INTERNACIONAL
ALERTA: O FINFISHER É A NOVA ESPIONAGEM GLOBAL NA INTERNET
Têm surgido na Internet novas campanhas de malware que utilizam o FinFisher para infectar os computadores dos menos incautos. O alerta é dado pela ESET, que afirma que o objectivo é espiar os utilizadores infectados e que a origem pode mesmo estar num provedor de Internet.
O FinFisher já não é novo, mas recentemente têm surgido na Internet novas campanhas de vigilância maliciosa que o utilizam. Para a empresa de software ESET, que dá o alarme, as novas variantes do FinFisher (também conhecido como FinSpy) apresentam tanto melhorias técnicas como um vector de infecção inteligente, que até agora não havia sido observado. Com base nestas observações, a ESET avança com a teoria de que um provedor de Internet (ISP), poderá estar envolvido.
A empresa apoia a sua teoria em alguns factos: Primeiro, e segundo materiais internos publicados pela WikiLeaks, o criador do FinFisher disponibiliza uma solução denominada FinFly ISP, que pode ser implementada nos provedores de serviços e oferece as capacidades necessárias para se efectuar num ataque Man in the Middle, em que a infecção ocorre no “caminho” que liga o computador alvo ao servidor legítimo (por exemplo, hotspots Wi-Fi comprometidos).
No entanto, a dispersão geográfica das detecções da ESET das variantes do FinFisher (sete países em todo o mundo) sugere que o ataque Man in the Middle está a acontecer a um nível maior. Logo, um ISP surge como uma das opções mais prováveis.
Em segundo lugar, a técnica de infecção (através de um redirecionamento 307) é implementada da mesma forma em todos os países afectados. Em terceiro, todos os alvos utilizam o mesmo ISP. Finalmente, o mesmo método de redireccionamento e formato foi utilizado para a filtragem de conteúdos por parte dos provedores nos países afectados. A implementação desta técnica de ataque ao nível do ISP nunca foi revelada até agora. Caso se confirme, estas campanhas irão representar uma campanha sofisticada e silenciosa que permite espiar quaisquer utilizadores.
De acordo com a ESET, o FinFisher possui múltiplas capacidades de espionagem, como vigilância ao vivo através de webcams e microfones, keylogging e exfiltração de arquivos. Para a infeção são usados vários mecanismos, como spearphishing, instalações manuais com acesso físico a dispositivos, explorações de vulnerabilidades nos sistemas e contaminação de sites que os alvos costumam visitar.
Quando o utilizador – o alvo da vigilância – tenta descarregar uma das populares (e legítimas) aplicações, é redireccionado para uma versão dessa aplicação que foi infectada com o FinFisher. As aplicações que, até agora, foram mais utilizadas para espalhar esta ameaça foram, entre outras, WhatsApp, Skype, Avast, WinRAR e VLC Player, afirma a ESET, reforçando o alerta: “Importa salientar que qualquer aplicação existente no mercado pode ser modificada desta forma.”
José Macário | JF
INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA “ALERTA” QUE F-16 NA UCRÂNIA SERÁ CONSIDERADO “PROVOCAÇÃO”
A Rússia advertiu hoje que o envio de caças F-16 à Ucrânia será considerado uma provocação dos Estados Unidos e da NATO, estejam ou não capacitados para transportar armamento nuclear.
A Rússia advertiu hoje que o envio de caças F-16 à Ucrânia será considerado uma provocação dos Estados Unidos e da NATO, estejam ou não capacitados para transportar armamento nuclear.
“Independentemente das alterações efetuadas aos aviões entregues, serão por nós considerados como portadores de armas nucleares e consideramos esse passo dos Estados Unidos e da NATO como uma deliberada provocação”, assinalou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Moscovo tem sublinhado desde há vários anos que este tipo de aviões tem sido utilizados nas designadas “missões nucleares conjuntas” da NATO.
“Espera-se que surjam em breve no teatro de operações da Ucrânia aviões polivalentes F-16 de fabrico norte-americano (…), não podemos ignorar o facto de esses aviões pertencerem às plataformas de duplo equipamento: nuclear e não nuclear”, assinala o texto.
