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BOTICAS: COVAS DO BARROSO CONTRA AS MINHAS DE LÍTIO

A população de Covas do Barroso, em Boticas, receia que a mina de lítio a céu aberto vá esventrar os montes e prejudicar a atividade agrícola e apícola e, por isso, uniu-se para travar o projeto.

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A população de Covas do Barroso, em Boticas, receia que a mina de lítio a céu aberto vá esventrar os montes e prejudicar a atividade agrícola e apícola e, por isso, uniu-se para travar o projeto.

No meio da aldeia de Covas do Barroso, na fachada de uma casa, ergue-se uma tarja onde se lê “Não à mina, sim à vida”.

A tarja é o primeiro sinal visível do descontentamento da população que, aos poucos, foi vendo a vida sossegada desta localidade ser alterada com a chegada dos veículos e máquinas que passam para o vale onde estão a ser feitas prospeções.

“Ficámos indignamos com o que estávamos a ver, com a agressividade destas prospeções, e achámos que devíamos fazer alguma coisa pela terra onde escolhemos viver”, afirmou Nélson Gomes, de 42 anos, presidente da recém-criada Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB).

Nélson e a mulher Aida Fernandes, 40 anos, possuem uma exploração de vacas e dão a voz pelo descontentamento e receio que uniu a população desta freguesia que junta as aldeias de Covas do Barroso, Romaínho e Muro.

“O nosso objetivo é parar mesmo com a mina, para que a mina não vá para a frente, porque seria a destruição total da nossa aldeia, de todo este património que temos, de tudo”, afirmou o agricultor.

Os números são, segundo referiu, “assustadores”. “Não tem cabimento uma exploração desta natureza na nossa aldeia, fazer aqui uma mina a céu aberta com uma dimensão de 500 metros por 600 e 150 metros de profundidade, seria a destruição total”, salientou.

No meio do monte, junto a um local onde foi feita uma perfuração, juntaram-se vários populares. Querem todos dar a cara e a voz pela “vida na terra” que foi, em 2017, classificada como Património Agrícola Mundial.

A agricultura é o sustento da maioria destas pessoas que teimam em lutar contra o despovoamento. Nélson acredita que a poluição que resultará da destruição da pedra em pó, aquando da exploração de lítio, terá consequências na água e na terra e, consequentemente, no ganha pão destas famílias.

Carlos Gonçalves, 54 anos, possui 400 colmeias e produziu, no ano passado, cinco mil quilos de mel.

“A mina vai poluir o monte todo e como as abelhas vêm buscar o pólen e o néctar às flores, ao estarem as plantas poluídas vai afetar a qualidade do mel”, salientou este apicultor.

Se a mina se concretizar teme ter de deslocar os apiários.

“Estávamos aqui sossegados e depois vêm cá acenar com os milhões, mas não há milhões que paguem o sossego, paz e saúde. Não aceitamos contrapartidas nenhumas, o que queremos é eles fora daqui”, afirmou.

A dimensão do projeto é, segundo Aida Fernandes, preocupante, já que “se fala em quantidades de 20 milhões de pedra que tencionam transformar em pó”.

“E estando nós muito próximo da mina, da área que pretendem explorar, vamos sofrer com essas consequências. O nosso dia a dia vai alterar-se e vamos ter muito pó e barulho”, frisou.

Esta agricultora disse que, desde o início, “não houve informação nenhuma à população”, que acreditou que “iam apenas fazer uns buraquitos para fazer as prospeções, que se transformaram em buracões”.

“Chegamos a um ponto em que ponderamos tudo, porque fizemos escolhas, opções de vida. Foi uma decisão difícil ficar aqui e agora querem alterar tudo, destruir tudo. Alterar o dia a dia até é o menos, é mesmo a destruição que vai ser irrecuperável”, salientou.

Maria Prazeres Fernandes, 70 anos e natural de Romaínho, disse estar preocupada com a poluição, mas, principalmente, com a destruição do meio de sobrevivência das pessoas da aldeia: a agricultura e os pastos para as vacas e ovelhas.

“Foi a primeira vez que ouvi falar do lítio, andei a investigar e fiquei revoltada e mais revoltada com quem assinou. Cada vez assinam mais para mais buracos e mais experiências e mais coisas, e acho que isso não é aceitável”, sublinhou.

Para Horácio Gomes Afonso, 73 anos, a riqueza maior desta terra é “a tranquilidade”.

“Nunca precisámos que viessem aqui oferecer-nos nada, porque oferecerem-nos prendas envenenadas não interessa a ninguém”, afirmou.

O projeto da mina a céu aberto está a ser desenvolvido por parte da Slipstream Resources, sediada em Braga e subsidiária da empresa mineira Savannah Resources.

LUSA

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MATOSINHOS: UMA BREVE VIAGEM PELA HISTÓRIA DA INDÚSTRIA CONSERVEIRA

Num país com uma costa rica em peixe e tradições culinárias milenares, a indústria de conservas de peixe destaca-se como um pilar da economia e cultura portuguesas. Em Matosinhos, esta indústria floresceu, deixando um legado que merece ser contado e celebrado.

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Num país com uma costa rica em peixe e tradições culinárias milenares, a indústria de conservas de peixe destaca-se como um pilar da economia e cultura portuguesas. Em Matosinhos, esta indústria floresceu, deixando um legado que merece ser contado e celebrado.

