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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ASTRÓNOMOS DESCOBREM PLANETA EXTRASSOLAR ‘PARECIDO’ COM MARTE E MERCÚRIO

Astrónomos descobriram um planeta fora do Sistema Solar que orbita a sua estrela em apenas oito horas, tem quase o tamanho de Marte e metade da massa da Terra e possivelmente o interior semelhante a Mercúrio, foi hoje divulgado.

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Astrónomos descobriram um planeta fora do Sistema Solar que orbita a sua estrela em apenas oito horas, tem quase o tamanho de Marte e metade da massa da Terra e possivelmente o interior semelhante a Mercúrio, foi hoje divulgado.

O planeta em causa tem a designação de GJ 367b, orbita uma anã vermelha que está a 31 anos-luz do Sol e é considerado um dos planetas mais leves, indica em comunicado o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, que participou na investigação feita a partir de observações com o “caçador” de planetas extrassolares TESS, um telescópio espacial operado pela agência norte-americana NASA.

Segundo a equipa de astrónomos, trata-se de um planeta rochoso que “provavelmente contém um núcleo sólido de ferro e níquel, semelhante ao interior de Mercúrio”, o planeta mais próximo do Sol e mais pequeno do Sistema Solar.

Devido à “extrema proximidade” com a sua estrela, o planeta receberá dela 500 vezes mais radiação do que a Terra recebe do Sol.

A temperatura à superfície no ‘GJ 367b’ pode chegar aos 1.500ºC, levando à evaporação de qualquer atmosfera substancial e ao desaparecimento de possíveis sinais de vida tal como se conhece.

Contudo, de acordo com os astrónomos, apesar de ‘GJ 367b’ não estar na chamada “zona habitável” da estrela, em condições de ter água líquida à sua superfície, orbita uma anã vermelha, um tipo de estrela que normalmente “hospeda” vários planetas.

Neste contexto, para a equipa que conduziu a investigação, o ‘GJ 367b’ pode eventualmente ter planetas “parceiros habitáveis”, isto é, com condições para ter água líquida à superfície (a água em estado líquido é fundamental para a vida tal como se conhece).

“Para esta classe de estrela, a zona habitável seria algo entre uma órbita de duas a três semanas”, refere, citado no comunicado, George Ricker, investigador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, na liderança científica do telescópio TESS.

Graças ao espectrógrafo HARPS, instalado num dos telescópios do Observatório Europeu do Sul de La Silla, no Chile, os astrónomos conseguiram determinar que o exoplaneta ‘GJ 367b’ é um dos planetas mais leves.

Os resultados do trabalho, coordenado por cientistas do Instituto de Investigação Planetária do Centro Aeroespacial Alemão, foram publicados na revista científica Science.

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Lusa/Fim

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MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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