REGIÕES
BRAGANÇA: CENTRO DE ACOLHIMENTO JÁ APOIOU 51 VITIMAS DE VIOLÊNCIA
Em menos de um ano, 51 vítimas de violência doméstica passaram pelo Centro de Acolhimento de Emergência de Bragança, uma das 26 estruturas em Portugal criadas para receber situações que exigem o afastamento imediato do agressor.

Em menos de um ano, 51 vítimas de violência doméstica passaram pelo Centro de Acolhimento de Emergência de Bragança, uma das 26 estruturas em Portugal criadas para receber situações que exigem o afastamento imediato do agressor.
Estas vítimas são esposas, namoradas, mães e filhos menores e fazem parte dos chamados casos de avaliação de risco elevado, em que após o conhecimento da situação ou queixa foram imediatamente encaminhadas de sete zonas do país para Bragança.
Este centro de Acolhimento de Emergência está sob alçada da associação de Socorros Mútuos e Artistas de Bragança (ASMAB), responsável pelo Núcleo Distrital de Apoio às Vítimas de Violência Doméstico desde a extinção dos Governo Civil, onde tinha sido criado.
Durante mais de uma década, o núcleo distrital acompanhou 1.338 casos, com 118 novos casos em 2018 e um total de 241 vítimas atendidas.
A técnica Teresa Fernandes é o rosto desta problemática numa região onde já existiu uma casa abrigo da Santa Casa da Misericórdia, com cinco vagas, que fechou e agora a ASMAB está a construir uma nova com 30 vagas que deverá abrir em menos de dois anos.
A única resposta distrital é o acolhimento de emergência no centro que abriu em março de 2018 com nove vagas para onde podem ser encaminhados casos de qualquer ponto do país.
Enquanto nas casas abrigo as vítimas podem permanecer até um ano, na resposta de emergência o prazo é no máximo um mês, porém a burocracia dos processos obriga a que a estada se prolongue.
Das 51 vítimas que passaram pela estrutura de Bragança, o tempo de permanência variou entre um dia e 72 dias, mais do dobro do estipulado, sendo que a média foi de 29 dias.
A maioria é portuguesa, mas há também outras nacionalidades e predomina a faixa etária entre os 35 e os 44 anos, sendo que algumas destas mulheres tinham emprego quando tiveram de se afastar dos agressores.
Do total de vítimas acompanhadas, 34 são mulheres e 17 menores, filhos que trazem com elas, o maior número de tenra idade, entre os zero e cinco anos.
Como explicou à Lusa Teresa Fernandes, durante o tempo que ali permanecem, os técnicos trabalham com elas para, se for o caso, preparar a autonomização e prestar “todos os apoios previstos no estatuto de vítima, que vai desde o apoio ao arrendamento, jurídico, inserção em cursos de formação ou ofertas de emprego com caráter de urgência e prioritário, ou apoios sociais”.
Das 34 mulheres acolhidas, oito autonomizaram-se na cidade de Bragança com trabalho e casa, 19 noutras cidades e cinco foram encaminhadas para a casa abrigo por precisarem de mais tempo neste processo.
O Centro de acolhimento de Emergência nem sempre está lotado, como acontece neste momento com três crianças e sete adultos, “mas nunca esteve fechado”, salientou a técnico, sendo permanente a necessidade de resposta a novos casos.
Do total das vítimas ali acompanhadas, nove situações chegaram através da linha de emergência nacional para a Violência Doméstica, o 144, que funciona 24 horas por dia e para onde tanto podem ligar diretamente as vítimas como as autoridades.
Os restantes casos chegaram de queixas, sendo as forças de segurança e os serviços de saúde “as grandes portas de entrada”.
Os acolhimentos de emergência estão previstos na lei desde 2009 e sem eles sempre que há necessidade de retirar a vítima do perigo iminente, o recurso são pensões pagas pela Segurança Social, sem a segurança e o acompanhamento técnico destas estruturas.
Teresa Fernandes defende, contudo, que o paradigma tem de mudar e, em vez da vítima, tem de ser afastado de casa o agressor, como a lei já prevê desde 2015, mas é pouco aplicada.
A técnica reclama também um agravamento das penas atualmente com um máximo de cinco anos de prisão, que permite a suspensão da execução das mesmas, o que habitualmente acontece nos julgamentos.
