INTERNACIONAL
2 EM CADA 5 REFUGIADOS ABANDONAM PORTUGAL
Pelo menos dois em cada cinco refugiados que são recolocados em Portugal abandonam o país para outros destinos europeus, uma situação que o Governo está a analisar, embora mantendo a disponibilidade de receber cada vez mais migrantes.
Pelo menos dois em cada cinco refugiados que são recolocados em Portugal abandonam o país para outros destinos europeus, uma situação que o Governo está a analisar, embora mantendo a disponibilidade de receber cada vez mais migrantes.
Os números globais de acolhimento de refugiados divulgados hoje pelo Governo indicam que, no total, em 2016 e 2017 Portugal recolocou 1.306 refugiados (1.003 provenientes da Grécia e 303 de Itália).
No mesmo período foram comunicados ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras 555 abandonos, o que significa que pelo menos 42% dos recolocados se deslocaram para outros países europeus.
“Entendendo que os chamados movimentos secundários devem ser objecto de uma análise também ela à escala europeia, a decisão de Portugal é a de manter e reforçar este esforço. E por isso fizemos já as diligências no quadro europeu, renovando a nossa disponibilidade para acolher mais refugiados”, indicou em conferência de imprensa o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita.
A disponibilidade renovada de Portugal, disse Eduardo Cabrita, visa acolher mais “recolocados a partir da Itália e da Grécia”, “cidadãos reinstalados a partir de países terceiros, como a Turquia, o Egipto, o Líbano ou a Jordânia” e visa “manter o esforço de Portugal em relação aos que nos procuram a título espontâneo”.
Em 2016 foram 706 os refugiados que espontaneamente pediram asilo a Portugal, contra os 324 no que vai deste ano.
Por outro lado, 179 refugiados cujo processo estava entregue a Portugal foram detectados noutros países – na Alemanha, a Holanda, a Suécia e a Bélgica – cabendo agora às autoridades desses países a tarefa de os transferir novamente para o nosso país.
“As pessoas pelas quais Portugal é responsável – pela sua protecção e pedido de asilo – e que vão para outros países europeus, uma vez detectadas, esses países accionam o chamado regulamento de Dublin e nós temos obrigação de as recolocar”, explicou a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, também presente na conferência de imprensa.
A ministra salientou, no entanto, que estes refugiados estão no seu direito de querer sair de Portugal para países terceiros, mesmo ficando em situação ilegal a partir desse momento.
“Quando regressam a Portugal recomeçam precisamente no ponto em que tinham terminado o seu procedimento. (…) Agora, há sempre a opção de aquelas pessoas poderem dizer ‘eu prefiro ser ilegal num outro país’. E podem nunca ser detectadas. Ou podem chegar aqui e fugir para outro país, ou mesmo regressar ao seu país de origem”, realçou a governante.
No entanto, a ministra com a tutela da autoridade policial que vigia estes movimentos, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), assumiu que há investigações sobre eventuais crimes de auxílio à imigração ilegal precisamente nestes “movimentos secundários” para outros países europeus.
“Também está a ser investigado que possa haver aqui alguma indução das pessoas, auxilio a pessoas para aceitarem a recolocação em Portugal como plataforma de acesso ao país de destino, que era aquele que estava no seu projecto de migração original”, disse Constança Urbano de Sousa.
Todas essas situações, disse a ministra, “estão a ser devidamente investigadas, para ver se não existe uma rede de auxílio à imigração ilegal”. Ou seja, para ver se existem redes que, “a troco de remuneração, auxiliam os refugiados nestes percursos“.
LUSA
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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