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ARTE & CULTURA

FESTA DO CINEMA LEVOU 130 MIL PORTUGUESES À SÉTIMA ARTE

A quarta edição da Festa do Cinema levou um total de 133.572 espectadores às salas portuguesas, com a oferta de sessões a preços reduzidos, entre segunda e quarta-feira, anunciou hoje a organização da iniciativa.

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A quarta edição da Festa do Cinema levou um total de 133.572 espectadores às salas portuguesas, com a oferta de sessões a preços reduzidos, entre segunda e quarta-feira, anunciou hoje a organização da iniciativa.

De acordo com os números hoje divulgados, o terceiro e último dia da Festa do Cinema, a passada quarta-feira, “foi o mais concorrido”, com um total de 56.240 bilhetes vendidos para as 1.846 sessões realizadas nesta data, de norte a sul do país.

Segundo a organização, estes números dão corpo a “uma das melhores quartas-feiras de 2019” nos cinemas portugueses, tendo sido “ultrapassada apenas pelas [quartas-feiras das] semanas de estreia dos grandes ‘blockbusters’ ‘Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto’, ‘Capitão Marvel’ e ‘Vingadores: Endgame'”.

O filme mais visto durante os dias da festa foi “Pokémon: Detetive Pikachu”, que somou 40.371 espectadores, seguindo-se “Vingadores: Endgame”, em segundo lugar, e “Seduz-me se és Capaz”, em terceiro, adiantam os promotores da iniciativa.

“Solum”, de Diogo e Pedro Morgado, foi o quarto filme mais visto na Festa do Cinema e a primeira produção nacional na lista de preferências, conquistando 6.597 espectadores.

“Hotel Império”, de Ivo Ferreira, com Margarida Vila-Nova, foi também um dos filmes mais procurados nos cinemas portugueses, durante a festa, colocando-se “entre os 20 mais vistos na Festa do Cinema 2019”.

A maior adesão à iniciativa foi no distrito de Lisboa, com um total de 44.329 espectadores, seguindo-se Porto (20.561), Setúbal (15.418), Coimbra (9.522) e Faro (7.336).

Com bilhetes a 2,5 euros, esta edição da Festa do Cinema contava com mais de 10 mil sessões e mais de 94 mil lugares, em “salas, cineclubes e auditórios municipais de todo o país”, tendo gerado uma receita próxima dos 334 mil euros.

Este ano, a organização juntou mais cinema português aos filmes que já estavam em cartaz, com a escolha de 18 filmes entre curtas e longas-metragens, alguns em estreia e outros em reposição.

“Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, “Snu”, de Patrícia Sequeira, “Gabriel”, de Nuno Bernardo, “Até que o porno nos separe”, de Jorge Pelicano, e “Hotel Império” foram alguns desses filmes, assim como as curtas-metragens “Kids Sapiens Sapiens”, de António Aleixo, “Sleepwalk”, de Filipe Melo, “Entre Sombras”, de Mónica Santos e Alice Guimarães, e “Terra Ardida”, de Francisco Romão.

Numa parceria com a Academia Portuguesa de Cinema, foram ainda exibidos títulos distinguidos com os Prémios Sophia, como “Raiva”, de Sérgio Trefaut, “O Labirinto da Saudade”, de Miguel Gonçalves Mendes, “Cabaret Maxime”, de Bruno de Almeida, e “Parque Mayer”, de António-Pedro Vasconcelos.

A Festa do Cinema é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas, com apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da Associação Portuguesa de Defesa das Obras Audiovisuais e da Associação para a Gestão Coletiva de Direitos de Autor e de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais, e tem como objetivo “promover o envolvimento do público com o ato cultural de assistência cinematográfica em sala”, numa altura em que o consumo de cinema se dispersa por múltiplos ecrãs fora do circuito de exibição.

Pela primeira vez, a iniciativa vai ter uma segunda edição, no outono, em data a anunciar.

Em 2018, a Festa do Cinema contou com 246.221 espectadores.

LUSA

ARTE & CULTURA

PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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ARTE & CULTURA

PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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