INTERNACIONAL
GUINÉ: APENAS 24% DAS CRIANÇAS SÃO REGISTADAS
Um inquérito publicado no fim de semana pela UNICEF mostra que apenas 24 por cento das crianças da Guiné-Bissau são registadas logo à nascença, o que dificulta o Estado na elaboração de boas políticas para melhorar a sua condição de vida. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !
Um inquérito publicado no fim de semana pela UNICEF mostra que apenas 24 por cento das crianças da Guiné-Bissau são registadas logo à nascença, o que dificulta o Estado na elaboração de boas políticas para melhorar a sua condição de vida.
A conclusão é do quinto MICS (Inquérito aos Indicadores Múltiplos) sobre a situação da criança e mulher guineenses, que desta vez incluiu a realidade dos homens, relativamente ao ano 2014, conduzido pelo Governo da Guiné-Bissau mas realizado pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF).
Apesar de algumas melhorias, nomeadamente na diminuição da taxa da mortalidade infantil, o inquérito concluiu que “ainda persistem dificuldades por ultrapassar”, designadamente no acesso à educação, considerada condição essencial para “uma vida melhor” de uma criança.
Para chegar à escola, a criança deve ser, antes de tudo, registada logo à nascença para que passe a contar nas estatísticas e desta forma ajudar o Governo na elaboração das políticas públicas, refere o estudo.
O MICS 5 concluiu que apesar de o registo civil de crianças até aos cinco anos de idade ser gratuito, a prática depende muito de campanhas organizadas pontualmente pelas autoridades e só vem a ocorrer se o menor frequentar uma escola, logo tardiamente.
Uma outra conclusão do MICS 5 em relação à situação da infância na Guiné-Bissau é a inexistência de um serviço sistemático de registo de óbitos de crianças sobretudo no interior do país.
Na maioria das famílias guineenses, as crianças são obrigadas a trabalhar para ajudar a garantir na subsistência da família, ainda assim um quarto delas, 28%, apresentam atraso no crescimento, devido da má nutrição.
O MICS 5 apurou igualmente que existe pouco envolvimento de adultos nas atividades que estimulem o desenvolvimento das crianças e que 71,2 por cento entram para o sistema escolar sem passar pelo pré-escolar, o que reflete no aprendizado e vida adulta.
O MICS revela ainda que na Guiné-Bissau 51% das mulheres dos 15 a 24 anos são alfabetizadas contra 70% de homens e que as mulheres do meio urbano vão mais à escola, 73%, contra 25% no mundo rural.
Quanto aos homens, 86% frequentaram a escola do meio urbano e apenas 14% no mundo rural.
Ainda em relação às melhorais na saúde, o estudo diz que aproximadamente 91 por cento das crianças de 12 a 23 meses de vida tomaram a vacina BCG, que a taxa de fecundidade das adolescentes 15 a 19 anos é de 106 por mil e a percentagem da gravidez precoce, antes dos 18 anos, é de 28 por cento entre as mulheres com idades entre 20 a 24 anos, revela ainda o inquérito.
Diz ainda que 75 por cento da população guineense usa uma fonte melhorada de água potável.
Quanto ao fenómeno violência doméstica, o MICS 5 concluiu que 42% das mulheres inquiridas pensa que se justifica que o marido / parceiro as bata ou espanque pelo menos uma vez em situações como estas: A mulher não presta atenção aos filhos, sair sem dizer nada ao marido, discutir com o marido, recusar ter relações sexuais ou queimar a comida.
Estes pressupostos foram admitidos mais entre as mulheres sem nenhuma instrução escolar, assinala o estudo que indica, porém, que 29 por cento dos homens concordam com estas justificações para “castigar” a mulher.
Quarenta e cinco por cento das mulheres, dos 15 a 49 anos, declararam ter sido submetidas a alguma forma de mutilação genital, sendo que a prática ocorre mais no meio rural, sobretudo nas regiões do leste do país, Gabu e Bafatá, predominantemente habitada por indivíduos da população islamizada.
Na Guiné-Bissau, 92 por cento de homens já ouviram falar da SIDA e 98 por cento das mulheres já ouviram falar da doença, contudo, 88 por cento de homens conhecem a principal forma de prevenção da infeção (fidelidade e uso do preservativo nas relações sexuais) e 64 por cento de mulheres.
Em relação ao acesso à informação, contrariamente à tendência mundial, a mulher guineense lê menos que o homem, ouve menos rádio e vê menos televisão que o homem, ainda assim a rádio constitui a sua principal fonte de informação.
De modo geral 95% da população entrevistada, tanto mulheres como homens, sobretudo os jovens com idades entre 15 a 24 anos, dizem-se satisfeitos com a vida que levam.
Os resultados do MICS 5, inquéritos realizados entre março a julho de 2014, foram trabalhados a partir de questionários feitos em cerca de sete mil agregados familiares.
LUSA
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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