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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

10% DOS PORTUGUESES RECEBEM EMAILS FRAUDULENTOS

Cerca de 14% dos portugueses inquiridos num estudo europeu sobre segurança na internet afirmaram ter recebido, nos últimos tempos, mensagens eletrónicas fraudulentas que visavam acesso indevido a dados pessoais, enquanto 11% indicaram ter sido direcionados para ‘sites’ falsos.

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Cerca de 14% dos portugueses inquiridos num estudo europeu sobre segurança na internet afirmaram ter recebido, nos últimos tempos, mensagens eletrónicas fraudulentas que visavam acesso indevido a dados pessoais, enquanto 11% indicaram ter sido direcionados para ‘sites’ falsos.

Os dados foram divulgados hoje pelo gabinete de estatísticas comunitário, o Eurostat, e revelam que 14% dos 6.624 portugueses inquiridos para um estudo sobre o uso das tecnologias de informação, no segundo trimestre do ano passado, foi alvo nos 12 meses anteriores de ‘fishing’, isto é, receberam e-mails fraudulentos que visavam o acesso indevido a dados pessoais e ou confidenciais.

Por seu lado, 11% dos inquiridos portugueses (que, tal como no resto da Europa, tinham entre 16 e 74 anos) disseram ter sido confrontados nos últimos tempos com ‘pharming’, ou seja, com mensagens eletrónicas que os direcionava para ‘sites’ falsos de forma a, também assim, haver um acesso indevido a informação pessoal como palavras-chave e números de conta.

Estes dois tipos de ataques já levaram, inclusive, instituições bancárias em Portugal a emitir alertas para os seus clientes.

Para realizar este estudo, o Eurostat inquiriu estes portugueses entre os dias 29 de abril e 26 de julho do ano passado.

Também nesta altura foram ouvidos outros cidadãos da União Europeia (UE), num total de 202.511 pessoas inquiridas nos 28 Estados-membros e 147.531 famílias.

A todos, o serviço de estatísticas da UE fez perguntas sobre problemas verificados com a segurança no acesso à internet em dispositivos como computadores, ‘tablet’, telemóveis e outros.

Em menor escala, os inquiridos portugueses admitiram também que, nos 12 meses anteriores ao estudo, perderam documentos, fotografias ou outros dados dos seus dispositivos devido a vírus (3%), assim como verificaram utilizações fraudulentas dos seus cartões bancários (1%).

Os portugueses afirmaram, ainda, ter sofrido de roubos de identidade na internet, do uso indevido de informações pessoais disponíveis ‘online’ e de invasão (‘hacking’) das suas contas de redes sociais ou outras (todos 1%).

Para tentar evitar este tipo de casos, os inquiridos portugueses disseram ter evitado, nos últimos tempos, fornecer informações pessoais a plataformas ‘online’ (25%), encomendar bens ou serviços pela internet (20%), aceder às contas bancárias por esta via (17%), descarregar aplicações, música, vídeos ou jogos (17%) ou usar redes abertas de ‘wifi’ (15%) e tentaram ainda não comunicar desta forma com serviços públicos ou administrações (8%).

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O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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