INTERNACIONAL
PORTUGAL É O SÉTIMO ESTADO MAIS POBRE DO MUNDO
Numa análise à situação patrimonial de quase 70 países, Portugal ocupa a 7º lugar dos países mais pobres. Em primeiro lugar encontra-se a Grécia e na melhor posição a Noruega.
Numa análise à situação patrimonial de quase 70 países, Portugal ocupa a 7º lugar dos países mais pobres. Em primeiro lugar encontra-se a Grécia e na melhor posição a Noruega.
Coordenada pelo antigo ministro das Finanças português Vítor Gaspar, o Monitor Orçamental do Fundo Monetário Internacional analisou a riqueza pública portuguesa através da diferença entre ativos e passivos em proporção do produto interno bruto (PIB).
Os resultados, divulgados esta quarta-feira, colocam Portugal como um dos países com piores resultados.
De acordo com a análise do FMI, o setor público português é detentor de uma riqueza líquida negativa na ordem dos 40% do PIB, ou seja, os passivos portugueses superam os ativos.
O FMI analisou 69 países utilizando dados referentes ao ano de 2016. A nível de riqueza, Portugal ficou no 7º lugar entre os mais pobres.
Segundo a instituição internacional, esta análise pode ser melhor do que o valor da dívida pública para avaliar a verdadeira saúde financeira dos Estados. Segundo o DN, os custos de financiamento soberanos (taxas de juro cobradas aos países) poderão tornar-se mais sensíveis ou melhor explicados pelos indicadores patrimoniais (riqueza líquida) do que a dívida pública.
De acordo com esta análise, a Grécia surge como o Estado mais pobre – um saldo negativo de 111% do PIB, onde os passivos superam em grande escala os ativos gregos.
No outro extremo da tabela, a Noruega aparece como o país mais rico, sendo um grande produtor de petróleo. O país do Norte da Europa tem a sua riqueza líquida avaliada em 348% do PIB – quatro vezes mais o valor da sua economia.
Explicações:
Os resultados obtidos na análise aos 69 países espelham a última crise que abalou vários países. Segundo o FMI, os Estados empobreceram bastante durante a crise ao assumirem os prejuízos do setor financeiro e bancário.
“Os balanços patrimoniais públicos expandiram-se rapidamente durante a crise financeira, tanto do lado do ativo quanto do passivo, acompanhados por uma queda acentuada no património líquido, à medida que os governos permitiam que as políticas orçamentais anticíclicas operassem”, lê-se no estudo.
Mesmo com o final da crise, o FMI diz que “os declínios modestos na riqueza pública continuaram após a crise financeira global, mesmo com a redução dos défices”.
Apesar da negativa posição de Portugal, a situação em 2012 era bastante pior. Na altura, numa amostra de 31 países, Portugal surgiu com a pior situação patrimonial (nesta análise de 2012 foi incluído o custo com as pensões). A Noruega voltou a apareceu com a melhor situação financeira.
Para o FMI, esta nova abordagem à riqueza patrimonial dos Estados “fornece a visão mais abrangente da riqueza pública, mas é pouco compreendida, mal medida e apenas parcialmente gerida”.
A instituição diz ainda que “a maioria dos governos não fornece aos seus cidadãos” a transparência necessária sobre o que é que está na posse do Estado e o que é que o Estado deve e qual o risco associado.
“A análise orçamental tradicional concentra-se nos fluxos – receitas, despesas e défices – com as avaliações aos stocks a limitarem-se, em larga medida, à dívida bruta“, diz o estudo.
Os ativos do Estado analisados são, por exemplo, partes de bancos detidos pelos Estados através de mecanismos de capital contingente, e partes de empresas públicas.
No lado dos passivos existem as dívidas e as garantias quando estas têm de ser executadas.
Orçamento de Estado 2019:
Segundo dados do Governo, o Orçamento de Estado português deve assentar num crescimento da economia de 2,2% – um valor ligeiramente abaixo da projeção feita em abril pelo Programa de Estabilidade. Para o CDS, partido da oposição, este orçamento é uma oportunidade perdida.
De acordo com o Governo, a meta do défice público mantém-se nos 0,2% do PIB e o rácio da dívida pública deve ser revisto em baixa face à análise de abril. O peso da dívida baixará para 117% do PIB, um valor inferior aos 118,4% projetados no Programa de Estabilidade.
Já o FMI defende que o défice português deve descer até aos 0,3% do PIB. Para a instituição internacional o rácio da dívida deve descer de 120,8% (2018) para 117,2% do PIB em 2019.
ZAP
INTERNACIONAL
VACINAS SALVARAM 154 MILHÕES DE VIDAS EM 50 ANOS
As vacinas permitiram salvar pelo menos 154 milhões de vidas em todo o mundo desde 1974, o equivalente a seis vidas por minuto, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgado.
