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PORTUGUÊS CONDENADO POR SE PASSAR POR “VÍTIMA” DE INCÊNDIO EM LONDRES

Um português que recebeu apoios de 60 mil euros, enquanto fingia ser vítima do incêndio que destruiu no ano passado a torre Grenfell, em Londres, foi esta quinta-feira condenado a três anos e dois meses de prisão.

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Um português que recebeu apoios de 60 mil euros, enquanto fingia ser vítima do incêndio que destruiu no ano passado a torre Grenfell, em Londres, foi esta quinta-feira condenado a três anos e dois meses de prisão.

Um português que recebeu apoios de 60 mil euros, enquanto fingia ser vítima do incêndio que destruiu no ano passado a torre Grenfell, em Londres, foi esta quinta-feira condenado a três anos e dois meses de prisão.

António Gouveia, de 33 anos, confessou e foi considerado culpado de ter recebido dinheiro, um computador portátil e alojamento destinados a um antigo morador daquele edifício, que ardeu em 14 de Junho de 2017.

O empregado de limpeza alegou inicialmente que vivia há alguns meses no apartamento 42 do sétimo andar com uma senhora, mas esta denunciou-o como um impostor após constatar que outra pessoa estava a recolher o dinheiro e aparelho eletrónico que lhe estava destinado.

Além de dinheiro, ajudas para alimentação, o português ficou alojado durante 289 dias num hotel junto ao Hyde Park, cujo custo terá ascendido a 44.795 libras (50.300 euros), de acordo com notícias na imprensa britânica.

Confrontado pela polícia em Junho deste ano, Gouveia adiantou que chegou a visitar um posto de correios e pedir a correspondência para a morada que tinha dado, para dar maior consistência à sua história.

O detetive superintendente, Matt Bonner, considerou chocante as ações de pessoas que têm abusado dos sistemas de apoio às vítimas do incêndio, que são pelo menos 11.

“António Gouveia inventou uma história elaborada para o seu próprio benefício e explorou a generosidade das pessoas e da autarquia local”, lamentou.

O incêndio na torre Grenfell começou na noite de 14 de Junho de 2017 e alastrou rapidamente aos andares superiores da torre de 25 pisos, alegadamente devido ao revestimento inflamável.

Dos mais de 300 residentes, 70 pessoas morreram no incêndio, mais uma vítima que sucumbiu dos ferimentos dias depois no hospital e um bebé nado morto, filho dos portugueses Márcio e Andreia Gomes.

Logan Gomes, que já tinha quase sete meses de gestação, morreu devido à intoxicação com fumo da mãe, que foi hospitalizada juntamente com uma das duas filhas após escapar pelas escadas desde o 21.º andar.

Além do casal Márcio e Andreia Gomes e as duas filhas menores, viviam na Torre Grenfell outros seis portugueses, todos no 13.º andar: Miguel e Fátima Alves e dois filhos, e outros dois amigos portugueses, residentes num apartamento vizinho, que também sobreviveram.

LUSA

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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