CIÊNCIA & TECNOLOGIA
EMPRESA PORTUGUESA DESENVOLVE O PRIMEIRO NANO-SATÉLITE PARA FINS CIENTÍFICOS
A empresa aeroespacial portuguesa Spin.Works vai desenvolver o primeiro nano-satélite dedicado a estudos de gravimetria e densidade termosférica que permitirá, entre outras questões, quantificar a perda de massa de gelo na Gronelândia e Antártida, afirmou hoje o responsável.

A empresa aeroespacial portuguesa Spin.Works vai desenvolver o primeiro nano-satélite dedicado a estudos de gravimetria e densidade termosférica que permitirá, entre outras questões, quantificar a perda de massa de gelo na Gronelândia e Antártida, afirmou hoje o responsável.
Em declarações à Lusa, Tiago Hormingo, chefe de desenvolvimento de negócios espaciais da Spin.Works. e líder do projeto uPGRADE, que arranca hoje e resulta de um investimento de 2,6 milhões de euros, explicou que o equipamento vai debruçar-se sobre “duas questões principais”.
“Há duas questões principais neste instrumento, uma é que o satélite pode ser usado para determinar como é que grandes massas de gelo estão a derreter, nomeadamente, na Gronelândia e na Antártida e, depois, é um método mais eficaz para detetar circulação de água sob o estado líquido à escala regional”, afirmou Tiago Hormingo, dando como exemplo as inundações no Mississípi.
Além destas duas funcionalidades, o nano-satélite poderá vir a tornar-se “o único meio de deteção” disponível para estudar os níveis de água em fontes subterrâneas, presentes, por exemplo, em algumas regiões do subcontinente indiano.
“Este método permite saber que água está lá ainda que não se veja, ou que não está”, esclareceu.
O equipamento vai ser desenvolvido em colaboração com a Universidade do Texas, em Austin, o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL), a Universidade do Minho e o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), sendo que a equipa científica é coordenada pelos professores Byron Tapley e Brandon Jones, da Universidade do Texas.
O nano-satélite incluirá, entre um conjunto diverso de “novas tecnologias” para futuras missões de observação da Terra e do espaço profundo, um acelerómetro de alta precisão do INL e da Universidade do Minho, propulsão iónica e sensores de imagem inteligentes.
Segundo Tiago Hormingo, o satélite uPGRADE vai seguir os “passos” de missões como a GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment) e da GRACE-FO (GRACE Follow On) da NASA que recolheram dados gravimétricos para a monitorização de processos de transporte de massa que ocorrem na superfície da Terra.
Além do desenvolvimento da plataforma, a empresa aeroespacial portuguesa é responsável pelos sistemas de controlo de orientação e órbita e pelo desenvolvimento, integração e qualificação para o espaço em pequena escala do computador de bordo e dos sensores de estrelas.
À Lusa, o líder do projeto adiantou que esta é “uma forma diferente de abordar a instrumentação científica”, uma vez que este poderá ser o primeiro protótipo de uma “constelação” de nano-satélites.
“Este é o primeiro protótipo daquilo que poderá vir a ser uma constelação, sendo que o segundo satélite custará no máximo um quinto do primeiro e os satélites restantes poderão chegar a valores quase na ordem de um décimo do custo. Com isto, consegue-se construir uma constelação que poderá ser na ordem das 15 ou 20 unidades a um preço que pode não exceder muito os 10 milhões de euros”, avançou.
A qualificação do nano-satélite está programada para o início de 2023, sendo que antes decorrerá uma vasta campanha de testes mecânicos, térmicos e elétricos.
O uPGRADE é um dos 11 projetos colaborativos de investigação e Desenvolvimento (I&D) industrial, intitulados Stategic Projects, e liderados pela indústria portuguesa em parceria com instituições de investigação nacionais e a Universidade do Texas.
Neste sentido, os projetos são cofinanciados pelo programa FEDER, através do Compete2020 da União Europeia, pelos Programas Operacionais Regionais e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através da iniciativa “Go Portugal — Global Science and Technology Partnerships Portugal”.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA
CÁPSULA DA NASA COM AMOSTRAS DE UM ASTEROIDE REGRESSA À TERRA
Uma cápsula da NASA vai aterrar domingo no deserto de Utah, após uma viagem espacial de sete anos, com rochas e poeira do asteroide Bennu, que promete proporcionar informações únicas sobre a formação do sistema solar.

