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12% DOS ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR SÃO ESTRANGEIROS

Os estabelecimentos de ensino superior portugueses recebem cada vez mais estudantes estrangeiros, segundo dados oficiais que revelam que, no ano passado, havia quase 45 mil alunos inscritos em universidades e politécnicos.

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Os estabelecimentos de ensino superior portugueses recebem cada vez mais estudantes estrangeiros, segundo dados oficiais que revelam que, no ano passado, havia quase 45 mil alunos inscritos em universidades e politécnicos.

A maioria destes alunos tinha terminado o secundário no estrangeiro e decidiu prosseguir os estudos em Portugal, mas também há um grupo de estudantes que já estava no ensino superior e escolheu Portugal para obter créditos académicos que serão posteriormente reconhecidos pela instituição estrangeira a que pertencem.

No ano passado, estes alunos representavam 11,9% do total de estudantes inscritos em instituições portuguesas, revela o Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior (RAIDES) realizado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

Ao abrigo de programas de mobilidade internacional, universidades e politécnicos receberam 44.485 alunos no ano letivo de 2017/2018.

Mais de metade (28.122) faz parte do grupo que completou o ensino secundário no estrangeiro e decidiu obter um diploma em Portugal (Mobilidade de grau).

Comparando com o ano anterior, verificou-se um aumento de 26,7% destes alunos que, no ano passado, já representavam 7,5% do total dos inscritos no ensino superior.

Na sua maioria são mulheres (51,6%) e vem do Brasil (39%), Angola (11,4%), Cabo Verde (9,3%) e França.

Chegam à procura de formação nas áreas das “Ciências empresariais, administração e direito” (23,9%) e da “Engenharia, indústrias transformadoras e construção” (20,4%).

Oito em cada dez inscreveram-se numa instituição pública, sendo que 77,6% do total optou por uma universidade em detrimento de um politécnico.

No entanto, os politécnicos têm vindo a registar um grande aumento de estrangeiros: no ano letivo de 2016/2017 eram 4.809 estudantes e no ano passado já ultrapassavam os seis mil (6.306).

A Área Metropolitana de Lisboa é a que acolhe mais estudantes (37,2%), sendo que no ano passado a região do Algarve destacou-se ao quase duplicar o número de alunos em dois anos, passando de 350 alunos para 592.

A maioria dos alunos inscreveu-se numa licenciatura 1.º ciclo (10.025) e de mestrado 2.º ciclo (8.260).

No ano passado houve outros 16.363 alunos que já frequentavam o ensino superior lá fora e decidiram inscrever-se por um determinado período num estabelecimento de ensino superior português, com o objetivo de obter créditos académicos que serão posteriormente reconhecidos pela instituição estrangeira de origem a que pertencem.

Também aqui houve um aumento de alunos (mais 9,2% em relação ao ano anterior), com estes alunos a representar já 4,4% do total de inscritos.

Mulheres entre os 18 e os 22 anos é o perfil destes estudantes que chegam maioritariamente ao abrigo de programas financiados pela União Europeia por um semestre.

Também nestes casos, a grande maioria (78,9%) procura uma universidade e inscreve-se numa instituição pública (85,2%).

A região de Lisboa foi a que registou maior aumento no número de inscritos em mobilidade internacional (5.795 em 2016/17 e 6.535 em 2017/18), mas foi na região do Alentejo que se verificou o maior aumento percentual, com mais 35,9% de alunos nesta situação (passando de 373 estudantes para 507 no ano passado.

Os cursos nas áreas das “Ciências empresariais, administração e direito” foram os mais procurados com 26,5% de inscritos do total de inscritos em mobilidade.

Tal como se registou nos anos anteriores, o leque das nacionalidades dos inscritos foi diversificado, mas a nacionalidade brasileira continua a ser a mais representada (20%) seguida pela espanhola, italiana, alemã e polaca.

LUSA

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SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

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Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.

Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.

Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.

Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.

No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.

Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.

O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).

A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.

Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.

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ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

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As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).

“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.

Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.

O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.

No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.

O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.

Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.

A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.

De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.

O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.

O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.

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