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A LÍNGUA PORTUGUESA ENFRENTA PROBLEMAS

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, avisou hoje que o português, apesar de ser uma língua global e uma das mais faladas no mundo, enfrenta “problemas sérios”, como a incompreensão entre falantes de variantes diferentes. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !

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A LÍNGUA PORTUGUESA ENFRENTA PROBLEMAS

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, avisou hoje que o português, apesar de ser uma língua global e uma das mais faladas no mundo, enfrenta “problemas sérios”, como a incompreensão entre falantes de variantes diferentes.

“A língua portuguesa é uma das mais faladas do mundo e uma das mais globais no mundo de hoje”, afirmou hoje o ministro, durante a apresentação, no Palácio das Necessidades, do Novo Atlas da Língua Portuguesa, da autoria do reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Luís Antero Reto, e dos professores, da mesma faculdade, Fernando Luís Machado e José Paulo Esperança.

No entanto, a política da língua enfrenta hoje “desafios e dificuldades”, avisou Santos Silva.

O ministro exemplificou com o caso de Timor-Leste, onde, apesar de o português ser língua oficial, apenas as gerações mais velhas o falam, devido à ocupação indonésia, pelo que “é preciso difundir o ensino” da língua portuguesa naquele país.

Por outro lado, em Portugal fala-se um português com “típico fechamento de vogais”, o que “pode levar à incompreensão entre falantes de duas variantes da mesma língua”, algo que, segundo o governante, só se combate “pela comunicação tão constante quanto possível entre os falantes dessas variantes”.

Em Angola ou Moçambique, por exemplo, o português “é essencial para a constituição de uma identidade nacional, visto que há incomunicabilidade linguística entre outras línguas maternas”, ao passo que em Cabo Verde, “a presença da língua portuguesa só faz sentido num diálogo de vantagens mútuas com a língua local, o cabo-verdiano”, considerou.

Santos Silva referiu, depois, várias responsabilidades associadas à língua portuguesa, nomeadamente a de os 22 países da Conferência Ibero-Americana (Portugal, Espanha e Andorra, na Europa, e mais 19 países da América Latina) se terem comprometido a introduzir ambos os idiomas nos respectivos sistemas de ensino.

O ministro salientou também a adesão, em Outubro, de quatro novos países observadores (Uruguai, Hungria, República Checa e Eslováquia) à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que devem também promover o português nos seus territórios, e à decisão dos novos países do bloco lusófono de reforçar o papel do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).

O Brasil — onde existe o maior número de falantes de português – e Portugal criaram um prémio de literatura infanto-juvenil e decidiram aumentar a cooperação entre as redes externas Brasil Cultural e do Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, no âmbito da cimeira bilateral realizada no início do mês em Brasília, recordou.

Com dez capítulos, o Novo Atlas aponta a projecção, das Nações Unidas, de que o número actual de falantes de português (263 milhões, em 2015) quase duplique para 490 milhões até 2100, sendo que, já em meados do século XXI, sejam cerca de 390 milhões os falantes nativos de português.

Além disso, no final do século, a maior concentração de falantes estará em África e não no Brasil, que deverá começar a perder população a partir de 2050.

O livro, editado pela Imprensa Nacional — Casa da Moeda, apresenta vários indicadores, desde populações, diásporas, geografia, economia, finanças, comércio, mobilidade e inserção geoestratégica nas várias organizações internacionais de países de língua oficial portuguesa.

LUSA

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PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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