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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

CHINA PROCURA EXTRATERRESTRES

O maior radiotelescópio do mundo, com 500 metros de diâmetro, começou este domingo a operar no sudoeste da China, num projecto que Pequim diz que ajudará a humanidade a procurar vida extraterrestre. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !

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CHINA PROCURA EXTRATERRESTRES

O maior radiotelescópio do mundo, com 500 metros de diâmetro, começou este domingo a operar no sudoeste da China, num projecto que Pequim diz que ajudará a humanidade a procurar vida extraterrestre.

Centenas de investigadores chineses e de outros países assistiram ao acontecimento, o culminar de um projeto começado em 1994, segundo a imprensa oficial.

O FAST (Five hundred meter Aperture Spherical Telescope) foi construído numa zona montanhosa da província de Guizhou, custou cerca de 160 milhões de euros e tem o dobro da sensibilidade do telescópio do Observatório Arecibo, em Porto Rico, que com 305 metros era até agora o maior do mundo, escreve a agência oficial chinesa, Xinhua.

O telescópio, cuja construção terminou em julho, usará o seu refletor, com uma área equivalente a 30 campos de futebol, para procurar sinais de vida inteligente e para observar pulsares distantes – estrelas de neutrões muito pequenas e que giram muito rapidamente, que se acredita serem resultado de explosões de supernovas.

A China vê o seu ambicioso programa espacial, que é gerido pelas forças armadas, como um símbolo do seu progresso.

Entre os seus planos está colocar em órbita uma estação espacial permanente até 2020 e eventualmente uma missão tripulada a Marte.

O presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma carta de congratulações para os cientistas e engenheiros que contribuíram para a criação do FAST.

O FAST detetou ondas electromagnéticas emitidas por um pulsar a mais de 1.300 anos-luz de distância, num ensaio realizado antes do lançamento, revelou um dos investigadores envolvidos.

Os cientistas procuram vida extraterrestre há 60 anos, apontando telescópios para o espaço à espera de descobrir sinais de outras civilizações, mas até hoje não encontraram evidências.

No mês passado, um “forte sinal” detectado por um telescópio russo em busca de sinais extraterrestres entusiasmou os cientistas, mas os especialistas dizem ser demasiado cedo para retirar conclusões sobre a sua origem.

O FAST poderá levar a “descobertas para além da nossa imaginação“, disse Douglas Vakoch, presidente do METI, um grupo que envia mensagens para o espaço, em busca de vida inteligente, em declarações à agência à Xinhua.

A construção do FAST começou em 2011 e as autoridades recolocaram quase 10 mil pessoas que viviam nos cinco quilómetros em torno do telescópio para criar um ambiente mais silencioso, o que custou 1.800 milhões de yuans (240 milhões de euros), mais do que o próprio telescópio.

A população que ficou nos arredores será obrigada a limitar o uso de dispositivos de telecomunicações para não interferir com as operações do radiotelescópio.

As autoridades exigem um ‘silêncio rádio’ de cinco quilómetros em torno da infraestrutura e os visitantes terão mesmo de desligar os seus telemóveis.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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