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PORTO: JUDICIÁRIA DETEVE SUSPEITO DE TRÁFICO HUMANO
A Polícia Judiciária do Porto deteve na quarta-feira um homem de 55 anos, suspeito dos crimes de tráfico de 10 pessoas que estavam há dois anos alojadas num hotel, informou esta quinta-feira em comunicado aquela polícia.

A Polícia Judiciária do Porto deteve na quarta-feira um homem de 55 anos, suspeito dos crimes de tráfico de 10 pessoas que estavam há dois anos alojadas num hotel, informou esta quinta-feira em comunicado aquela polícia.
Segundo o comunicado, o detido é suspeito de tráfico para exploração laboral, auxílio à imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal e utilização da atividade de mão-de-obra estrangeira ilegal.
Em comunicado, a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) relata que, no âmbito da operação “Fraterna Doloris” — no cumprimento de um mandado busca e apreensão domiciliária que visou uma unidade hoteleira (que não identificou nem o local nem onde se situa) — identificou quatro cidadãos estrangeiros e um deles acabou detido.
Na ação, prossegue a PJ, “foram sinalizadas e protegidas oito vítimas de tráfico de seres humanos e duas crianças, uma delas igualmente explorada”.
A situação foi reportada pelas próprias vítimas que fugiram do local onde se encontravam alojadas pelos suspeitos, estando sujeitas a jornadas de trabalho longas, sem a devida remuneração e sem que possuíssem qualquer título de residência ou visto de trabalho que lhes permitisse trabalhar, continua a nota de imprensa.
As vítimas, acrescenta a PJ, encontravam-se sob total controlo dos suspeitos e em permanente vulnerabilidade há pelo menos dois anos, a partir do momento em que chegaram ao espaço europeu, e após terem sido angariadas e aliciadas com falsas promessas de trabalho.
A situação reportada “diz respeito a três diferentes países europeus, onde se inclui Portugal, tendo a PJ atuado rapidamente, considerando o tipo de criminalidade altamente organizada, e para a qual contou com os mecanismos de cooperação europeu de partilha de informação criminal, através da EUROPOL”, assinala a publicação.
A gravidade da criminalidade em causa e a violação dos direitos fundamentais constatados, as apreensões efetuadas e a prova já recolhida na investigação determinaram que a PJ detivesse o suspeito pelos referidos crimes, dado o perigo de fuga para o estrangeiro, uma vez que não é residente legal em Portugal, informa aquela polícia de investigação.
A investigação, decorrida no âmbito de inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Guimarães, foi iniciada há cerca de um mês, tendo sido desenvolvidas diligências urgentes que culminaram na emissão do referido mandado de busca domiciliária para suspender a atividade criminosa, prossegue o comunicado.
A PJ contou neste processo com o apoio das equipas multidisciplinares de apoio às vítimas de tráfico de seres humanos, refere a nota de imprensa.
O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.
