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INTERNACIONAL

AS SEIS SEMANAS EM QUE OS PREÇOS DO PETRÓLEO DESCERAM AO INFERNO

A cotação do barril de petróleo de referência nos EUA, o West Texas Intermediate (WTI), caiu hoje para território negativo, algo nunca visto, perante a saturação da capacidade de armazenagem e a procura esmagada pela pandemia do novo coronavírus.

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A cotação do barril de petróleo de referência nos EUA, o West Texas Intermediate (WTI), caiu hoje para território negativo, algo nunca visto, perante a saturação da capacidade de armazenagem e a procura esmagada pela pandemia do novo coronavírus.

Esta situação culmina seis semanas de descida aos infernos por parte dos preços do petróleo, que evoluíam nos 114 dólares em 2011 e a níveis recorde (145 dólares) em 2008.

Em 05 de março, no início de uma reunião de dois dias do cartel de exportadores, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), e dos seus aliados, entre os quais a Federação Russa, conjunto designado por OPEP+, o barril cai abaixo dos 50 dólares pela primeira vez desde 2017.

No dia seguinte, a cotação do barril desce mais 10%, depois do fracasso das negociações, com os russos a recusa cortar mais a sua produção ara apoiar o preço.

No dia 09 de março, a cotação cai 20%, para perto dos 30 dólares por barril, depois de os sauditas terem anunciado o embaratecimento do seu petróleo, desencadeando uma guerra de preços com os russos, para procurarem aumentar a sua quota de mercado.

A queda das cotações prosseguiu nos dias seguintes e em 30 de março as cotações do WTI e do Brent, cotado em Londres, continuam a cair, baixando para o mínimo desde 2002, com o WTI a ficar mesmo abaixo dos 20 dólares.

Mas em 02 de abril regista-se uma subida histórica de 25% das cotações do petróleo, depois de mensagens do Presidente norte-americano, Donald Trump, na rede social Twitter, que apontavam para um eventual acordo entre Moscovo e Riade sobre uma descida da produção.

No dia seguinte, as cotações continuavam a subir valorizando 10%, graças ao otimismo sobre o fim da guerra de preços russo-saudita.

Mas, em 09 de abril, a cotação do WTI recua 09%, para cerca de 22 dólares, depois de uma reunião alargada da OPEP, por videoconferência, que deu lugar a um acordo histórico para reduzir a produção em 10 milhões de barris por dia. Contudo, os investidores consideraram este corte insuficiente para responder à quebra na procura em plena pandemia.

E, no dia de hoje, assistiu-se a uma jornada dantesca no mercado petrolífero. O valor do barril cai para valores negativos, uma situação inédita, com investidores e especuladores a procurarem desesperadamente desembaraçar-se de alguns barris, com um mercado de tal maneira saturado que os locais para armazenar o petróleo começam a faltar, perante uma procura inexistente.

No fim do dia, o WTI fechou a cotar 37,63 dólares negativos.

A dimensão espantosa desta queda é, contudo, explicada em grande parte por fatores técnicos e acelerada pela expiração na terça-feira do prazo para celebração de contratos para entrega de petróleo em maio. Quem os tem precisa de encontrar compradores físicos, o mais depressa possível. Mas com os ‘stocks’ já em excesso, foram forçados a pagar para encontrarem quem ficasse com eles.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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