Um Sporting mais rápido e agressivo a ganhar de forma clara e fácil, influenciado pelo melhor jogador a atuar no campeonato português Viktor Gyokeres que marcou e deu a marcar a Pedro Gonçalves, e pela justa expulsão de Pepe no início da segunda parte, num jogo onde globalmente o F C Porto demonstrou fragilidade pouco habitual nos clássicos.

Ruben Amorim privado de Coates, por lesão, deu uma oportunidade a Eduardo Quaresma que se viria a revelar decisiva na forma como, muito rápido e sempre bem posicionado controlou todas as arrancadas de Galeno e em posse de bola esteve muito personalizado. Poderia ter coroado a sua magnifica exibição com a arrancada que viria a dar o segundo golo do Sporting, anulado e bem pelo VAR, por falta sobre João Mário.

Sérgio Conceição também surpreendeu ao deixar Fábio Cardoso no banco de suplentes e David Carmo na bancada para dar a titularidade a Zé Pedro, alteração que não surtiu efeito porque o central portista esteve muito receoso em posse de bola e teve dificuldades nos duelos individuais com os avançados leoninos.

Na fase denominada de estudo, em que o equilíbrio era evidente com as organizões defensivas a s o talento e capacidade física de Gyokeres, num movimento característico a ganhar em profundidade e com alguma facilidade a libertar-se de Pepe e depois com um remate para o canto mais inesperado, surpreendeu Diogo Costa e abriu o marcador.

O FC Porto acusou o golo e os minutos seguintes foram de domínio dos leões que em transição criaram algumas dificuldades à instável organização defensiva portista. Na parte final da primeira parte o Porto conseguiu ter mais bola e melhorar, e até poderia ter empatado no golpe de cabeça de Galeno que Adán contrariou com uma excelente defesa com o seu pé esquerdo.

A segunda parte fica marcada pela justa expulsão de Pepe, com o Sporting a controlar o jogo e com os jogadores do FC Porto a tentar reagir, mas a desvantagem numérica fez toda a diferença. O Sporting marca o segundo golo em mais uma arrancada de Gyokeres que assistiu Pedro Gonçalves de forma perfeita e resolveu o jogo, ainda teve algumas oportunidades para dilatar e o Porto também poderia ter reduzido.

As equipas chegaram a marcar por Evanilson e Paulinho, ambos bem invalidados. Rúben Amorim e Sérgio Conceição promoveram várias substituições na segunda parte, todas sem impacto no desenrolar do jogo que foi sempre controlado pela formação da casa.

Vitória justa da melhor equipa, naquela que foi a vitória mais fácil do Sporting sobre o Porto na era Amorim/Conceição.

O melhor do jogo foi Viktor Gyokeres, fundamental na diferença de qualidade de jogo e de dinâmica ofensiva entre as duas equipas, Eduardo Quaresma também faz um fantástico jogo a demonstrar qualidades ainda não vistas desde que é sénior. Muito rápido e decidido nas abordagens e duelos defensivos, sempre bem posicionado e com excelente critério na posse de bola fez um jogo para mais tarde recordar e pode funcionar como ponto de partida para uma carreira que se chegou a projetar de enorme sucesso. Hjulmand defensivamente esteve irrepreensível e Geny Catamo afirma-se cada vez mais como um dos melhores do Sporting.

No Porto não houve nenhuma figura de destaque, os menos maus terão sido Eustáquio e Evanilson. Pepê e Galeno tentaram sem sucesso carregar a equipa para o ataque e Taremi está longe do rendimento das épocas anteriores. Pepe a grande figura do conjunto portista esteve desastrado, pouco agressivo no golo do Sporting e imprudente no lance que lhe valeu a expulsão e que praticamente retirou a sua equipa da possibilidade de discutir o resultado.

Nuno Almeida não teve tarefa fácil, mas com a ajuda do VAR acabou por tomar decisões acertadas.

José Augusto Santos, Comentador Desportivo e Treinador de Futebol Nível IV UEFA Pro.