REGIÕES
AMARANTE: ESCOLA ENCERRADA DEVIDO A GREVE CONTRA O AMIANTO
Uma greve convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP) para a Escola EB 2,3 de Amarante, em protesto pela existência de coberturas com amianto, provocou hoje o encerramento do estabelecimento.
Uma greve convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP) para a Escola EB 2,3 de Amarante, em protesto pela existência de coberturas com amianto, provocou hoje o encerramento do estabelecimento.
Na manhã de hoje, dezenas de professores concentraram-se junto à entrada principal das instalações, acompanhados por auxiliares de ação educativa, exibindo cartazes com mensagens alusivas à existência de amianto nas coberturas de vários pavilhões.
No gradeamento exterior do estabelecimento, construído há cerca de 40 anos, os grevistas colocaram uma tarja com a frase: “Stop – Tirem-nos o amianto”.
André Pestana, coordenador do STOP, disse à Lusa que a greve na escola de Amarante enquadra-se nas ações de protesto, de âmbito nacional, que já provocou, nas últimas semanas, o encerramento dezenas de estabelecimentos em vários pontos do país.
“São cerca de 30 escolas que começaram a encerrar desde o início desta greve, que, no início, era essencialmente contra o amianto, mas depois, rapidamente, alastrou para outros problemas gravíssimos para quem trabalha e estuda na escola pública, como a falta de funcionários e professores”, referiu, criticando ainda a “violência e impunidade que tem ocorrido nas escolas”.
Sobre a questão do amianto na EB 2,3 de Amarante, onde estudam cerca de 900 alunos, do 5.º ao 9.º ano de escolaridade, o dirigente comentou à Lusa: “Há muito dinheiro neste país. Só que está muito mal distribuído. Há dois pesos e duas medidas. Para os ‘boys’ partidários escolhidos por este Governo e pelos anteriores há sempre luxos, há sempre milhões. Os banqueiros são um exemplo paradigmático. Se isto fosse um banco, já tínhamos dinheiro para tirar o amianto, que é comprovadamente cancerígeno e que está a sujeitar milhares de pessoas”.
O sindicalista recorda que o primeiro-ministro, António Costa, “prometeu erradicar o amianto dos edifícios públicos até final de 2018”, mas no final de 2019 “nem 10% disso foi cumprido”.
“Isso é gravíssimo”, acentuou.
A insuficiência de funcionários nas escolas foi outra nota deixada por André Pestana, referindo que, no caso da EB 2,3 de Amarante, não é cumprido o rácio indicado pelo Governo, havendo 42 alunos por cada auxiliar, o dobro das recomendações da tutela.
Anabela Magalhães, docente naquela escola, confirmou à Lusa a insuficiência de assistentes operacionais, também cada vez mais envelhecidos, o que motivou a adesão à greve por parte daqueles profissionais.
Sobre a questão do amianto, lamentou que cerca de 900 alunos, além de professores e funcionários, tenham de conviver diariamente com “um problema de saúde pública”.
“É justo que, passados 40 anos, nos retirem o amianto integralmente da escola”, disse, explicando que as placas com amianto só foram retiradas num dos edifícios, mantendo-se nos restantes.
“Isto é típico do país, é o varrer da sujidade para debaixo do tapete. Os alunos têm aulas com as placas visíveis, algumas das quais fissuradas, com todos os problemas que daí advêm para a saúde pública”, criticou a docente.
Anabela Magalhães disse também não ser aceitável a existência, lado a lado, de duas escolas com condições tão diferentes. A docente referia-se à escola secundária da cidade, contígua à EB2,3, que foi remodelada recentemente.
REGIÕES
VILA NOVA DE GAIA: PJ DETÉM “JOVEM” SUSPEITO DE TENTAR MATAR COM UMA GARRAFA
Um homem de 22 anos foi detido por suspeita de ter tentado matar outro com uma garrafa de vidro partida na quarta-feira à noite, em Vila Nova de Gaia, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Um homem de 22 anos foi detido por suspeita de ter tentado matar outro com uma garrafa de vidro partida na quarta-feira à noite, em Vila Nova de Gaia, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Na sequência desse ataque, a vítima sofreu uma grave lesão pulmonar e o alegado agressor ferimentos nas mãos, adiantou, em comunicado.