Uma cápsula da NASA vai aterrar domingo no deserto de Utah, após uma viagem espacial de sete anos, com rochas e poeira do asteroide Bennu, que promete proporcionar informações únicas sobre a formação do sistema solar.
Será a primeira vez que a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, consegue trazer para a Terra amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas foi uma quantidade mínima.
Esta missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, espera ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com certeza o que contém quando a cápsula for aberta no dia 26 de setembro, explicaram em conferência de imprensa cientistas da agência espacial norte-americana, citados pela agência de notícias EFE.
Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.
A NASA escolheu precisamente o Bennu por ser relativamente rico em moléculas orgânicas e poder ajudar a responder a uma das grandes incógnitas da ciência: Como conseguiu a Terra ter uma abundância de moléculas orgânicas e água líquida, dois ingredientes chave para a vida?
Além da composição do Bennu, o outro motivo pelo qual os cientistas o escolheram é porque tem uma órbita bastante conhecida, o que facilitou a aproximação da nave “Osiris-Rex” para recolher amostras.
Descoberto em 1999, acredita-se que o Bennu se formou a partir de fragmentos de um asteroide muito maior após uma colisão. Tem aproximadamente a altura do Empire State Building e a sua superfície negra e rugosa está repleta de rochas grandes.
Além disse, existe uma remota hipótese de o Bennu colidir com a Terra dentro de 159 anos e, apesar de essa possibilidade ser de apenas 0,057%, esta missão da NASA também serve para ver como mudar a trajetória do asteroide se for necessário, disse à EFE o argentino Lucas Paganini, cientista da NASA.
A viagem começou em 2016, quando a nave “Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos, em busca do melhor local para a recolha amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.
Se tudo correr como previsto, a cápsula vai aterrar às 08:55 locais (15:55 em Lisboa) no deserto de Utah, será depois transportada de helicóptero para uma base militar e só na segunda-feira será levada de avião para Houston, onde se situa o Centro Espacial Johnson da NASA e ali as amostras serão analisadas pelos cientistas.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DA GOOGLE VAI “CONECTAR-SE” AO EMAIL E AO MAPS
A Google divulgou hoje que o Bard, o seu ‘chatbot’ generativo de Inteligência Artificial (IA), pode conectar-se a partir de agora com outros serviços da empresa, como a caixa de correio eletrónico, o YouTube ou o Maps.

A Google divulgou hoje que o Bard, o seu ‘chatbot’ generativo de Inteligência Artificial (IA), pode conectar-se a partir de agora com outros serviços da empresa, como a caixa de correio eletrónico, o YouTube ou o Maps.
“Se estiver a planear uma viagem ao Grand Canyon [nos Estados Unidos], pode pedir ao Bard para pesquisar as datas que funcionam para todos no Gmail, pesquisar voos e hotéis, verificar a viagem ao aeroporto no Google Maps e até assistir a vídeos do YouTube sobre atividades para fazer lá, tudo na mesma conversa”, destacou a gigante tecnológica em comunicado.
O grupo norte-americano tem vindo a desenvolver sistemas de IA de ponta há anos, mas foi apanhado de surpresa pelo sucesso do ChatGPT, da OpenAI, no final de 2022, e pelo lançamento em fevereiro do novo Bing da Microsoft, o seu mecanismo de busca com capacidades generativas de IA.
Ao mesmo tempo, a Google lançou o Bard, um ‘chatbot’ capaz de produzir todo tipo de texto, como editoriais, artigos científicos ou diálogos, como o ChatGPT.
A nova ferramenta apresentada hoje, chamada ‘Bard Extensions’, também pode extrair dados do Google Docs (documentos) e do Google Drive (armazenamento), incluindo ficheiros em formato PDF, informou a empresa.
Um novo botão, o ‘Google it’, permite comparar os resultados do Bard com os resultados de uma pesquisa no Google sobre o mesmo assunto, relatando quaisquer discrepâncias.
Grandes empresas tecnológicas, lideradas pela Microsoft e pela Google, estão a implementar rapidamente funcionalidades de IA generativa nos seus ‘softwares’, para os transformar numa espécie de assistente pessoal.
Ao mesmo tempo, têm de superar as objeções dos reguladores, especialmente os europeus, porque esta última geração de IA é ainda mais preocupante do que as anteriores em termos de confidencialidade dos dados, riscos de utilização para fins nocivos, como fraude ou desinformação, ou perda de empregos.
As novas extensões do Bard apenas poderão aceder a dados pessoais com a permissão do utilizador, segundo a empresa.
Qualquer extração de conteúdo pessoal do Docs, Drive ou Gmail, não será utilizada para direcionar anúncios, treinar o Bard ou ser vista pelos funcionários da empresa.
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