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AMARES: GPIAAF CONFIRMA CHOQUE DE HELICÓPTERO COM CABOS ELÉTRICOS
No passado dia 01 de setembro um helicóptero Bell operado pela Helibravo despenha-se em Louredo, concelho de Amares, no distrito de Braga, na sequência de uma colisão com dois cabos de alta tensão. A Nota Informativa (Relatório Preliminar) do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) é hoje conhecida.
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No passado dia 01 de setembro um helicóptero Bell operado pela Helibravo despenha-se em Louredo, concelho de Amares, no distrito de Braga, na sequência de uma colisão com dois cabos de alta tensão. A Nota Informativa (relatório preliminar) do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) é hoje conhecida.
Segundo o GPIAAF o helicóptero que partiu de Arcos de Valdevez com oito elementos incluindo Unidade de Emergência de Proteção e Socorro UEPS/GNR “acabou por colidir com os dois cabos inferiores da linha, inicialmente com o rotor principal e de seguida com o rotor de cauda que se separou da aeronave ficando entrelaçado num dos cabos da linha de alta tensão”.
Antes da colisão “O helicóptero realizou oito largadas de água sobre a frente do incêndio a Oeste de uma linha de transporte de energia de 150kV (150 mil volts) que cruzava o local” pode ler-se no documento do GPIAAF hoje conhecido.
Ainda segundo o relatório preliminar da entidade competente para a investigação deste acidente, a investigação irá agora prosseguir para conclusão de um relatório final, onde entre outros aspetos será investigado o funcionamento da aeronave antes do acidente, as condições de operação, fatores humanos envolvidos, fatores organizacionais e procedimentos envolvidos na operação, as medidas de gestão do risco de colisão de aeronaves de combate a incêndios com linhas aéreas de transporte de energia e o tratamento de anteriores recomendações do GPIAAF, nomeadamente relacionadas com acidentes anteriores e de natureza semelhante.
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O mapa do acidente que envolveu um Helicóptero de combate aos incêndios da Helibravo. Imagem do GPIAAF
Um acidente anunciado? A Helibravo estava ‘avisada’.
Como a Rádio Regional noticiou em primeira mão, dia 5 setembro de 2019 um helicóptero Eurocopter AS350 B2, com matrícula CS-HFT, que realizava operações de combate a um incêndio florestal na localidade do Sobrado, no município de Valongo despenhou-se exatamente pelo mesmo motivo, mas com outro desfecho que provocou a morte ao piloto.
O Relatório Final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) de 2019 aponta para um conjunto de recomendações, nomeadamente “limites de operação de combate aos incêndios, por forma a que esta seja interdita próximo de cabos de transporte de energia elétrica, particularmente os de média, alta e muita alta tensão em que o WPS é ineficaz, fixando uma envolvente limite a uma distância considerada como segura” pode ler-se no documento do GPIAAF.
Aparentemente nem a Força Aérea Portuguesa (FAP) enquanto entidade responsável pela gestão dos meios aéreos empregues no combate aos incêndios, nem o operador Helibravo adotaram a recomendação de segurança Recomendação de Segurança PT.SIA 2020/15 emitida pelo GPIAAF após investigação a acidente semelhante ocorrido em 2019 envolvendo exatamente as mesmas entidades nas mesmas circunstâncias.
Contactado GPIAAF não emitiu qualquer comentário sobre o acidente, remetendo para Relatório Preliminar. Esclarece o GPIAAF que o objetivo dos relatórios de investigação aos acidentes e incidentes que envolvam aeronaves versa exclusivamente a produção de recomendações de segurança à navegação aérea e que as mesmas circunstâncias, quando adotadas, evitem acidentes futuros.
A Rádio Regional tentou contactar a Helibravo e a FAP para pedir esclarecimentos sem que tal fosse possível até à data/hora desta notícia.
Vítor Fernandes
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