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LISBOA: ENFERMEIROS CONCENTRADOS NO HOSPITAL SANTA MARIA

Cerca de quatro dezenas de enfermeiros estão concentrados desde as 08:00 de hoje em frente ao Hospital e Santa Maria, em Lisboa para revindicar uma carreira digna e mais contratações.

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Cerca de quatro dezenas de enfermeiros estão concentrados desde as 08:00 de hoje em frente ao Hospital e Santa Maria, em Lisboa para revindicar uma carreira digna e mais contratações.

Os enfermeiros de cinco blocos operatórios de hospitais públicos iniciaram hoje uma greve de mais de um mês às cirurgias programadas, que pode adiar ou cancelar milhares de operações.

Sónia Viegas, do Movimento Nacional de Enfermeiros, disse à agência Lusa que os enfermeiros lutam “por uma carreira digna, porque a que existe neste momento não está adequada” à classe.

Alguns enfermeiros concentrados hoje de manhã têm cravos brancos nas mãos e envergam um crachá na lapela onde se pode ler “É tempo de dizer basta — greve cirúrgica”.

“Temos muitos colegas a fazer muito mais horas do que aquelas que estão contratualizadas, o que leva a uma prestação e cuidados mais deficientes”, disse a enfermeira do Hospital de Santa Maria, que pertence ao Centro Hospitalar Lisboa-Norte, salientando que a “situação tem que ser resolvida urgentemente”.

Sobre a adesão à greve, Sónia Viegas disse que está perto dos 100% como se estimava e está a afetar essencialmente os blocos operatórios.

Presente no protesto o presidente do Sindicato Democráticos dos Enfermeiros de Portugal, Carlos Ramalho, disse à Lusa que os enfermeiros estão em protesto para manifestar o seu descontentamento devido a um impasse no processo negocial.

“A greve só se iniciou porque se esgotaram todas as possibilidade de diálogo com o governo”, disse.

“Os enfermeiros que estão aqui à porta do Santa Maria são os profissionais que deviam estar a trabalhar nos vários blocos operatórios, mas estão em greve” [uma paralisação onde estão a ser garantidos os serviços mínimos], mas as restantes cirurgias estão a ser adiadas”, disse o sindicalista.

A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, também se juntou hoje à concentração por considerar “justo” o que os profissionais estão a pedir.

“A Ordem não está só ao lado dos enfermeiros, mas também das pessoas, porque hoje os enfermeiros não têm condições para tratar das pessoas com dignidade”, disse à Lusa Ana Rita Cavaco.

“Não podemos falar em dignidade quando há um enfermeiro para 40 pessoas ou quando há um enfermeiro sozinho a trabalhar num serviço a noite inteira. Isso não dá dignidade a ninguém e pior do que isso oferece um risco de segurança muito grande”, disse.

Os enfermeiros de cinco blocos operatórios de hospitais públicos iniciam hoje uma greve de mais de um mês às cirurgias programadas, que pode adiar ou cancelar milhares de operações.

A greve cirúrgica, decretada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), irá abranger o Centro Hospitalar Universitário de S. João, o Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e o Centro Hospitalar de Setúbal.

A paralisação visa “parar toda a cirurgia programada, mantendo, naturalmente, assegurados os cuidados mínimos decretados pelo tribunal”, referem os sindicatos em comunicado.

Os enfermeiros reivindicam uma carreira transversal a todos os tipos de contratos e uma remuneração adequada às suas funções, tendo em conta “a penosidade inerente ao exercício da profissão”, segundo as estruturas sindicais.

A ideia da paralisação partiu inicialmente de um movimento de enfermeiros que recolheu já mais de 360 mil euros num fundo destinado a compensar os profissionais que ficarão sem salário.

