A Rússia prepara-se para se desligar da internet global e criar um novo “mundo virtual” limitado às fronteiras e cidadãos russos. Esta decisão foi descoberta em documentos que aqui tornamos públicos e esclarecem a forma como a Rússia pretende controlar os conteúdos e sites a que os cidadãos russos vão ter acesso a partir do dia 11 de Março.
Na prática a Rússia pretende desligar-se da internet global e criar um submundo eletrónico controlado onde os cidadãos russos passam a ter acesso apenas ao conteúdos e sites que estejam em “conformidade” com as políticas
Até então a internet mundial era uma só com o principio da universalidade, liberdade e descentralizada. Cabe ao organismo sem fins lucrativos Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) e sob gestão de representantes de todos os países mundiais a responsabilidade pela alocação do espaço de endereços do Protocolo da Internet (IPv4 e IPv6), atribuição de identificadores de protocolo, administração do sistema de nomes de domínio de primeiro nível genéricos e respetivos códigos de países (.pt .com .org .ru por exemplo), assim como as funções de gerenciamento do sistema de servidores-raiz.
Os princípios básicos do funcionamento da ICANN têm sido descritos como ajudar a preservar a estabilidade operacional da Internet; a promover competição; alcançar ampla representação da comunidade global da Internet, e desenvolver políticas de forma adequada à sua missão através de processos baseados em consentimento.
Desta forma a Rússia pretende alterar o princípio da liberdade, independência e descentralidade que são valores fundamentais subjacentes à criação da WWW – Wold Web Wide (a Internet do mundo moderno). Outros países como a China e a Coreia do Norte já optaram por medidas semelhantes que visam o controlo e/ou filtragem dos conteúdos e da informação a que os seus cidadãos podem ter acesso.