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ARTE & CULTURA

CAMPANHA DE DESCONTOS EM MUSEUS E MONUMENTOS NACIONAIS A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

O Ministério da Cultura criou uma campanha de descontos no acesso a museus, palácios e monumentos nacionais, incluindo sítios arqueológicos, que se inicia na segunda-feira e inclui mais de 60 equipamentos culturais espalhados pelo país.

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O Ministério da Cultura criou uma campanha de descontos no acesso a museus, palácios e monumentos nacionais, incluindo sítios arqueológicos, que se inicia na segunda-feira e inclui mais de 60 equipamentos culturais espalhados pelo país.

Segundo a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, em declarações à Lusa, trata-se de uma “uma campanha de descontos de verão, que arranca na segunda-feira e dura até 30 de setembro, que inclui todos os monumentos, museus, palácios nacionais e sítios arqueológicos, que estão sob tutela do ministério da Cultura”.

“Construímos 17 itinerários, agrupados por diferentes temas ou por regiões e que incluem mais de 60 equipamentos culturais espalhados por todo o país, e os descontos consubstanciam-se na compra de um bilhete para estes itinerários, que tem a duração de sete dias. Ou seja, cada um dos visitantes tem sete dias para usufruir dos equipamentos que fazem parte desse itinerário”, explicou Ângela Ferreira.

No caso dos bilhetes individuais, “o desconto será de 25% sobre o valor normal desse pacote”. Nos bilhetes de família, o desconto é de 45% e o conceito de família inclui “os ascendentes ou os descentes, num total de até 10 pessoas”.

“Ou seja, podemos ter uma família que traz os filhos, os avós, num total de até dez membros da mesma família”, referiu.

Com esta campanha, a tutela pretende “incentivar e promover a participação cultural dos portugueses”: “Dar-lhes a oportunidade de visitar ou revisitar os nossos museus e monumentos, a um custo mais reduzido, num ano que se espera que seja excecional, em que temos noção das dificuldades que muitos portugueses estão a atravessar do ponto de vista económico”.

Além disso, num ano “em que a maioria dos portugueses vai passar férias em Portugal, cumprindo um apelo que o primeiro-ministro já fez”, o Ministério da Cultura está “a trabalhar para que exista uma oferta cultural a um preço mais reduzido em todo o país e que esta seja uma escolha prioritária dos portugueses neste verão”.

Ângela Ferreira apela aos portugueses a que visitem os equipamentos culturais sob tutela do Governo, “com toda a confiança e toda a tranquilidade”, garantindo que os últimos meses foram passados “a trabalhar afincadamente para garantir toda a segurança e todas as condições, relativamente à pandemia [da covid-19]”.

No Dia Nacional da Arqueologia, que se assinala hoje, a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural destaca o itinerário dedicado à Arqueologia, que inclui, entre outros, o Museu Nacional de Arqueologia (em Lisboa), o Museu Monográfico de Conímbriga (Condeixa, Coimbra), a Estação Arqueológica de Miróbriga (Santiago do Cacém), a vila romana de Estói (Faro) ou o Santuário de Panóias (Vila Real).

“É um itinerário que acompanha todo o país, de Lisboa ao Norte, passa pelo Algarve e pelo Alentejo”, disse.

Entre os 17 itinerários criados, Ângela Ferreira referiu ainda, a título de exemplo, o de Conventos e Mosteiros, “com mais de dez equipamentos”, incluindo os mosteiros do Jerónimos (Lisboa), de Santa Maria de Salzedas (Tarouca) e de São Martinho de Tibães (Braga), e o do Património da UNESCO, do qual fazem parte o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo (Tomar), o Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém (Lisboa), o Palácio Nacional de Mafra e o Museu Nacional Machado de Castro (Coimbra).

“Para comprar os bilhetes basta dirigirmo-nos a um dos equipamentos que fazem parte [do itinerário] e depois o bilhete dá para entrar em todos os outros equipamentos que fazem parte d0 itinerário, durante sete dias”, explicou.

Toda a informação sobre os 17 itinerários está disponível ‘online’, nos ‘sites’ do Ministério da Cultura, da Direção-Geral do Património Cultural e das Direções-Regionais de Cultura do Norte, do Centro, do Alentejo e do Algarve.

Os museus, palácios e monumentos nacionais encerraram em 14 de março, no âmbito as medidas de contenção de propagação da pandemia da covid-19.

Em 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, foram autorizados a reabrir, no âmbito do “Plano de Desconfinamento” do Governo, anunciado em 30 de abril, mas com normas de higiene e segurança, como uso obrigatório de máscara e distanciamento social, adaptadas à sua dimensão.

O tempo que estiveram encerrados provocou, segundo a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultura, uma quebra “muita grande nas receitas”.

“Mas estamos já a assistir a uma subida, não só de entradas nacionais como de entradas estrangeiras, o que corresponde aos números que têm vindo a público da entrada em Portugal de turistas franceses, espanhóis e italianos. A descida foi muito drástica, face aos números de 2019, dos mais altos até hoje. Obviamente que concorre também para isto o facto de terem estado estes meses encerrados”, afirmou Ângela Ferreira.

A quebra de receitas nos meses em que aqueles equipamentos culturais estiveram encerrados foi “na ordem dos dois milhões de euros por mês”.

Em relação ao tempo desde a reabertura, ainda não há uma estimativa.

ARTE & CULTURA

PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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