REGIÕES
TERRAS DE BOURO: ALEGADO ATENTADO AMBIENTAL NO RIO GERÊS – FAPAS
A Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) denunciou esta segunda-feira um alegado “atentado” contra o rio Gerês, em Terras de Bouro, numa obra pública financiada por fundos comunitários, que o presidente da Câmara classificou como “ruído político”.
A Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) denunciou esta segunda-feira um alegado “atentado” contra o rio Gerês, em Terras de Bouro, numa obra pública financiada por fundos comunitários, que o presidente da Câmara classificou como “ruído político”.
Em causa, segundo um comunicado esta segunda-feira enviado pela FAPAS está a “instalação de duas plataformas metálicas sobre o rio Gerês, afluente do Cávado, junto à avenida 20 de Junho, na vila do Gerês, no Parque Nacional da Peneda Gerês.
“Não pode a FAPAS ficar indiferente a esta desastrosa intervenção que contraria todas as orientações e diretivas da União Europeia em matéria de ambiente, pelo que, em caso nenhum, pode ser custeada por fundos vindos de Bruxelas, que o mesmo é dizer, pelos nossos impostos”, sustenta.
“Se esses fundos foram usados, há que os devolver, para o que a FAPAS irá apresentar uma participação no OLAF – Organismo Europeu de Luta Antifraude da Comissão Europeia”, acrescenta.
A associação adiantou ter “apresentado uma queixa às autoridades portuguesas para adequada investigação do cumprimento da legislação de ordenamento do território, nomeadamente do Plano Diretor (PDM) de Terras do Bouro e do Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG)”.
“Não se conhece o uso previsto para essas plataformas, mas seja qual for, revelam muito mau gosto e desrespeito pela paisagem que dá valor à vila do Gerês e ao PNPG onde se insere”, sublinha a nota.
Segundo a associação, “esse atentado contra o rio e a vila do Gerês parece estar a ser financiado por verbas comunitárias do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP – Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal”.
De acordo com a FAPAS, a intervenção resulta da “candidatura Raia Termal, apresentada em 2015 pelo município de Terras do Bouro, entre outras entidades, e que deveria estar concluída em 2020”.
“Ironicamente a referida candidatura enquadra-se no eixo prioritário número 3 que prevê o crescimento sustentável através da cooperação transfronteiriça para a prevenção de riscos e melhor gestão dos recursos naturais”, refere a FAPAS.
Para a associação, as plataformas “vão contribuir muito para a prevenção de riscos quando o rio entrar em caudal de cheia e arrastar vegetação, que ficará encravada contra os pilares destas estranhas estruturas, criando como que uma barragem, com o rio a ganhar velocidade e a galgar para a avenida 20 de Junho”.
“Depois digam que são desastres naturais”, observa a associação.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Terras de Bouro (PSD), acusou a associação de tentar “criar ruído político”.
“Não cabe na cabeça de ninguém que uma entidade pública como a Câmara Municipal, realize uma intervenção sem os devidos pareceres, licenciamento e autorizações. Eu entendo isto como sendo uma tentativa para criar ruído político. Mais nada”, afirmou.
Manuel Tibo disse ser “estranho que a FAPAS se tenha lembrado agora de Terras de Bouro”.
“Deviam ter-se lembrado de várias e determinadas ações, que há muitos anos são feitas a nível nacional e que são atentados ao ambiente. É com esses que deviam estar preocupados”, observou.
“Nunca os vi envolvidos na erradicação das espécies invasoras na linha de água que são uma verdadeira praga. Nunca os vi envolvidos na questão do saneamento que são derramados para os rios, a nível nacional, na Albufeira da Caniçada. Esses atendados gostava de os ver bem escamoteados”, reforçou.
Segundo o autarca social-democrata, a intervenção realizada ao abrigo de “um programa transfronteiriço que visa única e exclusivamente promover a raia termal e que está em fase de conclusão”, encontra-se “devidamente autorizada, licenciada e que será uma mais valia para o rio Gerês”.
Manuel Tibo explicou serem “duas plataformas de visitação sobre o rio, assentes em quatro pilares cada uma, apoiados no leito do rio”.
“A arquitetura das plataformas pode ser discutível. Todos temos opinião. Outra coisa é dizer que aquilo é um atentado. É mais grave. Vou analisar para ser se isso, juridicamente, tem sustentação”, avisou.
Em causa está o projeto Raia Termal — que envolve seis municípios portugueses e galegos situados nas bacias dos rios Minho e Lima.
Com um orçamento de cerca de dois milhões de euros, o projeto Raia Termal é desenvolvido no âmbito do Programa de Cooperação INTERREG VA Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020 e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Coordenado pela Confederação Hidrográfica do Miño-Sil, integra, do lado espanhol, na província de Ourense, os municípios de Cortegada, Lobios, Bande e Muíños.
No norte de Portugal, fazem parte os concelhos de Melgaço, no distrito de Viana do Castelo, e de Terras de Bouro, no distrito de Braga, sendo que ambos integram o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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