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MIRANDA DO DOURO: MAIS DE TRÊS MIL BURROS APADRINHADOS EM 18 ANOS

Mais de três mil burros de raça mirandesa foram apadrinhados através de uma campanha lançada pela Associação Para Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) lançada em 2005 que contribui para a manutenção e valorização desta raça autóctone.

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Mais de três mil burros de raça mirandesa foram apadrinhados através de uma campanha lançada pela Associação Para Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) lançada em 2005 que contribui para a manutenção e valorização desta raça autóctone.

O Atenor, o Tó, a Grongosa, a Dulcineia e o Dom Quixote (burros gémeos) ou o Bolhaca são entre outros, os burros que estão para apadrinhamento e que são os embaixadores do trabalho de bem-estar animal que está ser desenvolvido pela AEPGA, no Nordeste Transmontano e em outras regiões do país, tendo como foco a salvaguarda desta raça autóctone que já esteve ameaçada de extinção.

A campanha “Não seja Casmurro, Apadrinhe um Burro!” permitiu em 2023 visitar mais de 1.500 animais em 45 concelhos do país. Para além destas iniciativas foram realizadas mais de 800 intervenções nos cascos dos burros a que se juntam mais de 500 avaliações e tratamentos dentários e mais de 200 de pedidos de apoio por parte dos criadores, por vezes em situações críticas.

Existe ainda um centro de acolhimento do burro de Miranda, onde os animais mais debilitados e mais velhos são tratados e podem ter um fim de vida digno. Só este ano já foram ultrapassadas duas dezenas de resgates.

“Este trabalho é uma aposta na prevenção, bem-estar animal e sensibilização junto dos criadores para os orientar na manutenção desta raça autóctone, para desta forma ajudar a prolongar a vidas dos burros através de um tipo de cuidados diferenciados prestados por uma equipa multidisciplinar”, explicou à Lusa o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.

Assim, ao apadrinhar um dos burros, cada pessoa está a contribuir para a manutenção do Centro de Valorização do Burro de Miranda (CMVM), situado em Atenor, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, para a disponibilização de apoio veterinário e logístico a todos os criadores a quem é prestado apoio um pouco por todo o país, bem como para a dinamização de atividades de sensibilização, promoção e investigação.

Como padrinho ou madrinha cada um terá a possibilidade de visitar gratuitamente o seu afilhado ou a sua afilhada no CVBM nos horários disponíveis e acompanhar o seu dia-a-dia e estado de saúde.

Cândida Viana é uma é uma empresária ligada ao ramo das farmácias que em nome coletivo e individual apadrinhou um burro de Miranda, onde ela e a sua equipa visitam os animais várias vezes ao longo da semana.

Desta vez, a deslocação visou conhecer uma jovem burrinha com apenas quatro dias e que ainda não tem nome.

“Nós apadrinhámos um burro porque acreditamos no trabalho feito pela AEPGA. Depois somos uma empresa do concelho de Miranda do Douro e fazia todo o sentido apadrinhar um burro mirandês”, explicou a empresária.

Cândida Viana explicou que apadrinhou uma burra de Miranda dentro de uma atividade promovida pela farmácia para fazer companhia aos seus clientes e sempre que lhe possível visita os animais e colabora no seu bem-estar acompanhando a sua evolução e estado de saúde.

“A burra Atenor é a nossa afilhada, porque gostamos de visitar a aldeia de Atenor, devido à sua dinâmica associativa para o fomento das atividades partilhadas com os burros que são animais dóceis e de fácil trato”, rematou.

Já a médica veterinária Zélia Cruz, que veio do Grande Porto estagiar para a AEPGA, acabou por se apaixonar pelo seu trabalho e pelas vivências transmontanas, onde integra uma equipa jovem que desenvolve o seu trabalho, cuidando dos animais e sensibilizando os proprietários para as técnicas de maneio mais modernas.

