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FOZ DO ARELHO: EX-AUTARCAS JULGADOS POR ALEGADO USO DE DINHEIRO PÚBLICO

O presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, em Caldas da Rainha, negou esta quinta-feira, no Tribunal Judicial de Leiria, onde começou a ser julgado com mais quatro ex-autarcas, ter usado dinheiro da autarquia para fins pessoais.

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O presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, em Caldas da Rainha, negou esta quinta-feira, no Tribunal Judicial de Leiria, onde começou a ser julgado com mais quatro ex-autarcas, ter usado dinheiro da autarquia para fins pessoais.

“Já disse uma vez e vou voltar a dizer quantas vezes forem necessárias (…). Nunca usei nada da junta para uso pessoal”, afirmou Fernando Sousa.

Fernando Sousa, os antigos tesoureiros Luís Vila Verde, Jorge Rafael Constantino e José António Ferreira, e a ex-secretária Maria dos Anjos Sequeira estão a ser julgados pelo crime de peculato por alegadamente se terem apropriado, para proveito próprio ou de terceiros, de 195 mil euros da freguesia. Em junho de 2017, uma auditoria apontou para um desvio de quase 193 mil euros nesta junta do distrito de Leiria.

Segundo o despacho de acusação, na gestão da junta, pelo menos entre novembro de 2013 e setembro de 2017, “eram levados a cabo pagamentos de despesas de forma indevida, sobretudo no que concerne à aquisição de bens e serviços sem que os documentos justificativos tivessem” o número de contribuinte da junta e sem que fosse identificado o beneficiário.

Acresce que “não existia qualquer preocupação em registar os quilómetros e litros de combustível gastos com a viatura da junta”, bem como em “controlar o excessivo pagamento através de numerário”.

Por outro lado, foram assumidos “pagamentos de despesas relacionadas com viaturas que não pertencem à junta” e de outras que nada tinham a ver com as “competências e atribuições” da autarquia, como a “compra de óculos, fraldas, bens alimentícios, bebidas alcoólicas (…), refrigerantes, refeições, combustíveis de terceiros” ou aquisição de telemóveis.

De acordo com o Ministério Público (MP), foi contabilizada a entrega, entre 2014 e 2017, à Associação para a Promoção e Desenvolvimento Turístico da Foz do Arelho, da qual Fernando Sousa era presidente, sendo Maria dos Anjos Sequeira uma das secretárias, de 113.860 euros. Na contabilidade da associação no mesmo período está registado 99.010 euros.

No caso do presidente da Junta, o MP sustenta que “auferiu indevidamente” 25.348,66 euros “correspondente ao vencimento a meio tempo” quando só deveria receber o subsídio de compensação, fez seu um cheque de 200 euros da autarquia e viabilizou diversos pagamentos.

Já a ex-secretária Maria dos Anjos Sequeira auferiu indevidamente entre novembro de 2013 e setembro de 2017 quase 26 mil euros e viabilizou diversos pagamentos.

No caso de Luís Vila Verde, recebeu “indevidamente e sem justificação legal” um cheque de 126,59 euros e enquanto tesoureiro viabilizou o pagamento de várias despesas. Nas mesmas funções, Jorge Rafael Constantino apresentou para pagamento um talão de abastecimento em seu nome, de 42,29 euros, de um posto de combustível, quando a despesa foi feita noutro, além de que permitiu o pagamento de variadas despesas.

Por seu turno, José António Ferreira recebeu “sem justificação legal” um cheque de 100 euros, viabilizando igualmente o pagamento de diversas despesas.

Ao coletivo de juízes, o presidente da Junta explicou que após a tomada de posse sugeriu contratar uma empresa para fazer a contabilidade da autarquia.

“Tinha plena confiança tanto na empresa, como na Maria dos Anjos”, declarou, afirmando-se “completamente seguro de que as coisas corriam normalmente” até ser descoberto um cheque da autarquia depositado na conta da então secretária. “Confrontei-a e disse-me, de caras, que tinha precisado de dinheiro para uso pessoal”, adiantou, referindo que, depois, pediu “para se fazer uma averiguação geral aos cheques”.

Sobre alguns dos gastos elencados pelo MP, exemplificou que os óculos foram para um funcionário, as fraldas pagas no âmbito do apoio social e as bebidas alcoólicas relativas a eventos.

“Eram despesas da junta. Se tínhamos a festa da vila, o encontro de caravanas, certos eventos, têm de se comprar as coisas. Está tudo registado”, adiantou.

O autarca assegurou que nunca pensou que o subsídio de compensação teria de ser levado à Assembleia de Freguesia para autorização, assumiu ter havido pagamentos de horas extraordinárias a funcionários “por fora” e quanto a uma reparação de um carro cuja matrícula não é de uma viatura da junta apenas disse que “eram dois carros da junta”.

Sobre a disparidade de valores transferidos da junta para a associação, afirmou que todo o dinheiro “foi contabilizado” e afiançou, no caso do combustível, não ter havido pagamento a terceiros.

O arguido lamentou que, “quando se faz uma auditoria [por ele pedida] não se procure a verdade”, admitindo dúvidas sobre a mesma, que notou ter sido feita no escritório de advogados do então presidente da Assembleia de Freguesia e feita por um “prestador de serviços”.

Já o antigo tesoureiro Luís Vila Verde esclareceu, sobre um cheque que recebeu da junta, que por várias vezes comprou combustível com o seu dinheiro, sendo que depois a junta lhe pagou através de cheque.

Luís Vila Verde, que acabou por se demitir após 14 meses em funções, assumiu ter assinado cheques em branco, mas frisou que nunca lucrou nada com a junta.