Naquela noite, o suspeito estava acompanhado por um amigo quando, por motivo fútil, se envolveu numa discussão com um desconhecido na zona do Jardim do Morro, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, sublinhou a PJ.
“A dado momento, o detido empunhou uma garrafa partida e desferiu vários golpes na vítima, ferindo-a com gravidade”, referiu.
A PJ acrescentou ainda que a agressão só parou quando algumas pessoas que circulavam na rua foram em seu auxílio.
O homem, suspeito de homicídio qualificado na forma tentada, vai ser presente ao Tribunal de Instrução Criminal para primeiro interrogatório.
O alerta para o incidente foi dado pelas 21:37 de quarta-feira, junto à estação de metro General Torres, referiu à Lusa fonte do Comando Metropolitano do Porto da PSP.
O incidente envolveu a agressão com arma branca de dois homens a outros dois homens, explicou então a mesma fonte, sem detalhar os ferimentos ou o possível motivo.
Na quinta-feira, fonte policial indicou que a investigação aos desacatos ocorridos tinha passado para a alçada da Polícia Judiciária.
REGIÕES
BEJA: CRUZ VERMELHA ENCERRA DOIS LARES DE TERCEIRA IDADE
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) anunciou, esta sexta-feira, o encerramento, até 31 de julho, dos seus dois lares em Beja, garantindo que vai “procurar a melhor solução” para os utentes e assegurar “todos os direitos” dos trabalhadores.
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) anunciou, esta sexta-feira, o encerramento, até 31 de julho, dos seus dois lares em Beja, garantindo que vai “procurar a melhor solução” para os utentes e assegurar “todos os direitos” dos trabalhadores.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a CVP revelou que, “após avaliação das precárias condições físicas” dos edifícios onde funcionam as casas de repouso Henry Dunant e José António Marques, “tomou a decisão de encerrar” estas respostas sociais no município alentejano de Beja.
“Dada a antiguidade dos edifícios e até a impossibilidade de realização de obras num deles, por imposição do senhorio, a avaliação efetuada concluiu que não é possível realizar melhoramentos funcionais que permitam inverter esta situação”, justificou.
A instituição liderada por António Saraiva frisou ainda que “o encerramento agora decidido tornou-se na única alternativa viável face às condições precárias dos edifícios, que não garantem a qualidade e serviço digno que a CVP presta”.
Nesse âmbito, tanto a Casa de Repouso Henry Dunant como a Casa de Repouso José António Marques vão encerrar os seus serviços “até 31 de julho”, lê-se na nota.
Estas duas estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPIs) acolhiam cerca de 60 pessoas, tendo já sido possível “colocar 11 utentes em outros equipamentos sociais”, através das vagas entretanto disponibilizadas pela Segurança Social.
“Outras nove pessoas saíram por iniciativa própria”, acrescentou a CVP, garantindo continuar “a procurar a melhor solução para as 37 pessoas que ainda se mantêm nestas ERPIs”.
Relativamente aos seus 25 trabalhadores em Beja, a CVP anunciou não ser possível recolocá-los noutras respostas sociais da sua responsabilidade, pelo que “avançará com a cessação dos contratos de trabalho de acordo com os prazos de encerramento das ERPIs”.
“Ficará garantido o acesso a todos os direitos legais aplicáveis, assumindo a CVP o acompanhamento individualizado de cada trabalhador tendo em conta a sua situação socioeconómica”, assegurou.
A CVP acrescentou que, “sempre que tal se verifique necessário”, irá incluir estes colaboradores “no seu sistema de apoio social”.
A par disso, a instituição está a efetuar contactos “com outros empregadores da região, com o intuito de encontrar soluções profissionais para o maior número possível de trabalhadores”.
No passado dia 12 de abril, o PCP revelou ter questionado o Governo, através do deputado Alfredo Maia, sobre como pretende salvaguardar os postos de trabalho dos funcionários de dois lares que a CVP “vai encerrar em Beja” e os cuidados aos utentes residentes nas instituições.
Nas perguntas dirigidas à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e ao ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, o PCP dizia querer saber “que conhecimento tem o Governo da situação descrita em relação ao anunciado encerramento dos dois lares da Cruz Vermelha em Beja”.
E “que medidas vai o Governo tomar para, no imediato, salvaguardar os cuidados aos utentes residentes nos referidos lares da Cruz Vermelha” e para também garantir os postos de trabalho e direitos dos trabalhadores.
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