ARTE & CULTURA
ATRIZ DANIELA MELCHIOR GRAVA NO NOVO FILME ‘ESQUADRÃO SUICIDA’
A atriz portuguesa Daniela Melchior termina em fevereiro as gravações da sua participação no filme norte-americano “The Suicide Squad”, de James Gunn, trabalho que encara como o possível “início de uma carreira internacional”.
A atriz portuguesa Daniela Melchior termina em fevereiro as gravações da sua participação no filme norte-americano “The Suicide Squad”, de James Gunn, trabalho que encara como o possível “início de uma carreira internacional”.
Aos 23 anos, Daniela Melchior interpreta o papel que “pode vir a ser o primeiro passo para, ou até, o início de uma carreira internacional”. O papel é o de uma das personagens de “The Suicide Squad”, só não pode ainda revelar qual.
“Desta vez, o James [Gunn, realizador] quer fazer as coisas de maneira diferente e tentar proteger ao máximo a história, as personagens e tudo o que as envolve. O que tem sido positivo porque nunca houve tanto entusiasmo da parte do público para saber quem ‘somos’ e o que andamos a fazer”, referiu a atriz, em declarações à Lusa, a partir de Atlanta, nos Estados Unidos, onde está a rodar o filme.
Daniela Melchior iniciou a carreira em 2014, em televisão. A estreia no cinema aconteceu no ano passado, com uma participação em “Caderno Negro”, de Valeria Sarmento, e com um dos papéis principais em “Parque Mayer”, de António-Pedro Vasconcelos, que lhe valeu uma nomeação na categoria de Melhor Atriz dos Prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema.
A oportunidade para participar em “The Suicide Squad” surgiu através do agente que a atriz arranjou nos Estados Unidos e com quem “já trabalhava há uns meses”. Daniela Melchior entregou ao agente uma gravação.
“Passados uns dias chamaram-me para fazer a audição presencialmente nos estúdios em Atlanta. Uns dias depois recebi um telefonema do James Gunn a dizer que estava muito feliz por me informar que me tinha escolhido”, recordou a atriz.
Em setembro mudou-se para a capital do estado norte-americano da Geórgia. “Comecei a rodar a 23 desse mês em Atlanta e só termino no fim de Fevereiro”, contou.
A Lusa pediu a Daniela Melchior que explicasse as diferenças entre rodar um filme em Portugal e nos Estados Unidos. A atriz salientou não poder generalizar, dada a sua “pouca experiência em cinema, tanto num mercado como no outro”.
No entanto, “estando a fazer o filme com o maior ‘budget’ [orçamento] de ‘set’ de sempre da Warner Brothers”, a “maior diferença” que Daniela Melchior consegue identificar é, “sem dúvida, o ‘budget’ em geral que acaba por influenciar todos os departamentos e tornar impossível uma comparação entre Portugal e os Estados Unidos”.
“O que eu sinto que existe em comum entre as experiências que tive, é a paixão pela arte das equipas com que trabalhei e o prazer que os projetos me deram”, disse.
A participação de Daniela Melchior na sequela de “Suicide Squad” foi avançada em abril pela revista norte-americana Variety. De acordo com aquela publicação, a atriz interpreta no filme Ratcatcher, um dos vários inimigos de Batman e que na banda desenhada era um homem.
Embora a atriz portuguesa não possa avançar muita informação sobre o papel, adiantou que o estudou “a partir do guião” e de conversas que teve com o realizador “acerca da personagem e do universo onde se insere”.
ARTE & CULTURA
PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.
Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.
Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.
“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.
Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.
“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.
“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.
O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.
Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.
Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.
“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.
“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.
ARTE & CULTURA
PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.
O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.
“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.
De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.
“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.
Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.
Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.
Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.
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