A Ucrânia insiste desde há semanas na necessidade de apressar o envio destes aviões face aos contínuos bombardeamentos das forças russas contra infraestruturas civis e posições do seu Exército.
A coligação de países ocidentais que há um ano se comprometeu em disponibilizar F-16 a Kiev inclui a Dinamarca, que se propõe enviar os primeiros aviões este verão, a Bélgica, Países Baixos e Noruega.
Moscovo tem condenado os planos ocidentais sobre o aumento do apoio de armamento a Kiev e a suas implicações nos combates na Ucrânia, que podem sugerir novas ameaças militares ocidentais dirigidas à Rússia.
Em particular, Moscovo acusa o ocidente de apoiar abertamente ações de sabotagem da Ucrânia em território russo, para além de fornecer a Kiev mísseis de longo alcance franceses e britânicos, e os novos ATACMS norte-americanos, que podem alcançar território russo.
A Rússia também acusa os EUA de prosseguir com os seus planos de utilização de mísseis de curto e médio alcance “em diversas regiões do mundo” e acrescenta que, quando esse armamento for efetivamente disponibilizado, responderá suspendendo a sua própria moratória sobre estes envios.
O MNE russo também denuncia as afirmações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o possível envio à Ucrânia de contingentes da NATO e salienta as informações sobre a presença no terreno de efetivos da Legião Estrangeira francesa.
A diplomacia russa acusa o bloco ocidental de procurar “uma maior escalada da crise ucraniana até um confronto militar direto dos países da NATO e Rússia” com o objetivo de provocar uma “derrota estratégica” a Moscovo.
Este cenário, segundo Moscovo, justifica a ordem emitida pelo Presidente russo Vladimir Putin às Forças Armadas sobre a realização “em breve” de manobras com armas nucleares táticas.
Caso se concretizem, estes exercícios — com o envolvimento da Força Aérea e Marinha –, poderão ocorrer em território ucraniano, pelo facto de o Distrito militar sul incluir as quatro regiões ucranianas ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia).
Moscovo também lamenta que a situação se encontre próximo do descalabro devido à acumulação de “decisões irracionais” por parte de Kiev e aliados ocidentais, e frisa que estas ameaças estão “especificamente” contempladas na doutrina de dissuasão nuclear da Rússia.
A Ucrânia tem garantido uma substancial ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais e que agora parecem estar ultrapassadas.
INTERNACIONAL
GUERRA: MANOBRAS COM ARMAS NUCLEARES É “PERIGOSO E IRRESPONSÁVEL” – NATO
A NATO classificou como “perigosa e irresponsável” a decisão da Rússia de anunciar que planeia realizar em breve exercícios militares envolvendo armas nucleares táticas.
A NATO classificou como “perigosa e irresponsável” a decisão da Rússia de anunciar que planeia realizar em breve exercícios militares envolvendo armas nucleares táticas.
“A retórica nuclear da Rússia é perigosa e irresponsável. A NATO permanece vigilante”, disse a porta-voz da Aliança Atlântica Farah Dakhlallah, salientando que a postura coletiva dos membros da sua organização é prova da “garantia de proteção de cada centímetro de território aliado”.
A porta-voz lembrou que a Ucrânia tem direito à legítima defesa, consagrado na Carta das Nações Unidas, e insistiu que os aliados “continuarão a apoiar a Ucrânia”.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou hoje às Forças Armadas que realizem manobras com armas nucleares táticas, numa operação que deverá ocorrer “em breve”.
Estes exercícios, nos quais participarão a aviação e a Marinha, poderão realizar-se em território ucraniano, uma vez que o Distrito Militar Sul inclui as quatro regiões ucranianas ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia).
O Kremlin explicou que as manobras são a resposta a declarações ameaçadoras, entre outras, do Presidente francês, Emmanuel Macron, que tem repetido não descartar o envio de tropas para território ucraniano.
“Eles falaram sobre a vontade e até a intenção de enviar contingentes militares para a Ucrânia, ou seja, de colocar soldados da NATO contra os militares russos. Esta é uma nova espiral de escalada de tensão. É sem precedentes e requer uma atenção especial e medidas especiais”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.
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