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DESCOBERTA A PROTEÍNA QUE PROVOCA ALZHEIMER

Proteína que provoca Alzheimer é a mesma que protege o cérebro. Estudo indica que infecções podem ser raiz da doença, abrindo espaço para novos tratamentos.

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Um mecanismo de defesa do cérebro pode ser, ironicamente, uma das causas do mal de Alzheimer, doença sem cura e que provoca a demência. Esta aparente contradição foi proposta por um estudo publicado pelo periódico “Science Translational Medicine”, e reforça a ideia de que a enfermidade está ligada a diferentes infecções. De acordo com os pesquisadores, ainda são necessários mais estudos, em humanos, mas caso se comprove, a descoberta terá implicações na prevenção e tratamento dessa doença degenerativa.

De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 47,5 milhões de pessoas convivem com algum tipo de demência, sendo que o Alzheimer é responsável por cerca de 70% dos casos. Ainda segundo a entidade, em 2050, esse universo pode passar dos 130 milhões de pacientes, geralmente idosos com mais de 65 anos.

Estudos anteriores explicam que a doença está relacionada ao cúmulo no cérebro de placas formadas pela proteína beta-amilóide. Sua aglutinação entre os neurónios impede a transmissão de sinais, prejudicando a actividade neural. Na prática, a doença leva à degeneração da memória e da capacidade de aprendizado, e pode causar a morte do paciente.

“Por que a beta-amilóide se acumula nas pessoas com o envelhecimento? Ela tem alguma função no cérebro ou é apenas lixo que se acumula?” Questiona Rudolph Tanzi, investigador da Escola de Medicina da Universidade Harvard, nos EUA, co-autor do estudo.

A equipa de Tanzi, com investigadores liderados por Robert Moir, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, descobriu que uma certa sequência de aminoácidos da beta-amilóide humana está presente em cerca de 70% dos vertebrados, incluindo o celacanto, uma espécie de peixe que existe há milhões de anos.

“É uma proteína muito antiga desempenhando uma função muito importante”, conclui Moir.

Segundo o estudo, a aglutinação de beta-amilóide, fenómeno hoje visto como patológico, pode ser, na verdade, algo de crucial importância na defesa do organismo. Quando vírus, fungos ou bactérias conseguem romper a barreira hematoencefálica (membrana protectora do sistema nervoso central, que se torna porosa com o avanço da idade), o sistema imunológico forma “armadilhas” com a beta-amilóide. São como teias de aranha, que capturam e matam os micróbios. As mesmas placas, características do Alzheimer, seriam, então, os vestígios dessa batalha.

A equipa já havia confirmado que a proteína é capaz de matar micróbios. Então, o experimento investigou se a proteína também atua dentro do organismo. Os investigadores criaram um camundongo geneticamente modificado para desenvolver placas, como humanos, e injectaram bactérias de salmonela em seu cérebro.

“Da noite para o dia, as bactérias levaram à formação de placas” diz Tanzi; “O hipocampo ficou repleto de placas, e cada uma tinha uma bactéria no centro”.

Por outro lado, o animal de controle, que não era capaz de gerar placas, morreu rapidamente pela infecção. A hipótese já tinha sido confirmada em neurônios cultivados em placas de Petri, fungos, vermes e drosófilas. O próximo passo é realizar testes com humanos. Um projecto vai usar tecnologias de sequenciamento genético para procurar por micróbios no cérebro de pessoas que tiveram Alzheimer e de indivíduos que não tiveram. Os investigadores também vão buscar vestígios de micróbios em placas de beta-amilóide encontradas em cérebros humanos.

“Precisamos identificar os micróbios capazes de invadir o cérebro com o avanço da idade e de dar início aos depósitos” — explica Tanzi. — “Depois, podemos tentar impedi-los”.

O neurologista André Felício, investigador da Faculdade IPEMED, recorda que um estudo publicado em Dezembro do ano passado identificou infecção por fungos no tecido do sistema nervoso central de pacientes de Alzheimer. As duas descobertas sugerem um novo entendimento sobre a doença, o que, segundo investigadores, pode levar a tratamentos mais eficazes, tanto na prevenção como na resposta.

“Imaginávamos tratamentos para limpar essas proteínas do cérebro. Agora, percebemos que talvez seja mais eficaz combater os processos inflamatórios” — diz Felício. — Como uma casa, que você limpa todos os dias, mas o vilão não é a sujeira, é a janela aberta.

Novos estudos vão tentar localizar restos de micróbios dentro das placas. Se eles foram encontrados, talvez seja possível realizar exames de DNA para identificar os micro-organismos, o que pode revolucionar os tratamentos contra a doença.

“Você pode vacinar-se contra esses patógenos e, potencialmente, prevenir que o problema surja no futuro” — diz Robert Moir.

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CIENTISTAS CRIAM CÉLULAS PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH

Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

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Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

A Universidade de Coimbra referiu que esta investigação abre caminho para o desenvolvimento de células que possam vir a ser usadas no tratamento desta doença neurodegenerativa que afeta, nomeadamente, os movimentos e a articulação verbal, e que tem grande incidência em Portugal.

A líder do estudo, Liliana Mendonça, explicou que a descoberta feita pela equipa de investigação demonstra a viabilidade da aplicação de terapias personalizadas a pessoas portadoras desta doença, através da criação de células estaminais dos doentes que se pretendem tratar.

