje à Lusa fonte da autarquia.

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Miranda do Douro passa a dispor de um Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones (CVMRA), com um laboratório de conservação de sémen que custou de 1,4 milhões de euros, disse hoje à Lusa fonte da autarquia.

“O CVMRA é uma unidade de melhoramento animal, no qual foram investidos cerca de 1,4 milhões de euros, financiados a 85% por comunitários, que tem alocado um laboratório com tecnologia de ponta para a seleção e controlo de sémen e dos embriões animais necessários para o melhoramento genético das raças autóctones”, explicou à Lusa o vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, que tem os pelouros da Agricultura e Pecuária

Segundo o autarca, nesta primeira fase vai-se utilizar esta tecnologia na área da inseminação artificial, e recolha de sémen e embriões, promovendo o melhoramento genético das raças autóctones do território do Nordeste Transmontano, com incidência nos pequenos ruminantes, tais como cabras e ovelhas.

“Neste momento, a operação de inseminação destes animais tem de ser realizada fora dos concelhos do Planalto Mirandês e do distrito de Bragança. Agora, dispomos de um centro que poderá realizar este tipo de intervenção. No futuro, não esta colocada de lado a hipótese de que outras espécies, como os bovinos e asininos de outras raças autóctones existentes no nosso país possam, aqui, ser melhoradas”, explicou Nuno Rodrigues.

O projeto conta com o apoio científico e técnico de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

“Com saber científico destas duas instituições de ensino, através investigadores e cientistas, podemos levar a bom porto um projeto de topo na área de recolha de sémen, embriões e inseminação de artificial, para o melhorar o património genético das raças autóctones existentes em Portugal ”, disse autarca.

Segundo Nuno Rodrigues, a estas duas instituições de ensino superior juntar-se-ão ao projeto a Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, a Associação de Criadores do Ovinos de Raça Churra, a Associação Para o Estado e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Cooperativa Agrícola de Palaçoulo, entre outras organizações pecuárias do território transmontano.

“O objetivo é que o CVMRA seja uma unidade promotora de desenvolvimento de ações de caracterização, conservação e utilização sustentável de recursos genéticos relacionados com as raças autóctones e centro de armazenamento e produção de sémen para pequenos ruminantes, trabalhando, intimamente, com as associações de criadores no apoio ao desenvolvimento de algumas das ações dos seus programas de melhoramento e conservação animal”, vincou.

Ao criar esta infraestrutura orgânica, o município de Miranda do Douro reconhece as raças autóctones como símbolos identitários territoriais e contempla a necessidade de associar a produção/criação destas raças com o turismo no espaço rural dada a qualidade dos produtos que lhes estão associados e importância económica para as populações.

O autarca apelou ainda ao Ministério da Agricultura que olhe “com bons olhos, para este tipo de equipamento, que vai construir para o melhoramento genético das raças autóctones, que são um motor para desenvolvimento da atividade pecuária em Portugal”, disse.

Este novo equipamento de melhoramento da genética animal será inaugurado no sábado.

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