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RATKO MLADIC CONDENADO A PRISÃO PERPÉTUA

O “carniceiro da Bósnia” foi o responsável por um dos maiores genocídios da história recente da Europa. Em Srebrenica, terão morrido mais de oito mil pessoas.

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O “carniceiro da Bósnia” foi o responsável por um dos maiores genocídios da história recente da Europa. Em Srebrenica, terão morrido mais de oito mil pessoas.

Ratko Mladic, antigo chefe militar dos sérvios na Bósnia, foi considerado culpado, esta quarta-feira, por crimes de genocídio e crimes contra a humanidade. O homem conhecido como “o carniceiro da Bósnia” foi condenado a prisão perpétua.

O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia(TPIJ) condenou o ex-chefe militar sérvio na Bósnia por genocídio contra a Humanidade, devido aos crimes cometidos em diversos municípios durante a guerra de 1992-1995. O militar estava a ser julgado por um total de 11 acusações – duas de genocídio, quatro crimes de guerra e cinco crimes contra a humanidades.

Mladic é assim considerado culpado de uma das maiores atrocidades da história recente da Europa. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia considerou que Mladic quis cometer genocídio em Srebrenica, um enclave Muçulmano na Bósnia. Terão morrido cerca de 8 mil homens e rapazes neste massacre.

O antigo general de 75 anos, que continua a ser considerado um herói por muitos sérvios, insistia que estava inocente.

De acordo com informação avançada pela BBC, o ex-general foi retirado da sala de audiência ainda antes ter sido lida a sentença. Também a agência Reuters confirma essa informação e acrescenta que o julgamento começou mais tarde depois do “o carniceiro da Bósnia” ter alegado problemas de saúde, tendo sido submetido a um teste de tensão arterial.

O tribunal de Haia tinha já condenado o homem que se acusa de ter promovido uma “limpeza étnica” na Bósnia, mas beneficiou da protecção do Presidente Milosevic. Em 2011 foi finalmente capturado depois de ter andado 15 anos a fugir à justiça.

O julgamento de Mladic é o último grande caso desta instância judicial ‘ad hoc’ da ONU sediada na Holanda, vocacionada para indiciar e condenar os principais responsáveis das guerras interétnicas que destruíram a ex-Jugoslávia entre 1991 e 1999 (Croácia, Bósnia-Herzegovina e Kosovo).

O tribunal, que encerra as suas portas no final de Dezembro, definiu como principal objectivo “evitar futuros crimes e prestar justiça às milhares de vítimas e suas famílias, contribuindo assim para uma paz duradoura na antiga Jugoslávia”.

Os resultados, apesar de tudo, são ainda incipientes. Mais de duas décadas após a criação do TPIJ, os países da região permanecem liderados por políticos nacionalistas e divididos ao longo de linhas étnicas, em particular na Bósnia-Herzegovina.

A divisão na região também se reflete na forma como os diversos grupos étnicos abordam o legado do tribunal. Os sérvios, que contam com a larga maioria das acusações e condenações, consideram-no extremamente parcial, enquanto os restantes grupos na ex-Jugoslávia (em particular croatas e muçulmanos bósnios, ou bosníacos) reflectem uma abordagem mais positiva

Recentemente a primeira-ministra da Sérvia, Ana Brnabic, veio a público manifestar as suas dúvidas em relação à eficiência do tribunal em ajudar à reconciliação, dizendo até que acredita que este organismo “contribuiu para piorar a situação”. Ninguém poderá afirmar que o tribunal de Haia foi objectivo perante todas as partes do conflito na década de 1990″, acrescentou a primeira-ministra sérvia.

O TPIJ apresentou em 24 anos acusações contra 161 pessoas, desde soldados até importantes responsáveis políticos, policiais ou militares.

Os magistrados do TPIJ escutaram cerca de 5.000 testemunhos e concretizaram perto de 11.000 sessões para indiciar os diversos acusados de genocídio, crimes de lesa humanidade, violações das leis e costumes da guerra e violência com armas.

1 COMENTÁRIO

1 COMENTÁRIO

  1. Alberto Sousa

    22 de Novembro, 2017 at 22:08

    Patético pensar, que a condenação de Ratko Mladic, irá servir de exemplo para futuros casos, de crimes contra a humanidade. Eles são cometidos todos os dias do ano, e na sua esmagadora maioria encobertos, pelo rúido das guerras. Quando chegam a conhecimento público, já é tarde demais. Já nada pode salvar as vítimas ou o seu sofrimento.
    NOVA ORDEM MUNDIAL, É PRECISA URGENTE.

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INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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