“Entramos num paradoxo: por um lado categorizamos o crime como público porque percebemos a implicação para as vítimas e para a própria sociedade, é um crime hediondo, é um crime que põe em risco alguns valores constitucionais, e depois condenamo-lo com uma pena de cinco anos que pode ser suspensa na sua execução, passando uma mensagem de impunidade para quem o pratica”, apontou.
As consequências, acrescentou, são que “os agressores voltam a cometer este crime e tanto vítimas como sociedade, que pode denunciar porque é um crime público, desistem e desinvestem e desacreditam no sistema de justiça e isto leva ao tal silêncio das vitimas, ao tal ciclo de violência e muitas vezes leva à morte das vítimas”.
De acordo com o Observatório de Mulheres Assassinadas, nove mulheres foram assassinadas em contextos de violência doméstica desde o início deste ano.
Em janeiro do ano passado, o observatório dinamizado pela UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) contava cinco casos.
Durante o ano passado, foram assassinadas 28 mulheres e, ainda segundo o levantamento feito pelo observatório, “503 mulheres foram mortas em contexto de violência doméstica ou de género” entre 2004 e o final de 2018.
Há uma semana, o Governo anunciou a criação de gabinetes de apoio às vítimas de violência doméstica nos Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) e um reforço da articulação e cooperação entre forças de segurança, magistrados e organizações que trabalham na prevenção e combate.
Esta foi uma das decisões tomadas numa reunião de trabalho sobre questões críticas associadas aos homicídios ocorridos este ano e à problemática da violência doméstica que juntou vários membros do Governo, a Procuradora-Geral da República, o Coordenador da Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em Violência Doméstica (EARHVD) e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).
LUSA

REGIÕES
BOTICAS: PROVIDÊNCIA CAUTELAR QUER TRAVAR MINA EM TERRENOS BALDIOS
A Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, em Boticas, está a ultimar uma providência cautelar para travar a entrada da Savannah Resources em terrenos que alegam que são baldios e de particulares, foi hoje anunciado.

A Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, em Boticas, está a ultimar uma providência cautelar para travar a entrada da Savannah Resources em terrenos que alegam que são baldios e de particulares, foi hoje anunciado.
“Estamos a tratar de uma providência cautelar para que os trabalhos estejam parados nessas áreas até que haja uma decisão do tribunal”, afirmou hoje Aida Fernandes, presidente da Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, concelho de Boticas, que falava aos jornalistas no final de mais uma ação de protesto contra as minas na região do Barroso.
Uma caravana de cerca de uma centena de carros partiu hoje de Morgada e seguiu para a Borralha, aldeias de Montalegre, passando depois por Dornelas e terminando em Covas do Barroso, já em Boticas, para pedir a suspensão e rescisão de todos os contratos de exploração mineira.
Em Covas, há duas semanas que populares se organizam diariamente em turnos para vigiar as máquinas da empresa Savannah, a concessionária da mina de lítio do Barroso, que acusam de querer “entrar à força em terrenos baldios e de privados”.
Aida Fernandes disse que a providência cautelar dará entrada em breve em tribunal e explicou que visa terrenos que estão já em litígio em tribunal devido a uma queixa anterior “por usurpação” porque a “área que foi registada é superior à real área dos terrenos”.
“Terrenos que toda a comunidade conhece e esses terrenos foram expandidos para cima do baldio. Nós não compactuámos, não aceitamos e temos processos em tribunal que estão a decorrer”, salientou Fernandes.
E continuou: – “Nós estamos a defender o nosso terreno, o nosso território e eles estão a querer invadir terrenos que não lhe pertencem e nós achamos que é uma usurpação de terreno baldio. Estamos já há duas semanas a defender a nossa terra”.
A ação judicial já interposta em tribunal há alguns meses foi apresentada pela Comunidade de Baldios de Covas do Barroso contra a Savannah e particulares e visa a restituição de terrenos alegadamente “usurpados” pela empresa.
Recentemente foi também feito um apelo ao MP para que “investigue a usurpação de terrenos baldios e privados através do uso abusivo do BUPI (a nova plataforma digital que permite o mapeamento de terrenos) e de registos fraudulentos que favorecem a mineradora e o projeto em causa”.
A empresa afirmou à agência Lusa no dia 20 de novembro que “é totalmente falso que a Savannah esteja a usurpar terras para concretizar o projeto” e garantiu que todas as atividades que desenvolve “respeitam a lei e são divulgadas publicamente”.
