ECONOMIA & FINANÇAS
VÍTOR CONSTÂNCIO: AS CRIPTOMOEDAS “NÃO SÃO COISA NENHUMA”
O ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, afirmou hoje, na 2º conferência de Outono da Unicâmbio, que “não há verdadeiramente moeda sem um poder estatal por trás”, sublinhando que as criptomoedas “não são moeda coisa nenhuma”.
O ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, afirmou hoje, na 2º conferência de Outono da Unicâmbio, que “não há verdadeiramente moeda sem um poder estatal por trás”, sublinhando que as criptomoedas “não são moeda coisa nenhuma”.
O economista e ex-governador do Banco de Portugal falava durante a conferência que se realizou no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, sobre ‘Guerras Cambiais no século XXI’.
Vítor Constâncio, que falava sobre a participação das diferentes moedas nas reservas oficiais dos países, considerou que neste campo não há lugar a “nenhumas coisas chamadas ‘cryptocurrencies’, que não são moeda coisa nenhuma”.
As criptomoedas “nunca terão qualquer hipótese de ter essa visibilidade”, reforçou o economista.
“A moeda privada foi tentada no século XIX em muitos países, acabou sempre por não funcionar e gerar crises recorrentes e por razões que também se compreendem estudando a história monetária desde outros séculos não há verdadeiramente moeda sem um poder estatal por trás e, em última análise, o poder de taxar os cidadãos”, afirmou.
Em Portugal, o Banco de Portugal (BdP) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) têm feito diversos alertas para os riscos relacionados com ‘bitcoin’ ou outras moedas virtuais, como são designadas.
O BdP também já recomendou às instituições de crédito, às instituições de pagamento e às instituições de moeda eletrónica sujeitas à sua supervisão que se abstenham de comprar, deter ou vender moedas virtuais.
A moderação da conferência esteve a cargo do economista João Duque.
A Conferência de Outono da Unicâmbio tem ainda como oradores Fernando Rocha Andrade, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Valério, coordenador do Gabinete de História Económica e Social do ISEG, e Manuel Puerta da Costa, presidente da APAF (Associação Portuguesa de Analistas Financeiros).
LUSA
ECONOMIA & FINANÇAS
CTT: LUCROS CAÍRAM 54% PARA 7,4 MILHÕES NO PRIMEIRO TRIMESTRE
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa indicou que registou, nos primeiros três meses deste ano, “um resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 7,4 milhões de euros, 8,7 milhões de euros abaixo do obtido” no primeiro trimestre do ano passado.
Os rendimentos operacionais do segmento de Serviços Financeiros e Retalho atingiram 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 80,8%, indicou o grupo.
“Este desempenho desfavorável, quando comparado com período homólogo, advém na sua maior parte do comportamento dos títulos de dívida pública”, destacou.
Segundo os CTT, “no primeiro trimestre de 2023, os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários”, mas a “alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor”.
Assim, no período em análise, foram efetuadas subscrições destes instrumentos “no montante de 294,8 milhões de euros o que compara com 7,5 mil milhões de euros de subscrição” no primeiro trimestre de 2023, destacou.
ECONOMIA & FINANÇAS
RENOVÁVEIS ABASTECEM 90% DO CONSUMO DE ELETRICIDADE ATÉ ABRIL
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
Nos primeiros quatro meses do ano, a produção hidroelétrica abasteceu 48% do consumo, a eólica 30%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 6%, detalhou, em comunicado, hoje divulgado, a gestora dos sistemas nacionais de eletricidade e de gás natural.
Já a produção a gás natural abasteceu 9% do consumo, enquanto o saldo de trocas com o estrangeiro foi praticamente nulo.
Numa análise ao mês de abril, observou-se que a produção renovável foi responsável por abastecer 94,9% do consumo de eletricidade, tratando-se da quarta vez consecutiva com valores mensais acima dos 80%, depois dos 91% em março, 88% em fevereiro e 81% em janeiro.
Em abril, o consumo de energia elétrica cresceu 3,4%, representando uma subida de 0,2% considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.
No mês em análise, o índice de produtibilidade hidroelétrico atingiu 1,49, o eólico 1,08 e o solar 1,01 (médias históricas de 1), enquanto a componente solar, embora seja a menos significativa das três, continuou a crescer significativamente, tendo atingido em abril o peso mensal mais elevado de sempre, correspondendo a 10,5% do consumo.
Já a produção de eletricidade através de gás natural manteve uma tendência de redução do consumo, com uma descida mensal homóloga de 86%, uma vez que fica condicionada pela elevada disponibilidade de energia renovável.
No sentido oposto, o consumo de gás natural no segmento convencional registou uma subida homóloga próxima dos 5%.
No final de abril, o consumo acumulado anual de gás registou uma variação homóloga negativa de 12%, com o segmento de produção de energia elétrica a contrair 50% e o segmento convencional a crescer 5,6%.
Segundo a REN, trata-se do consumo mais baixo desde 2004 para o período em causa.
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