ECONOMIA & FINANÇAS
TAP E HOTELARIA ESTUDAM ROTAS VIÁVEIS PARA A REGIÃO NORTE
A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) anunciou hoje ter estabelecido uma “plataforma de cooperação” com a TAP com vista à recuperação de “rotas com interesse” para a hotelaria da região Norte.
A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) anunciou hoje ter estabelecido uma “plataforma de cooperação” com a TAP com vista à recuperação de “rotas com interesse” para a hotelaria da região Norte.
“Num contexto de análise da retoma do turismo na região Norte e do transporte aéreo no aeroporto Francisco Sá Carneiro, a APHORT e a TAP estiveram ontem [quarta-feira] reunidas e estabeleceram uma plataforma de cooperação com o objetivo de assegurar uma articulação entre as perspetivas da companhia aérea e as prioridades para a hotelaria da região”, refere a associação em comunicado.
Segundo adianta, “tendo em conta a situação volátil” que se vive atualmente, em que “a realidade pode mudar todos os meses”, a APHORT e a TAP “concordaram que a troca permanente de informações entre as duas entidades será vital para o sucesso da retoma”.
Neste contexto, comprometeram-se a “analisar em conjunto a reação dos mercados internacionais, de forma a garantir que as opções que venham a ser tomadas, em cada momento, sejam relevantes para a hotelaria e para o turismo do Porto e Norte de Portugal”.
“Não queremos rotas a granel nem rotas só para fazer número. É fundamental que as operações que venham a abrir ou a ser recuperadas no aeroporto Francisco Sá Carneiro sigam as indicações dos diversos mercados e sejam estratégicas para a região”, sustenta o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto Barros, citado no comunicado.
De acordo com a associação, a “relação de cooperação” entre as duas entidades abrange “não apenas as operações, mas também o trabalho ao nível da promoção turística associada” e “pretende estender-se a uma perspetiva de médio prazo, de acordo com o ritmo a que a retoma da atividade turística venha a conhecer”.
Na quarta-feira, a TAP garantiu estar empenhada em recuperar “tão rapidamente” quanto possível e de forma “sustentada” a proporcionalidade da oferta no aeroporto do Porto, mostrando-se disponível para continuar o processo de diálogo.
Em comunicado, a companhia aérea nacional adiantou que se reuniu com várias entidades representativas do Porto e do Norte de Portugal, “às quais agradece os contributos”, com o objetivo de identificar oportunidades que levem a um crescimento da sua operação no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.
“A TAP está empenhada em recuperar tão rapidamente quanto possível, e de forma sustentável, a proporcionalidade da sua oferta no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no conjunto da sua operação, relativamente ao período pré-covid-19”, salientou, então, a companhia aérea.
O plano de regresso à atividade da transportadora aérea, conhecido no dia 25 de maio, previa a retoma de 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.
Dois dias depois, o Conselho de Administração da TAP anunciou que iria “ajustar” o plano de retoma de rotas anunciado, garantindo que este ficará “subordinado aos constrangimentos legais” à mobilidade, por causa da pandemia de covid-19.
Este anúncio seguiu-se às declarações do primeiro-ministro, António Costa, que nesse mesmo dia, 27 de maio, afirmou que a Comissão Executiva da TAP tem o dever legal de “gestão prudente” e “não tem credibilidade” um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal.
O plano inicial de retoma de voos da TAP tinha já sido censurado por vários autarcas e partidos políticos, que criticaram as opções da transportadora e exigiram que o Governo tomasse uma posição.
ECONOMIA & FINANÇAS
RECICLAGEM EM PORTUGAL CONTINUA AQUÉM DAS METAS DEFINIDAS
A recolha seletiva de resíduos em Portugal continua abaixo das metas definidas para 2025, sendo o plástico o menos reciclado, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A recolha seletiva de resíduos em Portugal continua abaixo das metas definidas para 2025, sendo o plástico o menos reciclado, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
No relatório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre reciclagem relativo a 2022, a recolha indiferenciada (lixo comum) representa 77% dos resíduos recolhidos, enquanto a recolha seletiva (reciclagem) representa apenas 21%.
A APA alerta que, apesar de algumas melhorias na recolha seletiva, que tem aumentado na última década, a taxa de recolha indiferenciada “mantém-se elevada” e que “é crucial inverter” o panorama.