“O nosso dia-a-dia varia muito já que damos apoio aos nossos centros espalhados pelos concelho de Miranda do Douro e de Vimioso. A nossa missão começa com a visita aos proprietários dos burros onde faço avaliações na campanha de bem-estar animal ou posso fazer consultas de urgência quando nos ligam a informar que o animal não come, está manco ou triste e desta forma eu vou tentar perceber o que se passa para medicar ou analisar”, indicou.

Esta equipa é também responsável pelas campanhas de reprodução e acompanha a gravidez de cada fêmea, com recurso a tecnologia própria para estes casos, durante o tempo de gestação que é de um ano.

Zélia Cruz mostrava-se satisfeita com o balanço do ano, já que tinham nascido cinco novas burrinhas que podem ser visitadas no centro de valorização.

“Estas novas fêmeas vão substituir as mais velhas na reprodução desta raça. A partir dos 17 anos já não cobrimos as burras que podem viver até aos 30 e desfrutar da sua velhice ”, disse.

Segundo a veterinária, esta campanha “Não seja Casmurro, Apadrinhe um Burro” é importante para o trabalho de valorização do burro de Miranda porque permite atuar em tempo certo e com os cuidados veterinários adequados.

O apadrinhamento tem um valor simbólico de 30 euros por ano para pessoas individuais e 250 euros para apadrinhamentos coletivos ou empresariais.

A AEPGA é uma associação sem fins lucrativos que foi fundada a 9 de maio de 2001 e tem por objetivo a proteção e promoção do gado asinino, em particular a raça autóctone de asininos das Terras de Miranda – Burro de Miranda.

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FÁTIMA: SANTUÁRIO RECEBEU 6,2 MILHÕES DE PEREGRINOS EM 2024, MENOS 600 MIL QUE EM 2023

O Santuário de Fátima recebeu 6,2 milhões de peregrinos no ano passado, menos 600 mil que em 2023, quando se realizou a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco esteve no templo, foi hoje anunciado.

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O Santuário de Fátima recebeu 6,2 milhões de peregrinos no ano passado, menos 600 mil que em 2023, quando se realizou a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco esteve no templo, foi hoje anunciado.

“Em 2024, o acolhimento de peregrinos voltou a fixar-se acima dos seis milhões. Foram 6,2 milhões os fiéis que participaram em pelo menos uma celebração. É este o critério em que assenta o registo anual de peregrinos”, afirmou a diretora do gabinete de comunicação da instituição, Patrícia Duarte, no 46.º Encontro de Hoteleiros de Fátima.

Segundo Patrícia Duarte, este número “revela um decréscimo face aos 6,8 milhões registados no ano anterior”, assinalando, contudo, que os dados de 2023 não podem ser analisados “sem o efeito da Jornada Mundial da Juventude [JMJ, em Lisboa] e da visita do Papa Francisco a Fátima”.

“No período de 24 de julho a 10 de agosto do ano passado, esteve na Cova da Iria mais de um milhão de fiéis. Se extraíssemos das estatísticas de 2023 o impacto desses momentos significativos — JMJ e Papa -, constataríamos que, em 2024, o santuário registou, não uma redução, mas, sim, um aumento no número de peregrinos”, disse.

Quanto às celebrações nos diversos espaços do templo mariano, os dados hoje divulgados apontam para um aumento: 10.813 celebrações, mais 1.256 do que em 2023. Das celebrações realizadas, 4.629 foram oficiais e 6.184 particulares.

Já relativamente aos grupos de peregrinos organizados, isto é, os que se inscreveram em serviços do santuário, “constata-se que, em 2024, deslocaram-se a Fátima 5.231”, um crescimento de 9,5% face a 2023. Destes, 1.213 grupos são portugueses e 4.018 estrangeiros.

Também o número de peregrinos inscritos nos grupos organizados cresceu, totalizando 610.500 (mais 15% relativamente a 2023), destacando-se os peregrinos nacionais, que foram 435.609.

Entre os grupos de peregrinos oriundos do estrangeiro, o santuário contabilizou 88 países, sendo Europa, América e Ásia “os continentes mais representados” no ano passado.

