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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

PORTUGUÊS RECEBE 150 MIL EUROS PARA ESTUDAR REJUVENESCIMENTO MUSCULAR

O cientista Pedro Sousa-Victor vai receber uma bolsa de 150 mil euros, promovida pela Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO), para trabalhar sobre o rejuvenescimento de tecido muscular, com células estaminais, foi hoje divulgado.

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O cientista Pedro Sousa-Victor vai receber uma bolsa de 150 mil euros, promovida pela Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO), para trabalhar sobre o rejuvenescimento de tecido muscular, com células estaminais, foi hoje divulgado.

Pedro Sousa-Victor é investigador-principal do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, tendo sido o único cientista português, de um total de nove em início de carreira, a ser contemplado com uma bolsa da EMBO para apoio à instalação de laboratórios, indicou a instituição portuguesa em comunicado.

O financiamento é atribuído para o triénio 2020-2022, podendo eventualmente ser prolongado por mais dois anos, totalizando 250 mil euros.

Apesar de serem promovidas pela EMBO, que seleciona as candidaturas, as subvenções são financiadas por agências dos países que participam na Conferência Europeia de Biologia Molecular, uma organização intergovernamental. Em Portugal, o financiamento é concedido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, na dependência do Governo.

O cientista do IMM, que regressou em 2019 a Portugal depois de ter trabalhado nos Estados Unidos, está a estudar terapias de rejuvenescimento baseadas no uso de células estaminais (células que se diferenciam noutras).

Pedro Sousa-Victor pretende testar a regeneração do tecido muscular, que se perde com o envelhecimento, causando nomeadamente dificuldades de mobilidade, recorrendo ao transplante de células estaminais e à manipulação de uma molécula natural, a MANF, cuja diminuição no organismo está associada à perda de massa e força muscular com a idade (sarcopenia).

O investigador propõe-se aprofundar o estudo desta molécula e testar o transplante de células estaminais de tecido muscular em ratinhos envelhecidos.

A bolsa da EMBO atribuída a Pedro Sousa-Victor destina-se a cientistas em início de carreira que criam laboratórios na República Checa, Polónia, Portugal e Turquia com o propósito de fortalecer a investigação em ciências da vida nestes países.

Além do financiamento que recebem para instalar laboratórios, os investigadores premiados com esta bolsa passam a fazer parte da rede de jovens cientistas da Organização Europeia de Biologia Molecular, da qual poderão beneficiar de outro tipo de apoios, como formação, mentoria e organização de ‘workshops’ ou conferências.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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