REGIÕES
SABROSA: ESCULTURA DE ROSTO DE MIGUEL TORGA GERA POLÉMICA (VILA REAL)
A escultura do rosto de Miguel Torga na raiz de um negrilho está a gerar polémica e durante o dia de hoje foram muitos os curiosos que foram ver a peça a São Martinho de Anta, em Sabrosa.
A escultura do rosto de Miguel Torga na raiz de um negrilho está a gerar polémica e durante o dia de hoje foram muitos os curiosos que foram ver a peça a São Martinho de Anta, em Sabrosa.
A iniciativa é da responsabilidade da Junta de Freguesia de São Martinho de Anta e Paradela de Guiães, a escultura foi feita por Óscar Rodrigues, um artista que trabalha com uma motosserra, e o objetivo foi homenagear Miguel Torga na data do seu aniversário, que se assinala na quarta-feira.
José Gonçalves, presidente desta junta de freguesia, disse à agência Lusa que durante o dia de hoje foram muitas as pessoas que se deslocaram à localidade para verem a peça, que vai ficar instalada no largo do Eirô, local original onde estava o negrilho de grande porte, que secou há uns anos e ficou imortalizado na obra do escritor e médico.
A raiz tem aproximadamente três toneladas. De um lado pode ver-se o rosto de Torga, onde se percebem traços característicos do autor como o nariz longo e os lábios finos, e do outro mantiveram-se as enormes ramificações que se entrelaçam e se fundem.
A peça está a gerar muitas reações, principalmente nas redes sociais, entre os que elogiam a intervenção e os que criticam, os quais, em muitos casos, defendem que a raiz deveria ter ficado inalterada.
Entretanto, a Câmara Municipal de Sabrosa e o Espaço Miguel Torga demarcaram-se e esclareceram que são “totalmente alheios” à intervenção na raiz do negrilho.
Questionado pela Lusa, João Luís Sequeira, diretor do Espaço Miguel Torga, apenas disse que poderia “ter havido mais diálogo” entre as várias entidades sobre a forma como poderia ser usada a raiz e que poderiam ter sido “consideradas outras opções”.
Na sua opinião, por um lado o “negrilho valia por si, era uma árvore sumptuosa” e, por outro lado, “havia uma memória coletiva do negrilho” e a “memória que o Torga deixou com o poema”.
O autor escreveu o poema “Negrilho” inspirado naquela árvore de grande porte.
O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, esclareceu que a raiz e a intervenção são “inteiramente da responsabilidade da junta”, referiu que ainda não viu a peça e adiantou que, provavelmente irá a São Martinho de Anta na quarta-feira, dia de aniversário de Torga.
Por sua vez, José Gonçalves afirmou que a raiz estava a entrar em podridão e que, por isso, “foi preciso agir o mais rápido possível”, tendo-se optado pela escultura do rosto daquele que é um dos autores mais conhecidos do Douro e Trás-os-Montes.
“Tem muito mais sentido fazer esta intervenção no negrilho, árvore que ele imortalizou através da sua escrita. A alma, a essência, está nisso”, afirmou o escultor Óscar Rodrigues.
Depois de terminada a escultura, a madeira foi tratada com vista à sua preservação e proteção.
O autarca de freguesia acredita que a peça que foi chamada “Torga e as suas raízes” vai “atrair muita gente” a esta localidade do distrito de Vila Real e salientou que não quer “alimentar mais polémicas”.
Torga, cujo nome de batismo era Adolfo Correia da Rocha, nasceu a 12 de agosto de 1907 em São Martinho de Anta e morreu, em Coimbra, em 1995.
Muitos visitantes chegam já à sua terra natal de Miguel Torga guiados pela sua obra e ali é possível ver a casa onde residiu e que está a ser alvo de uma intervenção por parte da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) ou subir à capela da Senhora da Azinheira.
Entre algumas das suas obras destacam-se os “Contos da Montanha”, “Bichos”, “A Criação do Mundo”, “Senhor Ventura” ou “Vindima”, e na poesia “Rampa”, “Abismo”, “Lamentação”, “Libertação” ou “Poemas Ibéricos”.
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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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