INTERNACIONAL
CRISE: OS ALIMENTOS ESTÃO 18% MAIS BARATOS NOS MERCADOS INTERNACIONAIS – FAO
O índice de referência dos preços internacionais dos alimentos registou, pelo 11.º mês consecutivo, uma diminuição em fevereiro, caindo 18,7% face ao pico de março de 2022 e 0,6% relativamente a janeiro deste ano, anunciou esta sexta-feira a FAO.
O índice de referência dos preços internacionais dos alimentos registou, pelo 11.º mês consecutivo, uma diminuição em fevereiro, caindo 18,7% face ao pico de março de 2022 e 0,6% relativamente a janeiro deste ano, anunciou esta sexta-feira a FAO.
Os dados desta sexta-feira publicados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) revelam que, em fevereiro deste ano, o índice de referência dos preços internacionais dos produtos alimentares voltou a diminuir, uma tendência já registada há 11 meses, para uma média de 129,8 pontos.
Em causa está uma descida de 18,7% face ao pico de março de 2022 e de 0,6% face ao mês de janeiro de 2023, de acordo com a FAO, que atribui estas reduções a “quedas nas cotações de óleos vegetais e produtos lácteos que mais do que compensaram uma subida acentuada dos preços do açúcar”.
Na informação publicada na sua página da internet a FAO assinala que, em fevereiro, o índice de preços do açúcar subiu 6,9% face a janeiro para o seu nível mais alto em seis anos, principalmente por “uma revisão em baixa da produção prevista para 2022/23 na Índia e perspetivas favoráveis de culturas noutros fornecedores combinadas com preços internacionais mais baixos do petróleo bruto e preços do etanol no Brasil”.
Por seu lado, o índice de preços dos cereais permaneceu praticamente inalterado em fevereiro face ao mês anterior deste ano, uma vez que “as preocupações sobre as condições secas nos Estados Unidos e a forte procura de fornecimentos da Austrália foram largamente contrariadas por uma forte concorrência entre os exportadores”, segundo a FAO.
Já os preços internacionais do arroz diminuíram em 1% “devido a um abrandamento das atividades comerciais na maioria dos principais exportadores asiáticos”, enquanto o índice de preços do óleo vegetal baixou 3,2% face a janeiro “com os preços mundiais dos óleos de palma, soja, girassol e colza todos mais baixos”.
No que toca ao índice de preços do leite da FAO, diminuiu 2,7% durante o mês, com as cotações internacionais de manteiga e leite em pó desnatado a registarem o declínio mais acentuado, ao passo que o da carne se manteve praticamente inalterado desde janeiro.
Ainda esta sexta-feira, a FAO publicou a sua previsão para a produção mundial de trigo em 2023, com a agência da ONU a prever uma colheita de cerca de 784 milhões de toneladas, que a concretizar-se seria a segunda maior jamais registada, principalmente pela produção dos agricultores americanos, que expandiram a sua superfície encorajados pelo aumento dos preços dos cereais.
INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA VAI FAZER EXERCÍCIOS NUCLEARES PERTO DA UCRANIA
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
“Durante o exercício, será tomada uma série de medidas para treinar a preparação e a utilização de armas nucleares não estratégicas”, afirmou o Ministério russo num comunicado publicado na rede social Telegram.
Acrescentou que essa medida foi tomada “por instrução do comandante-em-chefe supremo das forças armadas da Federação Russa”, Vladimir Putin.
Esse treino pretende “manter a prontidão” do exército para proteger o país, “em resposta às declarações com provocações e ameaças feitas contra a Rússia por certos responsáveis ocidentais”, acrescentou o ministério russo.
Os exercícios envolverão a força aérea, a marinha e as forças do distrito militar do sul, que se localiza muito perto da Ucrânia e cobre as regiões que Moscovo anexou.
A data e o local desses exercícios não foram anunciados.
Em outubro de 2023, a Rússia anunciou que Vladimir Putin supervisionou lançamentos de mísseis balísticos durante manobras militares destinadas a simular um “ataque nuclear massivo” a Moscovo.
