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INVESTIGADORES ALERTAM: A IMUNIDADE DE GRUPO É UMA ESTRATÉGIA PERIGOSA

Um grupo de 80 investigadores alertou esta quarta-feira, em carta aberta divulgada pela revista científica The Lancet, que as abordagens de imunidade de grupo para gerir a pandemia de Covid-19 são “uma falácia perigosa”, sem suporte científico.

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Um grupo de 80 investigadores alertou esta quarta-feira, em carta aberta divulgada pela revista científica The Lancet, que as abordagens de imunidade de grupo para gerir a pandemia de Covid-19 são “uma falácia perigosa”, sem suporte científico.

Para os cientistas subscritores do documento, a ideia de a imunidade se desenvolver em populações de baixo risco, enquanto se protegem os mais vulneráveis, é “uma falácia perigosa sem suporte de evidências científicas”.

É fundamental agir decisivamente e com urgência. Medidas eficazes para suprimir e controlar a transmissão precisam de ser amplamente adotadas e devem ser apoiadas por programas financeiros e sociais que incentivem respostas da comunidade e abordem as desigualdades que foram ampliadas pela pandemia”, defendem os peritos.

A posição dos cientistas surge num momento em que o mundo enfrenta uma segunda vaga de contágios pelo novo coronavírus e em que se registou já mais de um milhão de mortes. Os autores da carta, investigadores de vários países em várias áreas, apresentam a sua visão e as estratégias que precisam de ser adotadas para proteger as sociedades e a economia.

O documento, em forma de memorando, será também lançado durante o 16.º Congresso Mundial do Programa de Saúde Pública 2020

Até ao momento foi assinado por 80 investigadores com experiência em saúde pública, epidemiologia, medicina, pediatria, sociologia, virologia, doenças infecciosas, sistemas de saúde, psicologia, psiquiatria, política de saúde e modelação matemática.

Restrições contínuas provavelmente serão necessárias no curto prazo, para reduzir a transmissão e corrigir sistemas ineficazes de resposta à pandemia, a fim de evitar bloqueios futuros”, escrevem.

O objetivo das restrições é suprimir efetivamente as infeções por SARS-CoV-2 e colocá-las em níveis baixos que permitem a deteção rápida de surtos localizados e uma resposta rápida através de sistemas eficientes e abrangentes de localização, teste, rastreamento, isolamento e suporte para que “a vida possa regressar ao normal sem a necessidade de restrições generalizadas”, preconizam.

“A proteção das nossas economias está intimamente ligada ao controlo da Covid-19. Devemos proteger a nossa força de trabalho e evitar incertezas de longo prazo”, lê-se no texto divulgado pela Lancet.

Para estes especialistas, qualquer estratégia de gestão da pandemia baseada na imunidade de grupo é falaciosa.

A transmissão descontrolada em pessoas mais jovens apresenta “riscos significativos de problemas de saúde e morte em toda a população”, explicam, referindo que há evidências de muitos países a mostrar que não é possível restringir surtos descontrolados a certos setores da sociedade, e é “praticamente impossível e altamente antiético” isolar grandes faixas da população.

Esforços especiais para proteger os mais vulneráveis “são essenciais”, mas devem “andar de mãos dadas com estratégias multifacetadas” para conter o vírus na população, uma vez que as estratégias de imunidade de grupo baseadas em infeções naturais resultariam “em epidemias recorrentes”.

Defendem também que as citadas estratégias de imunidade de grupo podem sobrecarregar o sistema de saúde e representam um fardo inaceitável para os profissionais de saúde, muitos dos quais morreram de Covid-19 ou sofreram um trauma.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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