A concessionária da mina de lítio do Barroso, que obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio, referiu que os “trabalhos de sondagem em curso estão localizados em propriedades para as quais a empresa obteve acesso legal para trabalhar”.
“Até à data, os proprietários venderam, ou concordaram vender, 90 propriedades à Savannah”, garantiu ainda.
A mina do Barroso faz parte da operação Influencer, que levou à demissão do primeiro-ministro, O processo visa as concessões de exploração de lítio de Boticas e de Montalegre, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um ‘data center’ na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.
Este foi o primeiro projeto de lítio em Portugal que obteve uma DIA favorável, embora condicionada à concretização de medidas de compensação e mitigação.
REGIÕES
MAIA: AUTARQUIA APROVOU O MAIOR ORÇAMENTO DE SEMPRE COM 153 MILHÕES
A maioria PSD/CDS na Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, aprovou para 2024 o “maior orçamento de sempre” com o valor de 153,28 milhões de euros, sendo a maioria daquele valor para as funções sociais.

A maioria PSD/CDS na Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, aprovou para 2024 o “maior orçamento de sempre” com o valor de 153,28 milhões de euros, sendo a maioria daquele valor para as funções sociais.
O documento, aprovado em reunião extraordinária na quinta-feira ao final do dia e que contou com o voto contra do PS, conta com mais 20, 51 milhões de euros (15,4%) do que em 2023, uma subida que a autarquia explica com os “encargos com as transferências de competências e ao investimento em empreendimentos comparticipados pelo Portugal 2030” e com os fundos do Plano de Resiliência e Recuperação (PRR).
Em declarações à Lusa, o líder do PS no executivo, Francisco Vieira de Carvalho, explicou o voto contra com o aumento de impostos que o documento acarreta.
“Havia uma enorme margem para baixar os impostos, o que não foi feito. Por exemplo, no IMI, a redução que é feita é absorvida pelo aumento do valor das casas o que vai resultar num aumento do valor cobrado”, apontou.
Em comunicado, a autarquia salienta, no domínio dos impostos e taxas, a “descida sustentada” do IMI para 0,355 %, quando a taxa máxima aplicável é de 0,45 %, deixando com esta redução a autarquia de receber 5,5 milhões de euros, mantendo-se o IMI Familiar”, uma dedução de 140 euros no valor a pagar daquele imposto para as famílias com três ou mais dependentes a cargo.
Quanto à Derrama, o texto salienta “uma nova diminuição” de 50% da taxa para sujeitos passivos com volume de negócios inferior a 150 mil euros, passando de 0,2% para 0,1%, em relação à taxa que vigorou no ano de 2023.
“No âmbito dos benefícios fiscais, permanecem também em vigor as medidas adotadas em anos anteriores no sentido de incentivar os privados a investir na reabilitação urbana, designadamente nos prédios urbanos situados nas doze áreas de reabilitação urbana (ARU) já aprovadas, estando em curso a aprovação de mais onze ARU´s que vão permitir estender o acesso aos benefícios fiscais a um número muito significativo de maiatos”, enumera o texto.
Para 2024, a Câmara da Maia prevê um nível de investimento na ordem dos 54,5 milhões de euros (36 %) “é bem expressivo”.
Segundo o autarca, “a Maia fez um percurso notável de consolidação das suas finanças”, nomeadamente no que diz respeito “à dívida de médio e longo prazo que se encontra num patamar sem dimensão expressiva tendo em conta o orçamento municipal e as receitas que lhe são inerentes”.
As funções sociais, Educação, Saúde, Ação Social e Habitação, são as áreas que absorvem a “maior fatia” do orçamento, num total de 77,8 milhões de euros (50,8%), destacando-se a Habitação Social, que irá receber 11,85 milhões de euros.
Para os Transportes e Comunicações destinam-se 19,65 milhões (13%), sendo que a Rede Viária absorve 12,98 milhões e à Mobilidade Sustentável o documento prevê alocar 2,23 milhões de euros para intervenções urbanas de “Modos Suaves”.
“Só é possível pois o quadro financeiro em que nos movemos é extremamente saudável, sendo que a dívida total situa-se em níveis particularmente baixos, originando baixos encargos, libertando, assim, meios financeiros para investimento”, refere no texto o presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago.
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