LUSA

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VIANA DO CASTELO: EÓLICAS DEVEM “REPENSAR” AS COMPENSAÇÕES A PESCADORES

A cooperativa VianaPescas alertou esta sexta-feria que “vão ter de ser repensadas as contrapartidas” aos pescadores devido à implantação de eólicas offshore ao largo de Viana do Castelo, porque não foram contempladas todas as pretensões dos profissionais.

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A cooperativa VianaPescas alertou esta sexta-feria que “vão ter de ser repensadas as contrapartidas” aos pescadores devido à implantação de eólicas offshore ao largo de Viana do Castelo, porque não foram contempladas todas as pretensões dos profissionais.

“Tínhamos pedido para libertarem, para a pesca, toda a Zona Livre Tecnológica prevista para Viana do Castelo. Mas só foi libertada metade dessa área. Isso vai prejudicar algumas embarcações, porque há zonas de pesca que vão desaparecer, e algumas terão de ser abatidas. As contrapartidas vão ter de ser repensadas”, disse à Lusa Portela Rosa, que representa a cooperativa VianaPescas de produtores de peixe de Viana do Castelo, com cerca de 450 associados.

O responsável reagia ao Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), esta sexta-feira publicado em Diário da República e que reduziu a área norte e eliminou a área sul de Viana do Castelo.

“Prejudicaram metade do que estava previsto libertar a norte. Há barcos que pescam nessa zona e que vão ter de ir para outros sítios”, observou Portela Rosa.

O projeto que teve início com o anterior Governo socialista previa a criação de um parque eólico ‘offshore’ em Portugal, com 10 gigawatts (GW) de potência, e delimitava como possíveis áreas de exploração de energias renováveis Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines.

Várias associações do setor da pesca manifestaram preocupações quanto ao impacto nas comunidades piscatórias e fauna marinha e a Avaliação Ambiental Estratégica do projeto assumia que a instalação de eólicas ‘offshore’ “deve conduzir ao abate de embarcações” e reduzir a pesca.

O plano esta sexta-feira publicado prevê uma área total para exploração de 2.711,6 km2, valor que inclui uma área de 5,6 km2 na Aguçadoura (Póvoa de Varzim), para instalação de projetos de investigação e demonstração não comerciais, o que representa uma diminuição de 470 km2 face à proposta submetida a discussão pública.

Assim, prevê-se uma área de 229 km2 em Viana do Castelo, para uma potência de 0,8 gigawatts (GW), 722 km2 em Leixões (2,5 GW), 1.325 km2 na Figueira da Foz (4,6 GW), 430 km2 em Sines (1,5 GW) e 5,6 km2 em Aguçadoura.

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PORTO: FUNCIONÁRIO DE ATL DETIDO POR SUSPEITA DE ABUSO DE MENORES

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um funcionário de um centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) da Área Metropolitana do Porto por suspeitas de abusar sexualmente de duas crianças de 12 e 13 anos, anunciou hoje esta força policial.

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve um funcionário de um centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) da Área Metropolitana do Porto por suspeitas de abusar sexualmente de duas crianças de 12 e 13 anos, anunciou hoje esta força policial.

Em comunicado, a PJ revelou que o suspeito, de 45 anos, foi detido na quinta-feira.

Segundo a PJ, as duas menores estavam à guarda e responsabilidade daquele funcionário no âmbito da sua atividade profissional.

A detenção aconteceu depois de uma das menores ter revelado que o homem a tinha molestado sexualmente e que uma outra teria uma “relação especial” com aquele, explicou.

A PJ indicou que os abusos terão ocorrido na casa do suspeito e de uma das menores e no carro do centro de estudos.

“Recolhidos elementos probatórios de natureza material e digital foi possível ainda atestar a prática de inúmeros crimes de abuso sexual de crianças e de pornografia de menores”, sublinhou.

O suspeito terá ainda criado na menor de 12 anos a ilusão de que tais práticas correspondiam a uma relação de namoro.

O detido, sem antecedentes criminais e suspeito de diversos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Matosinhos, no distrito do Porto.

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