Segundo os dados do relatório, o vidro foi o resíduo mais reciclado em 2022, representando cerca de 55% da recolha, enquanto a percentagem de plástico reciclado é de apenas 22% e a de papel e cartão de 47%.
A agência refere que nos resíduos urbanos produzidos em Portugal, a maioria – cerca de 57% – é depositada em aterro e apenas 16% são encaminhados para reciclagem.
A recolha de resíduos indiferenciados representa cerca de 80% do recolhido em 2022, sendo este um indicador “que ao longo dos anos não tem dado sinais de melhoria”, apesar dos investimentos efetuados para o efeito.
A APA diz ainda que os resíduos recolhidos de forma indiferenciada têm “um enorme potencial” que é pouco aproveitado, por terem como destino o aterro ou a valorização energética.
Citada em comunicado a propósito do Dia Internacional da Reciclagem, que se comemora hoje, a diretora executiva da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, defende que Portugal “tem feito um trabalho notável no que diz respeito à reciclagem de embalagens” e o sistema “tem vindo a evoluir”, mas considera que “é preciso acelerar” porque o país “tem novas metas para cumprir”.
“Motivar para gerar ainda mais ação é fundamental. São os cidadãos que depositam as suas embalagens nos ecopontos e, por isso, a par de terem ao dispor um serviço de qualidade e conveniente, há que investir em campanhas de proximidade e diferenciadoras, ensinando o impacto positivo que este gesto tem no planeta”, argumenta.
De acordo com os objetivos definidos pela União Europeia, os estados-membros devem reciclar cerca de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado até ao final de 2025.
ECONOMIA & FINANÇAS
IMPOSTOS: COBRANÇA COERCIVA DE DÍVIDAS FISCAIS DISPARA 21% EM 2023
O valor da cobrança coerciva de dívidas fiscais ascendeu a 1.294,9 milhões de euros em 2023, mais 20,9% face ao ano anterior, segundo a Conta Geral do Estado (CGE) do ano passado, hoje divulgada.
O valor da cobrança coerciva de dívidas fiscais ascendeu a 1.294,9 milhões de euros em 2023, mais 20,9% face ao ano anterior, segundo a Conta Geral do Estado (CGE) do ano passado, hoje divulgada.
A Conta Geral do Estado de 2023, publicada hoje pela Direção-Geral do Orçamento (DGO) e entregue na quarta-feira à Assembleia da República e ao Tribunal de Contas, revela que foi registado em receita do Estado decorrente da cobrança coerciva um acréscimo de 223,6 milhões de euros em 2023 face a 2022, totalizando 1.294,9 milhões de euros.
Para este acréscimo contribuíram, essencialmente, o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), com um acréscimo de 24,3%, o imposto sobre o valor acrescentado (IVA), com um aumento de 15,2%, e nos juros de mora, de 34,8%.
Apenas se observa um decréscimo pouco significativo na recuperação de dívidas relativas ao Imposto do Selo (IS) e nas reposições não abatidas nos pagamentos, de 23,1% e 37,8%, respetivamente, o correspondente a cerca de 3,4 e 0,4 milhões de euros.
O IRS é o imposto com o maior peso das dívidas fiscais recuperadas (29,7%), totalizando 384,8 milhões de euros, seguido pelo IRC (14,8%), com um total de 191,2 milhões de euros, e pelo IVA (23,3%), que ascendeu a 301,3 milhões de euros.
Por outro lado, as reposições não abatidas nos pagamentos têm o menor peso das dívidas fiscais recuperadas (0,1%), seguida pelo imposto do selo (1%).
De acordo com a CGE, a receita por cobrar pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) — passado o prazo de cobrança voluntária – ascendeu a 26.757,7 milhões de euros no final de 2023, representando um aumento de 10,2% face ao valor de 2022.
O documento indica que “para esta evolução contribuiu o aumento de 721,4 milhões de euros (+10,1%) da dívida ativa e de 1726,6 milhões de euros (+19,9%) da dívida incobrável”.
No final de 2023, 29,9% da carteira correspondia a dívida ativa, 31,6% a suspensa e 38,9% classificada como incobrável.
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