Espanha continua a ser o país estrangeiro com maior número de peregrinações registadas (657 grupos e 40.130 peregrinos), seguindo-se Polónia, o país de onde era originário o Papa João Paulo II, que visitou três vezes o santuário (550 grupos e 24.224 peregrinos) e Estados Unidos da América (515 grupos e 19.435 peregrinos).

Logo depois surgem Itália (399 grupos), Brasil (271), Filipinas (194), Coreia do Sul (173), México (107), França (98) e Índia (81).

O santuário assinalou que, no ano passado, surgiram três novos países com peregrinações organizadas: Bahrein, Belize e Montenegro.

Entre as 1.213 peregrinações nacionais, predominam as oriundas das dioceses de Lisboa, com 319 grupos, Porto (190) e Braga (124).

Relativamente ao momento do ano que os grupos escolhem para se deslocar a Fátima, no caso dos portugueses verifica-se que “maio, outubro e setembro são, por esta ordem, os meses de maior afluência”.

Setembro destaca-se pelo número de peregrinos – cerca de 221 mil – para o qual “concorre fortemente a Bênção dos Capacetes”, que “tem vindo a mobilizar cada vez mais motociclistas”, observou Patrícia Duarte.

“Entre os grupos estrangeiros, os meses de outubro, setembro e maio, surgem, por esta ordem, como preferenciais”, adiantou.

Ainda de acordo com a diretora do gabinete de comunicação social do santuário, “o que os peregrinos mais gostam de fazer em Fátima é participar nas missas oficiais do santuário e no rosário seguido da procissão das velas”.

As celebrações mais participadas são as missas oficiais (com cerca de 2,7 milhões de participantes), e o rosário e procissão das velas (na ordem dos 1,3 milhões de participantes).

Entre outros números, o Santuário de Fátima assinalou também, mas no que diz respeito às celebrações particulares, 37 matrimónios, 162 batismos e 565 bodas matrimonias (288 de prata, 240 de ouro e 37 de diamante).

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PORTO: PROGRAMA CONTRA MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA EM TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE

O Governo vai alargar às Unidades Locais de Saúde da Região do Porto o programa “Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina”, que estava parado desde 2023.

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O Governo vai alargar às Unidades Locais de Saúde da Região do Porto o programa “Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina”, que estava parado desde 2023.

Em comunicado, quando se assinala o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, o gabinete da Ministra da Juventude e Modernização diz que foi esta quinta-feira assinado o protocolo para alargar aquele programa às unidades de saúde da região do Porto, para prevenir e atuar em situações de risco.

“Este programa, cuja implementação estava suspensa desde 2023, tem como objetivo territorializar as respostas através de redes locais integradas, envolvendo os Agrupamentos de Centros de Saúde e promovendo planos de ação e protocolos entre entidades públicas e da sociedade civil”, lê-se no comunicado.

A erradicação da mutilação genital feminina (MGF) exige, “não só ações concretas e coordenadas, como também um esforço coletivo para transformar mentalidades, combater desigualdades estruturais e construir sociedades onde todas as raparigas e mulheres possam viver em segurança”, acrescenta.

O gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes lembra que tem vindo a ser feito um “trabalho colaborativo” entre Governo, sociedade civil e organizações internacionais, em resultado do qual têm sido implementadas medidas de prevenção e combate às práticas tradicionais nefastas.

Dá como exemplo a pós-graduação “Mutilação Genital Feminina”, para a qual foi assinado esta quinta-feira um protocolo entre a Escola Nacional de Saúde Pública, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a Direção-geral da Saúde, a AIMA e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

“Com este curso, pretende-se capacitar, não só profissionais de saúde, como também outros profissionais que intervêm na prevenção, deteção e combate a este flagelo”, explica o ministério.

Lembra que em janeiro o Governo abriu uma linha de financiamento para projetos de prevenção e combate a todas as formas de práticas tradicionais nefastas, no valor de 80 mil euros, com prioridade para a concretização das recomendações do Livro Branco, nomeadamente no reforço da proteção de crianças e jovens, mas também na sensibilização e por uma resposta mais eficaz contra estas formas de violência.

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