Durante estes exercícios, um míssil balístico intercontinental Iars foi disparado da base espacial de Plesetsk, no norte da Rússia, e outro míssil balístico Sineva foi lançado a partir de um submarino no Mar de Barents.
A sua organização foi tornada pública no mesmo dia que a câmara alta do Parlamento Russo, o Conselho da Federação, aprovou a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBT).
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo tem falado sobre um possível uso de armas nucleares.
A Rússia implantou armas nucleares táticas na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo e vizinho da União Europeia, no verão de 2023.
A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais “que ameacem a própria existência do Estado”.
INTERNACIONAL
ARPÃO É PRIMEIRO SUBMARINO PORTUGUÊS A NAVEGAR DEBAIXO DE GELO NO ÁRTICO
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
“O NRP Arpão tornou-se, se não no primeiro, num dos muito poucos submarinos convencionais a navegar debaixo do gelo, uma área normalmente reservada aos submarinos de propulsão nuclear. Permaneceu debaixo da placa de gelo num total de cerca de quatro dias, tendo também explorado a operação na Marginal Ice Zone, com grande densidade de gelo solto, zona essa com elevado valor tácito, área em que nenhum outro submarino do ocidente se atreveu a operar, desde a II grande Guerra, com total sucesso”, indica aquele ramo.
O submarino ‘Arpão’ partiu da Base Naval de Lisboa no dia 03 de abril, com 36 militares a bordo, para participar na operação ‘Brilliant Shield’, da Aliança Atlântica. Na ocasião, o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, salientou que a “importância elevada” desta missão por se tratar da primeira vez que um submarino português vai operar “por baixo do gelo Ártico”.
Em comunicado, a Marinha indica que em 28 de abril, o ‘Arpão’ largou do porto de Nuuk, na Gronelândia, “para a realização da Operação ÁRTICO 2024”, que contou com a presença a bordo de Gouveia e Melo, “decano dos submarinistas no ativo”.
No dia seguinte, passou o “mítico paralelo 66º33’N, que marca a fronteira do Círculo Polar Ártico, algo que à semelhança da passagem do Equador, é uma marca relevante para todos os marinheiros”, destaca a Marinha, assinalando que “esta marca ainda não tinha sido alcançada pelos submarinistas portugueses”.
O submarino voltou à superfície “em segurança” em 03 de abril e a Marinha salienta que esta foi “uma das maiores aventuras” deste navio até à data.
A nota divulgada aos jornalistas refere que, “além de adicionar uma nova capacidade aos submarinos portugueses e, consequentemente, à Marinha, o Arpão pôs mais uma vez em prática a “arte de bem fazer”, o que demonstrou que mesmo com todas as condicionantes, mas com dedicação, competência e força de vontade é possível continuar a ultrapassar novos desafios alcançando objetivos considerados por muitos, incluindo aliados, inultrapassáveis”.
A Martinha explica que para navegar debaixo do gelo “foi necessário um intenso período de preparação e estudo, em que a guarnição quase que teve que ‘reaprender’ a operar o navio, uma vez que a navegação submarina nas altas latitudes apresenta condições ambientais, sonoras e perigos à navegação, como a existência de icebergs e gelo solto, obrigando assim a adaptar muitos dos normais procedimentos e técnicas normalmente usadas pelos submarinos, quando a navegar em latitudes mais baixas”.
No comunicado, é indicado também que nos “quase sete meses de preparação”, o Arpão passou por um processo de manutenção “adaptado para fazer face às especificidades da missão, nomeadamente a instalação de uma proteção na torre para os mastros” e de “um sonar de alta frequência na torre do submarino”.
A Marinha refere ainda que no ano passado “o Arpão navegou 212 dias, atravessou o Atlântico duas vezes, esteve presente em sítios tão longínquos como o Rio de Janeiro, no Brasil e a Cidade do Cabo, na África do Sul, e ainda terminou o ano operacional com uma patrulha no Mediterrâneo”.
Nesta operação, os militares portugueses contaram com o apoio das marinhas dos Estados Unidos da América, Dinamarca e Canadá.
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