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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

CRIADOR DA INTERNET ALERTA PARA A DESCRIMINAÇÃO E ASSÉDIO ONLINE SOBRE AS MULHERES

Jovens e mulheres são cada vez mais vítimas de intimidação, assédio sexual e discriminação na Internet, alerta o criador da Internet, Tim Berners-Lee, a propósito do 31.º aniversário da World Wide Web que hoje se assinala.

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Jovens e mulheres são cada vez mais vítimas de intimidação, assédio sexual e discriminação na Internet, alerta o criador da Internet, Tim Berners-Lee, a propósito do 31.º aniversário da World Wide Web que hoje se assinala.

Segundo o cientista britânico, uma sondagem da Web Foundation e da Associação Mundial de Raparigas Escuteiras, revelou que metade das inquiridas queixou-se de violência na Internet, incluindo assédio sexual, mensagens ameaçadoras e imagens privadas partilhadas sem consentimento.

“Esses abusos forçam as mulheres a deixarem os empregos e faz com que as raparigas faltem à escola, prejudica as relações e causam um grande sofrimento. O assédio implacável silencia as mulheres e priva o mundo das suas opiniões e ideias, levando mulheres jornalistas e políticas a sair das redes sociais e dos seus cargos”, denunciou.

Tim Berners-Lee, cuja ideia em 1989 de um “sistema de gestão descentralizada de informação” resultou na criação da Internet, lançou 20 anos depois, em 2009, a Fundação Web, uma organização que promove o desenvolvimento e acesso da Internet no mundo.

Na sua missiva, Berners-Lee apela para mais empenho no combate à discriminação, alertando para os riscos que algoritmos e sistemas de inteligência artificial representam.

“Frequentemente, os algoritmos reproduzem e até aprofundam as desigualdades existentes. Em 2018, uma importante ferramenta de recrutamento automatizado teve que ser fechada porque sub-selecionou sistematicamente mulheres devido à preparação com base em dados históricos em que as funções foram preenchidas por homens”, referiu.

Tim Berners-Lee considera a resposta à crise por governos e empresas “muito lenta e muito pequena” e identifica várias ações que devem ser tomadas em 2020 para resolver o problema.

Entre as medidas que propõe estão a realização de mais estudos sobre as experiências das mulheres no uso da Internet e um maior envolvimento na criação de políticas e produtos de tecnologia e urge tanto mulheres como homens a serem “espetadores ativos” e a intervirem.

“Todos nós devemos denunciar quando vemos ataques contra mulheres e raparias na Internet”, afirmou.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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