ECONOMIA & FINANÇAS
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DESILUDIDOS COM O GOVERNO
Os sindicatos da função pública ficaram hoje desiludidos pela falta de uma proposta concreta do Governo para a revisão das carreiras de informática, inspeção e fiscalização, documento que ficou prometido para setembro pela secretária de Estado da Administração e Emprego Público.
Os sindicatos da função pública ficaram hoje desiludidos pela falta de uma proposta concreta do Governo para a revisão das carreiras de informática, inspeção e fiscalização, documento que ficou prometido para setembro pela secretária de Estado da Administração e Emprego Público.
“Foi uma reunião igual à anterior, sem termos uma proposta para discutir, andamos nisto desde o início do ano”, disse à agência Lusa Maria Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), no final de um encontro com a secretária de Estado da Administração e Emprego Público.
A sindicalista lamentou que o Governo tenha remetido a apresentação de uma proposta para setembro, altura em que têm de ser negociadas as questões relacionadas com o Orçamento do Estado (OE).
A secretária de Estado da Administração e Emprego Público reuniu-se hoje com as três grandes estruturas sindicais da administração Pública, tendo como ordem de trabalho a continuação da negociação das carreiras e a discussão de instrumentos de gestão.
Para a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração, Ana Avoila, o encontro de hoje no Ministério das Finanças “foi apenas uma forma de cumprir calendário”.
“Consideramos inaceitável que o Governo só nos apresente em setembro uma proposta para as carreiras específicas, que possamos discutir com os trabalhadores. Hoje, em vez de negociação direta tivemos ‘show’ político, pois o Governo limitou-se a apresentar um ‘power point’ com linhas gerais, perante um conjunto de elementos do Governo”, disse a sindicalista.
O secretário-geral da Federação Sindical da Administração Pública, José Abraão, disse à Lusa que o Governo ficou de enviar aos sindicatos os princípios orientadores que hoje apresentou, para que depois as estruturas sindicais lhe enviem até 20 de agosto contributos para a proposta que será apresentada em setembro.
“Estas carreiras estavam para ser revistas há 10 anos e parece-nos que o Governo pretende fazer agora a sua revisão à luz dos critérios estabelecidos em 2009, o que não pode ser porque a realidade é outra”, disse o sindicalista.
Segundo José Abraão, foi reafirmado que a revisão destas carreiras inalteradas não pode ter impacto orçamental.
Na reunião no Ministério das Finanças estiveram também presentes os secretários de Estado das Pescas, do Turismo, da Alimentação e Veterinária, do Comércio, da Segurança Social, do Emprego e das Infraestruturas.
Depois das reuniões, o Ministério das Finanças emitiu um comunicado em que afirmou que foi apresentada uma proposta de disposições comuns para as carreiras de inspeção, assim como o calendário para a continuidade do processo de negociação em sede setorial a partir de setembro, de forma a estar concluído até final do ano.
O Governo sublinha que esta metodologia garante que todos os processos de revisão de carreiras decorrerão no quadro do atual regime de carreiras, obedecendo às regras estabelecidas na Lei do Trabalho em Funções Públicas (Lei n.º 35/2014, de 20 de junho).
Segundo o comunicado, na reunião foi igualmente apresentado um levantamento relativo às carreiras de informática, assim como as conclusões preliminares do estudo em curso sobre os perfis funcionais para uma nova geração de carreiras nesta área, associadas aos desafios da digitalização da Administração Pública.
Este estudo constituirá a base de ponderação para a revisão destas carreiras.
O Governo aproveitou ainda o encontro para apresentar aos sindicatos o ponto de situação do descongelamento das carreiras na administração central, direta e indireta.
Os dados provisórios, com respostas de 70% de organismos, recolhidos pela Inspeção Geral de Finanças, “demonstram que o processo decorre de forma generalizada na Administração Pública central e no Setor Empresarial do Estado”, abrangendo já cerca de 344 mil trabalhadores.
LUSA
ECONOMIA & FINANÇAS
CTT: LUCROS CAÍRAM 54% PARA 7,4 MILHÕES NO PRIMEIRO TRIMESTRE
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa indicou que registou, nos primeiros três meses deste ano, “um resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 7,4 milhões de euros, 8,7 milhões de euros abaixo do obtido” no primeiro trimestre do ano passado.
Os rendimentos operacionais do segmento de Serviços Financeiros e Retalho atingiram 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 80,8%, indicou o grupo.
“Este desempenho desfavorável, quando comparado com período homólogo, advém na sua maior parte do comportamento dos títulos de dívida pública”, destacou.
Segundo os CTT, “no primeiro trimestre de 2023, os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários”, mas a “alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor”.
Assim, no período em análise, foram efetuadas subscrições destes instrumentos “no montante de 294,8 milhões de euros o que compara com 7,5 mil milhões de euros de subscrição” no primeiro trimestre de 2023, destacou.
ECONOMIA & FINANÇAS
RENOVÁVEIS ABASTECEM 90% DO CONSUMO DE ELETRICIDADE ATÉ ABRIL
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
Nos primeiros quatro meses do ano, a produção hidroelétrica abasteceu 48% do consumo, a eólica 30%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 6%, detalhou, em comunicado, hoje divulgado, a gestora dos sistemas nacionais de eletricidade e de gás natural.
Já a produção a gás natural abasteceu 9% do consumo, enquanto o saldo de trocas com o estrangeiro foi praticamente nulo.
Numa análise ao mês de abril, observou-se que a produção renovável foi responsável por abastecer 94,9% do consumo de eletricidade, tratando-se da quarta vez consecutiva com valores mensais acima dos 80%, depois dos 91% em março, 88% em fevereiro e 81% em janeiro.
Em abril, o consumo de energia elétrica cresceu 3,4%, representando uma subida de 0,2% considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.
No mês em análise, o índice de produtibilidade hidroelétrico atingiu 1,49, o eólico 1,08 e o solar 1,01 (médias históricas de 1), enquanto a componente solar, embora seja a menos significativa das três, continuou a crescer significativamente, tendo atingido em abril o peso mensal mais elevado de sempre, correspondendo a 10,5% do consumo.
Já a produção de eletricidade através de gás natural manteve uma tendência de redução do consumo, com uma descida mensal homóloga de 86%, uma vez que fica condicionada pela elevada disponibilidade de energia renovável.
No sentido oposto, o consumo de gás natural no segmento convencional registou uma subida homóloga próxima dos 5%.
No final de abril, o consumo acumulado anual de gás registou uma variação homóloga negativa de 12%, com o segmento de produção de energia elétrica a contrair 50% e o segmento convencional a crescer 5,6%.
Segundo a REN, trata-se do consumo mais baixo desde 2004 para o período em causa.
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