Isto irá traduzir-se numa maior aceitação do transplante, frisou a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB).

Consideradas muito versáteis, as células estaminais permitem dar origem a células especializadas de vários tecidos e órgãos do corpo humano.

A doença de Machado-Joseph ainda não tem tratamento. O cerebelo é uma das regiões do cérebro mais afetadas, levando a extensa morte neuronal, dificuldades de coordenação motora, de deglutição e de articulação do discurso.

“Tem uma grande prevalência nos Açores, especialmente na ilha das Flores, que regista a maior incidência da doença a nível mundial”, contou a investigadora.

A equipa de investigação criou células que demonstraram ter capacidade de originar neurónios em culturas celulares (conjunto de técnicas para testar o comportamento de células num ambiente artificial) e também em organóides cerebrais (tecidos gerados ‘in vitro’, ou seja, fora de organismos vivos).

Segundo Liliana Mendonça, simultaneamente, os investigadores observaram que as células estaminais humanas sobreviveram até seis meses após transplante no cerebelo do modelo animal, tendo-se diferenciado em células da glia (células do sistema nervoso central que desempenham diversas funções) e neurónios, o que significa que revelaram ter potencial para atuar positivamente no controlo de doenças neurodegenerativas.

“Existe uma elevada necessidade de desenvolver estratégias terapêuticas que possam tratar doenças neurodegenerativas, que, de forma robusta, melhorem a qualidade de vida dos doentes, contribuindo, assim, para reduzir os encargos de saúde dos sistemas de saúde e das famílias destes doentes”, alertou.

Este trabalho, que foi desenvolvido pela equipa do Grupo de Investigação de Terapias Génicas e Estaminais para o Cérebro do CNC-UC, encontra-se a ser aprofundado.

Um dos objetivos é estudar de que forma é que estas células conseguem melhorar os problemas de coordenação motora da doença, com recurso a um modelo animal.

A coordenadora da investigação avançou que os cientistas vão também desenvolver estratégias para melhorar a migração das células e, seguidamente, a sua diferenciação em neurónios cerebelares, após o seu transplante para o cérebro, algo que pode aumentar significativamente os efeitos terapêuticos destas células.

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IDENTIFICADAS CÉLULAS-CHAVE PARA PREVENIR A ATEROSCLEROSE NO SÍNDROME DA PROGÉRIA

Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

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Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

A síndrome de Progéria é uma doença genética extremamente rara que afeta 1 em 20 milhões de pessoas, e estima-se que afete cerca de 400 crianças em todo o mundo. A doença é caracterizada por induzir envelhecimento acelerado, aterosclerose grave e morte prematura em idade média de aproximadamente 15 anos.

Os resultados da nova investigação foram publicados esta segunda-feira no The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e participaram no estudo cientistas do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular (CNIC) do Instituto de Saúde Carlos III, do Centro de Investigação em Rede de Doenças Cardiovasculares, do Centro de Investigação Biológica Margarita Salas do Conselho Superior de Investigação Científica, da Universidade de Oviedo (todos em Espanha) e da Universidade Queen Mary de Londres (Reino Unido).

As doenças raras representam um grande problema social e de saúde, uma vez que se estima que existam perto de 7.000 e que afetem sete por cento da população mundial, recordou o CNIC, citado pela agência Efe.

Embora os pacientes com este síndrome normalmente não apresentem os fatores de risco cardiovasculares típicos (hipercolesterolemia, obesidade ou tabagismo), a sua principal causa de morte são as complicações da aterosclerose, como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca.

Atualmente não há cura para a progéria, observou o CNIC, e enfatizou a urgência do desenvolvimento de novas terapias que previnam a aterosclerose e outras alterações vasculares associadas à doença para aumentar a expectativa de vida dos pacientes.

A causa genética da doença é uma mutação num gene (LMNA) que provoca a expressão da progerina, uma versão mutante da proteína nuclear “lamina A” que induz numerosos efeitos nocivos a nível celular e do organismo, explicou o CNIC, em comunicado.

Estudos recentes desta síndrome realizados em modelos animais mostraram que é possível corrigir esta mutação através da edição genética, e que a consequente eliminação da progerina e recuperação da expressão da “lâmina A” melhora as alterações características do doenças e prolonga a expectativa de vida.

Para otimizar a terapia genética para o potencial tratamento de pacientes com progéria, é importante identificar os tipos de células nos quais a deleção da progerina produz mais benefícios.

Para responder a esta questão, o laboratório do investigador Vicente Andrés (CNIC) gerou ratos com esta síndrome e os investigadores apontaram as células musculares lisas vasculares como um possível alvo terapêutico para combater a aterosclerose prematura na progéria.

No novo trabalho publicado pela PNAS e utilizando os mesmos tipos de ratos, os investigadores estudaram se a aterosclerose associada a esta síndrome pode ser evitada suprimindo a progerina e restaurando a “lâmina A” nas células “endoteliais” ou em células musculares lisas vasculares.

Os cientistas descobriram assim que a eliminação da progerina nas células endoteliais não trazia nenhum benefício, mas trazia quando era eliminada nas células musculares lisas vasculares.

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