Primórdios e Expansão (Séc. XIX – XX)

A história da indústria de conservas em Matosinhos remonta ao século XIX, quando a proximidade do mar e a abundância de peixe fresco impulsionaram o surgimento das primeiras fábricas. Estas pequenas empresas, muitas vezes familiares, utilizavam técnicas artesanais para conservar o peixe, garantindo o seu consumo ao longo do ano.

No início do século XX, a indústria de conservas em Matosinhos experimentou um crescimento significativo. A modernização das fábricas, com a introdução de maquinaria e novas tecnologias, permitiu aumentar a produção e diversificar os produtos. As conservas de sardinha, atum e cavala tornaram-se um símbolo de Portugal, sendo exportadas para diversos países e apreciadas pela sua qualidade e sabor.

Apogeu e Reconhecimento (Séc. XX)

As décadas de 50 e 60 foram de ouro para a indústria de conservas em Matosinhos. As fábricas operavam a todo o vapor, empregando milhares de pessoas e contribuindo para o desenvolvimento da região. As conservas de peixe de Matosinhos eram reconhecidas internacionalmente, conquistando prémios e distinções em feiras e exposições.

O sucesso da indústria de conservas em Matosinhos deveu-se a vários fatores, como a qualidade do peixe, a experiência dos trabalhadores, o investimento em tecnologia e a forte ligação à tradição. As conservas de peixe tornaram-se um produto de excelência, representando o melhor de Portugal e da sua gastronomia.

Desafios e Adaptação (Séc. XXI)

No entanto, o século XXI trouxe novos desafios para a indústria de conservas em Matosinhos. A globalização, a concorrência de outros países e as mudanças nos hábitos de consumo exigiram uma adaptação constante. As fábricas modernizaram-se, investindo em novas tecnologias e processos de produção, e apostaram na diversificação de produtos, como as conservas gourmet e os produtos biológicos.

O Legado e o Futuro

Apesar dos desafios, a indústria de conservas em Matosinhos mantém-se viva, continuando a produzir conservas de peixe de alta qualidade. As fábricas, muitas delas centenárias, são um testemunho da história e da cultura da região, preservando técnicas artesanais e transmitindo conhecimentos de geração em geração.

A indústria de conservas em Matosinhos representa um legado valioso, que deve ser preservado e valorizado. As conservas de peixe são um produto único, com um sabor autêntico e uma história rica, que merece ser apreciado e divulgado. O futuro da indústria de conservas em Matosinhos passa pela inovação, pela sustentabilidade e pela valorização do património cultural, garantindo que este setor continue a ser um pilar da economia e da identidade portuguesas.

Uma viagem no tempo pela história da indústria conserveira de Matosinhos é uma imersão num universo de tradição, sabor e cultura. As conservas de peixe são um tesouro gastronómico que merece ser descoberto e apreciado, representando o melhor de Portugal e da sua gente.


Artigo gerado por AI

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PORTO: TINO DE RANS CONFIRMA NOVA CANDIDATURA À AUTARQUIA

O calceteiro Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, é candidato à Câmara Municipal do Porto para trazer frescura e movimento à cidade e dar voz às pessoas.

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O calceteiro Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, é candidato à Câmara Municipal do Porto para trazer frescura e movimento à cidade e dar voz às pessoas.

“O Porto precisa de movimento, precisa de frescura e é isto que esta candidatura vai trazer”, afirmou Tino de Rans na Estação de São Bento, no Porto, a segurar uma mala de viagem onde se lia o lema da campanha “Porto a Bom Porto”.

O candidato à autarquia, liderada pelo independente Rui Moreira que não pode recandidatar-se devido à limitação de mandatos, disse pretender ainda dar voz às pessoas, fixar os jovens e respeitar os idosos.

Na sua opinião, o Porto tem coisas “muito importantes”, mas falta-lhe algo simples que é fixar as pessoas na cidade.

“Fico triste quando um concelho com este potencial tem vindo a perder muita gente”, referiu.

Segundo Tino de Rans, é importante criar condições, nomeadamente habitação a preços acessíveis, para fixar os jovens no Porto.

Além disso, acrescentou, é necessário ouvir as pessoas para saber o que estas veem, querem e pensam para a cidade.

“O Porto tem potencial e futuro”, atirou o candidato, de 53 anos.

Tino de Rans, que diz conhecer o Porto muito bem fruto da sua profissão, assumiu que também quer voltar a ver as pessoas felizes com a cidade.

Entretanto, a Direção Política Nacional do Reagir, Incluir e Reciclar (RIR), partido fundado por Tino de Rans, manifestou “enorme surpresa” pela candidatura deste às eleições autárquicas.

O RIR revelou que Tino de Rans nunca apresentou à direção do partido qualquer projeto de candidatura à Câmara do Porto, nem expressou interesse nisso.

Considerando-se “totalmente desrespeitado” pelo fundador do partido, o RIR vincou que “não tem donos, nem pode ficar manietado à vontade e à vaidade do seu fundador”.

Motivo pelo qual irá reunir, a seu tempo, para decidir se apoiará ou não a candidatura de Tino de Rans às eleições autárquicas de 2025.

As eleições autárquicas deverão decorrer entre setembro e outubro deste ano.

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