REGIÕES
LISBOA: PROPRIETÁRIOS TEMEM EFEITO DRAMÁTICO DO CONGELAMENTO DE RENDAS
A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) considerou hoje que a reunião do Governo com o setor do arrendamento, a realizar no final da semana, “não terá utilidade”, alertando para o “resultado dramático” de um novo congelamento das rendas.
A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) considerou hoje que a reunião do Governo com o setor do arrendamento, a realizar no final da semana, “não terá utilidade”, alertando para o “resultado dramático” de um novo congelamento das rendas.
“Podemos pensar nalgumas formas para mitigar o desastre que vai resultar disto, mas é evidente que, a não ser cumprida a lei, o resultado prático será que a maior parte dos proprietários deixarão de colocar as casas no mercado”, disse o presidente da ALP, Menezes Leitão, em declarações à Lusa.
“Dizer que vamos voltar ao congelamento, o resultado irá ser dramático”, acrescentou o líder da associação, indicando que vai passar esta mensagem na reunião com o Governo que está agendada para quinta-feira.
O Ministério da Habitação chamou as associações de proprietários e de inquilinos, bem como a UGT e a CGTP, para reuniões nos dias 21 e 22 com o objetivo de ouvir os intervenientes sobre a atualização das rendas para 2024 e as novas regras para os contratos de arrendamento anteriores a 1990.
“O que nos disseram é que iam ouvir todas as associações de proprietários em conjunto, por isso não nos parece que a reunião tenha alguma utilidade ou algum resultado”, disse Menezes Leitão.
Para o presidente da ALP, a reunião com a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, “é para cumprir calendário” porque, acrescentou, “a posição do Governo é completamente a favor dos inquilinos.”
Já o secretário-geral da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), António Machado, disse que vai transmitir à ministra que rejeita um novo aumento das rendas.
“A nossa proposta de aumento é de zero”, afirmou António Machado, referindo que as rendas aumentaram acima dos 30% no último ano.
O líder da AIL indicou que vai sugerir a criação de uma linha de apoio “para os senhorios que comprovadamente necessitem, tal como foi feito para as rendas”.
Segundo um comunicado do gabinete da ministra da Habitação, o Governo reúne-se nos dias 21 e 22 com as várias associações do setor e com as centrais sindicais para discutir e analisar os temas relacionados com a atualização das rendas para 2024 e com os contratos de arrendamento anteriores a 1990.
“O Governo quer ouvir os vários intervenientes no setor para ponderar os efeitos que a inflação estimada para o próximo ano terá no mercado de arrendamento”, pode ler-se na nota do gabinete.
De acordo com a mesma nota, além da questão da atualização do valor das rendas a partir de 01 de janeiro, o Governo vai também aproveitar para discutir “o modelo dos limites da compensação a atribuir aos senhorios e da renda a fixar para os arrendatários a partir de 2024, na sequência da não transição dos contratos de arrendamento celebrados antes de 1990 para o NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano), medida que consta do programa “Mais Habitação”.
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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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