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VENEZUELA: PROCURADORA GERAL DESTITUÍDA

Destituição acontece depois de Luisa Ortega Díaz ter denunciado, este sábado, a existência de um cerco de militares ao Ministério Público da Venezuela.

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Luisa Ortega Díaz foi destituída este sábado pela nova Assembleia Constituinte, depois de uma ordem do Supremo Tribunal de Justiça. A procuradora-geral da Venezuela já terá um substituto. Tareck William Saab, atualmente no cargo de “defensor do povo”, irá assumir o novo lugar “de forma provisória”.

No Twitter, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) informou que foi aprovada a destituição da procuradora por “falhas graves no exercício das suas funções”. Ortega Díaz, uma das vozes mais críticas do Presidente venezuelano Nicolás Maduro, tinha denunciado a existência de um cerco de militares ao Ministério Público da Venezuela, publicando uma série de fotos no Twitter, aparentemente tiradas por câmaras de segurança, que mostravam cerca de 30 guardas nacionais à porta do edifício do organismo.

Já esta semana, Ortega Díaz, que está impedida desde o final de junho de sair do país, por decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ordenara uma investigação por crimes contra a humanidade que considera terem sido cometidos após a convocatória da eleição para a Assembleia Constituinte (AC), que tomou posse na sexta-feira. “Tudo o que tem causado” a convocatória para a eleição para a AC, promovida pelo Governo de Nicolás Maduro, como mortes, homicídios e “extorsão de funcionários públicos”, configura crimes contra a humanidade, afirmou a procuradora-geral.

Na sexta-feira, Maduro acusou Luisa Ortega Díaz de ser cúmplice da “insurreição armada” que se instalou no país desde o dia 1 de maio, data em que o Presidente venezuelano anunciou a criação de uma nova Assembleia Constituinte para rever a Constituição de 1999, gerando de imediato muitas críticas entre a oposição.

Esta semana, o STJ admitiu o pedido de um deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) para iniciar um julgamento contra a procuradora-geral “pela alegada comissão de faltas graves no exercício do cargo”. O deputado em causa, Pedro Carreño, solicitou a realização de um “pré-julgamento de mérito”, uma figura jurídica que pretende determinar se existem motivos para afastar um funcionário do cargo e submetê-lo a um julgamento.

Entretanto, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) reconheceu, através de uma medida cautelar, a necessidade de proteção da procuradora-geral e da sua família. A organização pediu mesmo ao Governo de Maduro para garantir a sua integridade.

Os membros da nova Assembleia Constituinte foram escolhidos pela população venezuelana no domingo passado, numa eleição que ficou marcada por mortes, feridos, manifestações e acusações trocadas entre ambas as partes – oposição e Governo venezuelano. Segundo o Governo, mais de oito milhões de pessoas participaram nas eleições, dos mais de 19,8 milhões que foram convocados para ir votar. Já a oposição declarou que votaram “menos de 2,5 milhões de pessoas”.

Na quarta-feira, a empresa responsável pela contagem dos votos do escrutínio, a britânica SmartMatic, denunciou que os dados da participação na eleição de domingo foram “manipulados”, admitindo que a diferença entre a participação real e a anunciada pelas autoridades venezuelanas “é de pelo menos um milhão de votos”.

Cristina Margato /Expresso

 

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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