Outro ex-tesoureiro, Jorge Constantino, que também não terminou o mandato, justificou o abastecimento da sua viatura com combustível pago pela junta devido a deslocações ao serviço desta, referindo igualmente ter assinado cheques em branco.

Na primeira sessão, foi ainda ouvido o ex-tesoureiro José António Ferreira, que esclareceu ter havido um cheque emitido em seu nome que levantou e cujo dinheiro entregou a um funcionário, pela prestação de serviços deste, negando a apropriação de valores da junta: “Antes preferia morrer afogado”.

O julgamento prossegue em 11 de maio.

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VIANA DO VASTELO: HOSPITAL CONTRATA MÉDICOS “TEMPORÁRIOS” – FNAM

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.

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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.

AFNAM classifica de “biscate” o recrutamento de médicos através de um “concurso por intermédio de uma empresa de trabalho temporário para suprir as falhas que não quer resolver por via da contratação de mais médicos sem termo”.

“Depois da tentativa de escalar médicos que já tinham manifestado indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais legalmente previstas, o conselho de administração da ULSAM tornou pública a contratação de médicos avulso, para dois turnos noturnos, das 20:00 às 08:00, por um período máximo de 728 horas, pagos a 35,5 euros, por hora”, lê-se num comunicado hoje emitido pela FNAM.

Para a FNAM, “o valor oferecido para pagar as consequências da falta de médicos é um insulto a quem tem alegado falta de verbas para concretizar um programa de emergência para fixar médicos e salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), atribuindo “a responsabilidade deste absurdo, exclusivamente, ao Ministério da Saúde e ao Governo”.

“Este valor é muito superior ao que ganham os médicos nos primeiros anos da especialidade, cujo valor por hora é de 16,52 euros, ou dos internos, cujo valor, por hora, varia entre 9,54 euros e 11,73 euros ou, mesmo de um médico no topo da carreira, em 42 horas com dedicação exclusiva, cujo valor, por hora, pode chegar até 32,45 euros, o mais alto da tabela salarial em vigor e, ainda assim, mais baixo do que o conselho de administração da ULSAM está a oferecer para resolver o problema da falta de médicos”, sustenta a FNAM.

A agência Lusa contactou o conselho de administração da ULSAM, mas ainda não obteve resposta.

Para a FNAM, “este é um episódio revelador do modelo de trabalho que o Governo e as administrações hospitalares querem generalizar no SNS”.

“O anúncio com a oferta de biscate na ULSAM, que denunciamos, concretiza aquilo que a FNAM tem vindo a denunciar: o Ministério da Saúde e o Governo, ao recusarem as propostas dos médicos para defender a carreira médica e o futuro do SNS, são os responsáveis pelo desenvolvimento de um modelo de trabalho precário, com contratações a termo, ferido de direitos e incapaz de construir as equipas que o SNS precisa para estar à altura das necessidades dos utentes”, acrescenta o comunicado.

Para a FNAM, trata-se de “um modelo de trabalho que mais não é do que um decalque do modelo empresarial das companhias de ‘low cost'”.

“Não é útil para a salvaguarda do SNS, nem tão pouco é capaz de ser económico, uma vez que o recurso a empresas de trabalho temporário para suprir tarefas regulares e fixas dos diferentes serviços de saúde do SNS implica gastar até cerca de três vezes mais por hora”, sustenta.

A FNAM adianta que “o Ministério da Saúde, o Governo e os conselhos de administração pretendem reduzir custos fixos com trabalhadores, mesmo que isso signifique gastar mais dinheiro, investindo numa contratação avulsa, desprovida de direitos e de projeto”.

“É uma escolha política, e os principais lesados são os utentes. Recusamos e combateremos um modelo de trabalho precário, onde são aplicadas métricas já obsoletas no universo de produção fabril, quanto mais aplicadas à prática clínica, e que, para cúmulo do absurdo, acabam por sair mais caras aos utentes, que ficam simultaneamente com menos SNS e com uma gestão danosa dos recursos públicos”, frisa.

A FNAM garante que não vai “ceder à pressão” e nem vai “recuar”: “Dizemos ‘somos todos Viana do Castelo’ e ‘somos todos SNS’, sendo que tudo faremos para evitar a transformação do SNS numa plataforma precária de serviços de saúde”.

A FNAM assegura que vai continuar a “mobilizar os médicos para que se recusem a exceder o limite legal das 150 horas de trabalho suplementar, exercendo a profissão e assistindo os utentes sem estarem condicionados pela exaustão”.

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AMÉRICO AGUIAR NOMEADO BISPO DE SETÚBAL

O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).

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O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).

“O Papa Francisco nomeou hoje D. Américo Manuel Alves Aguiar como Bispo de Setúbal”, lê-se num comunicado da CEP.

Américo Aguiar, de 49 anos, tomará posse da sua nova diocese no dia 26 de outubro, data em que se completam 48 anos sobre a ordenação episcopal do primeiro bispo de Setúbal, Manuel Martins.

A diocese de Setúbal estava sem bispo titular desde o início de 2022, quando o atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, foi nomeado bispo de Leiria-Fátima.

Américo Aguiar, que no próximo dia 30 de setembro será criado cardeal no consistório a realizar no Vaticano, é o quarto bispo de Setúbal, depois de Manuel Martins, Gilberto dos Reis Canavarro e José Ornelas.

Nascido em Leça do Balio, Matosinhos, em 12 de dezembro de 1973, Américo Aguiar foi ordenado padre em 2001 e bispo em 2019.

É presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, tendo sido o principal rosto da organização do encontro mundial de jovens com o Papa, que se realizou em Lisboa entre 01 e 06 de agosto deste ano.

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