INTERNACIONAL
COSTA RICA DECLARA ESTADO DE EMERGÊNCIA APÓS CIBERATAQUES RUSSOS A ORGANISMOS OFICIAIS
A Costa Rica declarou na quarta-feira o estado de emergência no país, para reagir com maior agilidade à crise causada por ciberataques a organismos do Governo com pedidos de resgate pelo grupo russo Conti.
A Costa Rica declarou na quarta-feira o estado de emergência no país, para reagir com maior agilidade à crise causada por ciberataques a organismos do Governo com pedidos de resgate pelo grupo russo Conti.
O presidente Rodrigo Chaves, que tomou posse no domingo, fez desta declaração, publicada na quarta-feira, um dos seus primeiros atos oficiais, embora não tenha nomeado os membros da Comissão Nacional de Emergência.
A declaração de emergência, normalmente reservada para lidar com desastres naturais ou com a pandemia, refere que o ataque que a Costa Rica está a enfrentar se deve a “cibercriminosos” e “ciberterroristas”.
O grupo de língua russa Conti reivindicou o ataque e, na semana passada, o Departamento de Estado dos EUA ofereceu uma recompensa de 10 milhões de dólares por informações que levem à identificação ou localização dos seus líderes.
Os ataques na Costa Rica começaram em abril, quando o Ministério das Finanças foi o primeiro a relatar que vários de seus sistemas tinham sido afetados, incluindo os relacionados com a cobrança de impostos e a alfândega.
Os ataques também atingiram o sistema de recursos humanos da segurança social e do Ministério do Trabalho.
O Governo da Costa Rica não informou qual a extensão do ataque, nem indicou uma estimativa dos prejuízos causados, mas alguns sistemas, especialmente no Ministério das Finanças, ainda não estão a funcionar normalmente.
Carlos Alvarado, que era o presidente quando os ataques começaram, disse que a Costa Rica não pagaria nenhum resgate a este ‘cibergangue’.
Numa declaração na semana passada, o Departamento de Estado dos EUA disse que o grupo Conti foi responsável, nos últimos dois anos, por centenas de incidentes de ‘ransomware’ (sequestro de dados informáticos por piratas, que pedem um resgate em criptomoedas para restabelecer o acesso da vítima aos dados).
“O FBI estima que, desde janeiro de 2022, houve mais de 1.000 vítimas de ataques associados ao ‘ransomware’ do grupo Conti, com os pagamentos de vítimas a excederem os 150 milhões de dólares [148,5 milhões de euros], tornando esta variante de ‘ransomware’ a mais cara já documentada”, disse, no comunicado.
Além do estado de emergência por causa dos ciberataques, Chaves também eliminou o uso obrigatório de máscaras relacionado com a pandemia em espaços públicos e emitiu um decreto que instava as instituições públicas a não sancionar funcionários que não tenham sido vacinados contra a covid-19, revertendo a política do seu antecessor.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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