As vacinas permitiram salvar pelo menos 154 milhões de vidas em todo o mundo desde 1974, o equivalente a seis vidas por minuto, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgado.
Em comunicado, a OMS salienta que a estimativa plasmada no estudo incide sobre a vacinação contra 14 doenças, incluindo difteria, hepatite B, sarampo, tétano, febre amarela, rubéola, tuberculose, meningite A e tosse convulsa.
De acordo com o estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, a vacinação permitiu salvar 101 milhões de bebés entre as 154 milhões de vidas estimadas.
O estudo realça que a imunização contra as 14 doenças analisadas contribuiu diretamente para reduzir 40% da mortalidade infantil global e 52% em África.
Por si só, a vacinação contra o sarampo diminuiu 60% da mortalidade infantil à escala global.
A OMS destaca, ainda, que mais de 20 milhões de pessoas podem hoje andar graças à imunização contra a poliomielite.
“As vacinas estão entre as invenções mais poderosas da História, prevenindo doenças antes temidas”, sublinhou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado em comunicado.
Os dados foram publicados num momento de retrocesso da vacinação, causado nomeadamente pela redução dos programas de imunização devido à pandemia da covid-19.
A OMS assinala que 67 milhões de crianças não receberam entre 2020 e 2022 todas as vacinas de que necessitavam, o que contribuiu para um aumento de 84% dos casos globais de sarampo entre 2022 e 2023.
O estudo foi divulgado na Semana Mundial da Vacinação 2024, que hoje começou e termina na terça-feira.
INTERNACIONAL
ADVOGADOS DE TRUMP DECLARAM EX-PRESIDENTE INOCENTE NO INÍCIO DE JULGAMENTO
Os advogados de defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump declararam hoje o seu cliente inocente, alegando que o Ministério Público nem sequer devia ter iniciado este processo.
Os advogados de defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump declararam hoje o seu cliente inocente, alegando que o Ministério Público nem sequer devia ter iniciado este processo.
Nas declarações iniciais do julgamento de Trump, os procuradores defenderam que o ex-presidente “orquestrou um esquema criminoso para subverter” as eleições presidenciais de 2016.
Os advogados de defesa alegaram que Trump está inocente, acrescentando que o gabinete do procurador distrital de Manhattan “nunca deveria ter aberto este caso”.
Um painel de jurados nova-iorquinos — 12 jurados e seis suplentes — tomou posse na passada sexta-feira, após quatro dias de seleção do júri, e começou hoje a participar naquele que é o primeiro julgamento criminal contra um ex-presidente dos EUA.
Trump é acusado de falsificar registos comerciais como parte de um alegado esquema para dissimular histórias que acreditava que poderiam prejudicar a sua campanha presidencial em 2016.
No centro das acusações está um pagamento de cerca de 100 mil euros feito à atriz pornográfica Stormy Daniels por Michael Cohen, ex-advogado de Trump, para evitar que fosse conhecida uma relação extramatrimonial com o empresário.
Os procuradores dizem que Trump dissimulou a verdadeira natureza dos pagamentos falsificando documentos comerciais.
O ex-presidente nega ter tido um encontro sexual com Daniels e os seus advogados argumentam que os pagamentos feitos a Cohen foram despesas legais legítimas, declarando-se inocente de 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais.
Um dos advogados de defesa de Donald Trump concentrou-se durante as declarações iniciais em repetir argumentos colocando em questão a credibilidade de uma das principais testemunhas da acusação: Michael Cohen.
O advogado Todd Blanche forneceu um extenso relato sobre o cadastro criminal de Cohen e sobre o facto de ele já ter sido condenado por mentir sob juramento.
Blanche acusou Cohen de ser “obcecado pelo ex-presidente”, dizendo que “o seu sustento financeiro depende da destruição da reputação de Trump.
“Não se pode tomar uma decisão séria sobre o presidente Trump confiando nas palavras de Michael Cohen”, argumentou Blanche.
Antecipando os prováveis ataques da defesa à sua principal testemunha, o procurador Matthew Colangelo reconheceu o cadastro criminal de Cohen, logo no início do julgamento.
Os advogados de defesa argumentaram ainda que Trump não teve nada a ver com os pagamentos feitos para evitar que histórias sobre a sua vida sexual se tornassem públicas, nas vésperas das eleições presidenciais de 2016.
Blanche questionou em particular a insinuação feita pela acusação de que o pagamento a Stormy Daniels se destinava a tentar influenciar o resultado das eleições presidenciais.
“Não há nada de errado em tentar influenciar uma eleição. Isso chama-se democracia”, concluiu o advogado.
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